19 de abril | 2020

Diretor técnico dá detalhes sobre como Santa Casa se preparou para a pandemia

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TREINANDO PARA A BATALHA!         Segundo andar foi preparado para receber os pacientes com o Covid-19.

Se no pico da epidemia precisar a Santa Casa poderá utilizar o setor onde está sendo construída a nova emergência e mudar pra lá os pacientes com o novo coronavírus.

O vice-prefeito e diretor técnico da Santa Casa de Olímpia, médico Fábio Mar­tines, em entrevista ao programa Cidade em Destaque, via Skype, no último dia 9, explicou com detalhes sobre como a Santa Casa se preparou e como ela deverá funcionar em meio a pandemia do Covid-19 que já está provocando internações no hospital.

Segundo o médico, a Santa Casa, em razão da quarentena e do isolamento social que grande parte da população adotou, teve diminuído o número de doentes internados. “Isso foi uma coisa boa. Conseguimos esvaziar o hospital para a gente se preparar para uma eventual crise. Todo planejamento vem sendo feito por uma equipe grande, nós estamos tendo todo apoio do nosso provedor, todo apoio da prefeitura. Tem uma equipe de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutrição, farmacêutico, todo mundo muito focado nisso. Eu acredito que, para uma cidade do porte da nossa, nós estamos bem estruturados”.

Sobre qual o caminho que o possível doente percorrerá, o médico disse: “Hoje a gente tem uma escala médica no hospital que vai receber esse paciente lá, vai fazer essa avaliação e se tiver com sintomas vai para o segundo andar. Ali, em uma ala que nós fizemos toda destinação para o covid-19, ele ficará isolado. Serão colhidos os testes dele e esse paciente vai ser avaliado clinicamente. Se preencher os critérios e estiver tendo uma evolução clínica desfavorável, rápida e tiver uma imagem radiológica ruim, provavelmente, com o consentimento dele, nós vamos iniciar o tratamento com hidroxicloro­quina e azitromicina, desde que ela não tenha nenhum fator de risco para arritmia grave”, afirma.

“Então – continua – tudo isso está sendo analisado e vai ser planilhado. A enfermagem vai ter um “check­list” de remédios que juntos com a hidroxicloroqui­na podem causar arritmia grave. Nós estamos fazendo toda uma preparação e está sendo importante a gente não ter casos graves no momento, porque está dando tempo de a gente se preparar para que se esse doente precisar ser tratado, ser trado com segurança”.

Martines continua narrando como será o tratamento: “Aí ele inicia o tratamento e vai ser observado 24 horas. Se esse paciente evoluir mal e necessitar de entubação, vai ser levado para um leito de UTI, que foi montado também no segundo andar. Aí ele será tratado com um paciente na UTI. São novos leitos de UTI credenciados no Ministério da Saúde especificamente para o covid-19.  Por enquanto, são dois leitos podendo chegar a vários!.

O médico explica que uma ala do segundo andar foi prepara para tratar o covid-19, podendo chegar a ocupar o segundo andar todo. A equipe de manutenção está acelerando as obras do que seria a sala de trauma e a enfermaria e isso vai abrir a possibilidade de, em uma explosão de casos, a gente remover toda área de covid-19 para baixo, porque daí você conseguiria montar uma UTI. Mas isso em um segundo momento, quando a gente tiver acesso aos testes, confirmar os casos para que a gente possa por todos os pacientes cofirmados em uma ala só para diminuir o uso de EPI, diminuir a exposição de funcionários”. 

Sobre o hospital de campanha, Fábio destacou: “Esse hospital de campanha seria um hospital de retaguarda, não é o doente grave que vai para lá. Os que iriam para lá seriam os doentes que saíram da fase principal da doença, que estão se recuperando e que não tem possibilidade de fazer isso em casa, porque estão precisando de oxigênio, de hidratação, por exemplo”.

E conclui: “O sintoma que leva a internação é a falta de ar, que a gente chama do ponto de vista médico de dispneia, é aquele cansaço excessivo. Na Santa Casa, os casos suspeitos ficarão internados em média de três a quatro dias. E o que a gente sabe é que se esse paciente vai para a UTI, em média ele fica de 15 a 20 dias, mas isso a gente ainda tem apenas os dados da Itália, de fora. A gente não tem histórico daqui, porque cada país tem sua particularidade”.


 

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