22 de novembro | 2009

Falta de civismo gera violência e vandalismo

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Embora até haja opinião contrária, pelo menos do que se pode depreender da maioria das opiniões emitidas por profissionais que atuam na área da educação, a falta de civismo pode ser gerador da violência e atos de vandalismos, fatos que foram verificados recentemente em algumas escolas do município de Olímpia. Porém, mesmo assim a questão deve ser considerada polêmica, uma vez que o termo civismo não implica, em si só, que alguém que tenha em sua consciência e pratique pode também acabar envolvido em atitudes mais negativas.

Por isso, a reportagem desta Folha saiu nas últimas semanas em busca de opiniões sobre a possibilidade de a falta de civismo ter ou não relação com a violência e atos de vandalismos praticados recentemente nas escolas da cidade.

Só para entender melhor, segundo o dicionário Houaiss, na acepção da palavra, civismo é um substantivo masculino que significa dedicação e fidelidade ao inte­res­se público; patriotismo, civi­lismo.

Para o coordenador do ensino médio na Escola Dr. Antônio Augusto Reis Neves, zona sul da cidade de Olímpia, professor João Ricardo Tauyr Vicente, a relação existe em todos o sentidos, ou seja, vai além da escola chegando até à falta de respeito e sentimento pela família. “Acredito que o aluno que tem um respeito pela pátria, pela família e pela sociedade, não vai cometer ato de violência”, afirma.

Esse aluno, segundo João Ricardo, sempre respeitará quando normas forem estabelecidas e vai cumprir suas obrigações. No entanto, entende que essas exigências e cobranças têm que serem impostas pela escola. “Temos que mostrar que pelo menos a escola é um centro de referência para o aluno, mesmo com tudo o que tem acontecido e ele tem que valorizar. A escola, a pátria e família têm de caminharem juntas”, acrescenta.

Para o diretor da Escola Dona Anita Costa, região central, professor Neder Nadruz Filho, tem muita relação “porque o aluno que não sabe o que é civismo, não vai saber se comportar em um momento de aglomeração, comemoração de até na sua vida particular”.

No mesmo sentido segue o raciocínio da professora Eliana Antônio Duarte Bertoncelo Monteiro, secretária da
Educação de Olímpia. Segundo ela a violência tem relação com
todos os fatores e o desamor aos símbolos pá­trios é um dos aspectos da questão: “porque nós começamos o civismo amando a cidade onde nós vivemos”.

Tudo, segundo a secretária, começa até mesmo com o respeito à natureza e o comportamento que a pessoa apresenta nas ruas. A partir daí vamos entender que estamos inseridos em um estado que também tem o seu símbolo, sua história e que esse estado se insere no país. Então, fica uma decorrência natural de quem aprendeu a amar o seu município e o seu símbolo, amar os símbolos de seu país”.

ALGUMA COISA ALÉM DO CIVISMO

No entanto, embora apresente valores que possam ser fundamentais para ensejar a falta de civismo até mesmo pela revolta, para o professor Ivo de Souza, que atua na Escola Dona Maria Ubaldina e colaborador desta Folha há vários anos, com uma clientela menos favorecida financeiramente, pelo menos, a violência tem muitas outras causas.

Na opinião de Ivo de Souza, não que essas causas sozinhas levarão a atos violentos, “mas há várias causas que se nós formos estudar, vamos pensar no próprio sistema em que vivemos. Nós podemos pensar na miséria, no desemprego, na desestruturas das famílias que não podem e não tem condições de passar valores morais, respeito, solidariedade aos seus filhos, porque eles próprios não têm e não conhecem isso”.

Para ele a questão que gera a violência é mais a questão socioe­conômica. “E há aquelas questões particulares de pessoas que acredito que têm uma índole (ruim) e que gostam fazer o mal, praticar atos rebeldes por natureza e muitas vezes sem motivo e outras vezes com grandes motivos que a gente desconhece e assim por diante”.

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