08 de setembro | 2013

Empresa se recusa a assumir obra abandonada por empresa envolvida com a Máfia do Asfalto

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Embora tenha participado do processo e perdido por ter apresentado um valor maior, a empresa BEMA Empreendimentos e Construção, de Piracicaba, se recusou a assumir a obra da Estação de Tratamento de Água (ETA), do Jardim Luiza, zona leste de Olímpia, que consta no projeto de implantação de um sistema de captação de água do rio Cachoeirinha.

Pelo menos essa foi a informação divulgada no início da tar­de desta sexta-feira, dia 6, pe­lo prefeito Eugênio José Zu­li­ani, durante uma entrevista que foi levada ao ar por uma emissora de rádio local.

Curiosamente, de acordo com o prefeito, a BEMA foi a segunda colocada no processo de licitação no qual saiu vencedora a S­ca­mat­ti & Seller, de Votuporanga. Consta que a empresa enviou um ofício à Prefeitura Municipal de Olímpia agradecendo o convite e abrindo mão do direito de assumir a obra.

“Chamamos a segunda colocada, uma empresa de Piraci­ca­ba, chamada BEMA Construtora que, ontem (quinta-feira, dia 6), declinou e não vai participar”, afirmou Zuliani.

Também de acordo com ele, a Prefeitura já manteve contato com a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pelos pagamentos relativos a essa obra e já está sendo preparado um novo processo de licitação.

“A empreiteira (venceu licitação) quebrou, foi embora e a segunda (colocada) não quis assumir. Então, vamos relicitar a obra do tratamento de água, que é uma obra do PAC”, comentou sobre a saída da Scamatti & Seller e a recusa da BEMA.

MÁFIA DO ASFALTO

Como se sabe, a desistência da S­camatti & Seller, que tem seu nome envolvido com a chamada Máfia do Asfalto desmantelada pela Operação Fratelli, vai parar e atrasar a obra de conclusão da E­TA, por apro­xi­ma­­damente sete me­ses.

Pelo menos essa é a conclusão que se pode chegar a partir da estimativa do secretário municipal de Obras, Renê Alexandre Galetti, à mesma emissora de rádio, mas na semana anterior.

Ele espera que até o final desse ano esteja com o nome da nova empresa definido e que a obra esteja reiniciada. “Nós estamos fazendo um levantamento daquilo que já foi pago pra republicar a licitação”, explicou.

Também de acordo com ele, a Caixa Econômica Federal (CE­F) já aceitou o distrato que teria sido proposto pela própria Scamatti & Seller para a paralisação da obra.

A Scamatti & Seller abandonou a obra ainda na primeira fase, que está estimada em seis milhões de reais, há aproximadamente do­is meses. Por isso, está praticamente descartada a conclusão ainda neste ano, conforme era pretendido pelo prefeito Eugênio José Zuliani. A empresa teria executado apenas 10%, aproximadamente, dos serviços previstos.

Prefeito espera que a obra da ETE não sofra problema de continuidade

Ao comentar as várias obras que estão paralisadas no município, o prefeito Eugênio José Zulia­ni afirmou que espera que a obra para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que já iniciou há praticamente dois meses, em terreno que pertencia à empresa Sucocítrico Cutrale, além da rodovia Assis Chateaubriand, SP-425, não sofra com problemas de continuidade, como está acontecendo com a de implantação do sistema de captação de água do rio Cachoeirinha.

Segundo ele, a obra está caminhando a “todo vapor” (sic), principalmente pelas condições econômicas da empresa. “A empresa TC de São Paulo parece ser uma empresa muito saudável, com capital de giro importante para poder tocar a obra”, comentou durante entrevista mostrada no início da tarde da sexta-feira, dia 6, por uma emissora de rádio local.

Consta que há grande movimentação de trabalhadores e máquinas no local, bastante material para utilização na obra e até duas grandes escavações. No entanto, a ETE deverá ser concluída apenas em 2015.

Considerando o prazo de 30 meses, ou seja, dois anos e meio, para a conclusão, informado anteriormente pelo prefeito, e o fato da ordem de serviço ter sido assinada somente no final de maio, ainda se levará pelo menos quase dois anos e meio para ficar pronta.

A ETE está sendo implantada em terreno que pertencia à empresa Sucocítrico Cutrale, bem ao lado da área e da edificação nas quais por vários anos funcionaram a fábrica de suco, o depósito, a câmara fria e o pátio de manobras de caminhões.

Quem sai de Olímpia pelo chamado “trevo da Cutrale” ou “do Minerva” e faz o contorno sentido São José do Rio Preto pode ver o movimento da obra à direita. Quem vem sentido O­límpia, o verá à esquerda. A no­va ETE tratará cerca de 70% do esgoto gerado na cidade.

O termo de início da obra foi assinado na manhã do dia 29 de maio, quando o prefeito recebeu no Gabinete os representantes da empresa ETC, vencedora da licitação da obra, que será realizada com recursos do programa “Água Limpa”.

A licitação para definir o no­me da empresa responsável pela obra foi realizada pelo DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica), órgão vinculado ao Governo do Estado de São Pa­ulo, mas também responsável pelo tratamento de esgotos. Consta que a partir da conclusão da licitação, o prazo é de 30 meses para que a obra seja terminada e entre em funcionamento.

Mas como já atrasou o início, agora também haverá atraso em relação à previsão da inauguração, antes prevista para o mês de abril de 2014 passando agora para o final de 2015.

PROJETO ÁGUA LIMPA

A verba de R$ 20,4 milhões do projeto “Água Limpa”, para a construção da ETE, é que possibilitará o tratamento da totalidade do esgoto produzido na cidade. No primeiro semestre de 2010 o prefeito desapropriou parte da área de propriedade da Suco­cí­trico Cutrale. Além da ETE, o dinheiro do Estado tem que ser usado também para a construção de um emissário com mais de dois quilômetros de comprimento para levar dejetos até a estação.

O projeto prevê duas estações elevatórias, para recalque, uma delas abrangendo toda a bacia do córrego dos Pretos, fazendo a transposição para a bacia do rio Cachoeirinha.

A outra elevatória recalcará 100% do esgoto, transportando mais dois quilômetros, atravessando a rodovia SP-425, até a área de 145,2 mil metros quadrados onde está sendo construída a ETE compacta, com capacidade para tratamento de esgotos produzidos por até 70 mil habitantes, segundo informa o Executivo.

Pelo projeto, no sistema compacto o tratamento é feito em 24 horas, aliando o sistema natural com o químico. O custo será mi­ni­mizado com a ausência da manutenção obrigatória da lagoa tradicional a cada cinco anos, com lo­do depositado em sua base. A eficácia do sistema compacto é de 99%, e o da lagoa 85%, conforme explicou à época o diretor superintendente da Daemo Ambiental, Valter José Trindade.

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