18 de julho | 2017

Ex-soldado que levou tiro na nuca morre em Barretos e agora Euripinho e amigos podem responder por homicídio

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 O ex-soldado da polícia militar Leandro Ribas da Silva (foto), 40 anos, de Rio Preto, que veio a Olímpia cobrar uma dívida, junto com o sargento PM aposentado Marcio Aparecido Macri, 51 anos, para o advogado Antonio Luiz Pimenta Laraia, do empresário e corretor de imóveis, Euripedes Augus­to de Melo, Euripi­nho, 58 anos de idade e acabou levando um tiro na nuca no tiroteio que parou a cidade na terça-feira, 11, acabou morrendo entre o final da noite de segunda e a madrugada de terça-feira, 18, quando estava internado na Santa Casa de Barretos.

Agora, os envolvidos no tiroteio passam a responder por homicídio consumado e não tentado como foram indiciados, uma vez que a morte do ex-soldado de Rio Preto, mesmo tendo ocorrido sete dias depois dos fatos, se deu em razão dos feri­mentos resultantes do tiroteio. Cada um, no entanto, deverá ter sua pena dosada de acordo com sua participação nos fatos.

O corpo do ex-soldado, que estava internado na UTI – Unidade de Terapia Intensiva, da Santa Casa de Barretos, foi encaminhado ao IML – Instituto Médico Legal de Barretos e depois foi liberado para o sepultamento em São José do Rio Preto, onde ele residia.

No tiroteio, que aconteceu próximo da residência do empresário Euripinho, na Rua Senador Senador Virgilio Rodrigues Alves, que parou a cidade na manhã de terça-feira, 11, em que quatro pessoas ficaram feridas, duas em estado grave, as imagens mostram que um dos dois ex-policiais militares reagiu a disparos e agressão que sofreu por parte dos amigos do empresário e outro, o ex-soldado Leandro Ri­bas da Silva, provavelmente desarmado, foi perseguido possivelmente por Paulo Roberto Vieira, Paulinho (outro funcionário de Euri­pinho) e acabou recebendo um tiro na nuca, sendo internado em estado grave na Santa Casa de Barretos, onde veio a falecer.

Um dos vídeos que já foram analisados pela polícia local mostra, nitidamente, o sargento aposentado da PM Marcio Aparecido Macri (que foi levado preso para o presídio Ro­mão Gomes em São Paulo) encostado no carro Chevrolet Cruze, conversando com Emerson Ani­ceu Teixeira, de 39 anos, o “Nim Peão” (que teve sua prisão preventiva decretada pela Vara Criminal local no final da tarde de sexta, dia 21) que também estava armado e disparou vários tiros na ocasião.

De repente, começa o tiroteio e Macri dispara contra, possivelmente Paulo Roberto Vieira, que teria feito o primeiro disparo, mas que não aparece no primeiro vídeo (somente no de uma câmera que estava mais distante, mesmo assim não dá para ver se está atirando) e, em seguida, o sargento leva um so­co no rosto desferido por Laércio Marques, de 57, e acaba atirando nele após ser agredido novamente.

Num outro vídeo a câ­me­ra está situada mais lon­ge, mas dá para ver dois homens de boné. Um deles seria Laércio, que vai à frente e ataca o sargento aposentado. E o outro fica mais afastado, armado, que seria Paulo Sergio Vieira.

Em outra filmagem dá para ver o ex-soldado Leandro Ribas da Silva, 40 anos, correndo, sem dar mostras de estar armado, e o outro homem de boné, possivelmente Paulo Roberto Vieira, 38 anos, que estava armado com um revólver calibre 38, também funcionário de Euripinho, correndo atrás do ex-PM já com arma em punho.  Como o soldado recebeu um tiro na região occipital (nuca) tudo indica que possa ter sido alvejado neste instante.

HOMICÍDIO OU TENTATIVA?
Os seis envolvidos inicialmente foram indiciados em inquérito policial por Tentativa de Homicídio e Associação Criminosa e tiveram suas preventivas decretadas pelo mesmo motivo.

Segundo o entendimento do jornalista José Antônio Arantes, que também é advogado, Euripinho e seus funcionários deverão responder por homicídio consumado e não mais tentado como foram indiciados inicialmente, uma vez que a morte do ex-soldado, mesmo que tenha ocorrido sete dias depois dos fatos, se deu em razão dos ferimentos resultantes do tiroteio. Cada um, no entanto, tendo sua pena dosada de acordo com sua participação.

Já o sargento aposentado poderá responder por tentativa de homicídio, já que pode ficar comprovado ter acertado o ombro de Paulo Sérgio Vieira, o braço do empresário Euripedes e o abdômen e a face de Laércio. Mas poderá ter a seu favor a alegação de legítima defesa, se ficar comprovado que reagiu a um primeiro tiro disparado por alguma arma do grupo liderado pelo empresário Euripinho.

Elton Albertino, que está preso na cadeia de Colina, por exemplo, o motorista do carro que levou os funcionários de Euripinho pa­ra o local do crime de acordo com as filmagens das câmeras de segurança, pe­lo que se depreende, deverá responder agora por homicídio e associação criminosa, tendo a seu favor o benefício da redução de pena por não ter sido o autor dos disparos, já que as filmagens mostram claramente que ficou dentro do carro no momento do tiroteio.

Paulo Sérgio Vieira, também preso na cadeia de Colina, poderá responder por autoria de homicídio consumado e associação criminosa se ficar comprovado que foi ele quem disparou o tiro que acertou a região occipital do ex-soldado Ribas, já que nas filmagens das câmeras de segurança aparece correndo atrás dele com arma em punho.

Já Laércio Marques, “Laércio Peão”, que pelas filmagens aparentava estar desarmado, levou dois tiros e continua internado na Santa Casa de Olímpia, com ótima recuperação, já no quarto (ficou na UTI até quinta-feira, 20), poderá responder também por coautoria em homicídio consumado e associação criminosa, também podendo fazer jus a redução de pena por não ser o autor dos disparos.

Já o empresário Euripe­des Augusto de Melo, Eu­ripinho, se ficar comprovado que também realizou disparos (a arma que teria utilizado desapareceu do local dos fatos) também deve responder por homicídio e associação criminosa.

Emerson Aniceu Tei­xeira, de 39 anos, o “Nim Peão”, que, pelas filmagens atirou em várias direções, possivelmente também em direção ao ex-soldado, também poderá responder por homicídio e associação criminosa.

 
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