15 de março | 2010

Diretor do DAEMO reconhece que água é cara, mas não explica as torneiras secas

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Depois de constantes reclamações, que perduram há quase 20 dias, pelo menos, o superintende geral do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO), Valter José Trindade, foi a uma emissora de rádio da cidade, reconheceu que a preço cobrado pela água é alto em demasia, mas, por outro lado, não explicou o motivo porque as torneiras das residências de alguns bairros estão constantemente secas.

Numa das reclamações de falta constante de água, uma moradora do Jardim Paulista, zona leste, que não se identificou, chegou a informar na mesma emissora em que o diretor tentou explicar, que o bairro já está até preparando um abaixo-assinado, por causa da falta de água. “Queria que ele explicasse para nós, porque faz mais de um ano que estamos sem água aqui. Não são 15 dias, 20 dias, isso vem acontecendo todos os dias. Na comemoração do aniversário de Olímpia, a água voltou por volta de duas horas da manhã. Todo mundo festejando e nós sem água aqui dentro de casa, pelo menos para fazer comida”, reclamou.

De acordo com essa moradora, dificilmente se tem água para tomar banho, preparar uma refeição ou mesmo beber. “Moro em frente a uma caixa d’água, eles fecham o registro e soltam a água não sei para onde e nós ficamos sem água”, reclamou.

Ela reclamou  que além disso, quando chega a conta do consumo, se atrasar cinco dias, aparece o aviso de corte do fornecimento. “A gente tem direito de ter a água na torneira. Faz um ano que moro aqui e  é freqüente a falta de água.  Esse final de semana na noite de sexta para sábado, a água chegou por volta de duas horas da manhã e no domingo ficamos das oito ou nove horas da manhã, até à meia-noite, sem uma gota de água”, reforçou.

Outra consumidora, que se apresentou com o nome de Dona Maria, que reside no Jardim Augusto Zangirolami, conhecido também por CDHU 3, na zona norte, também telefonou à mesma emissora de rádio reclamando da secura constante em sua torneira. “O problema aqui é água. Nós estamos sem água desde ontem a uma hora da tarde até agora”, disse na quarta-feira, dia 10.

Dona Maria reclama de manobras para abastecer outros bairros: “Eles cortam a água da gente e manda para outro bairro, corta de outro e manda para a gente. Eles estão fazendo isso”.

ÁGUA DESAPARECIDA E CARA
Mas ela reclamou ainda dos altos valores que aparecem em sua conta, mesmo consumindo pouca água e ainda contando com a ausência do líquido: “é só eu e meu marido, não tenho quintal para lavar, não tenho calçada para lavar, temos um carro velho que não lavamos e fica lá na rua, lavo roupa a cada 15 dias para não gastar muita água, tomo um banho por dia e desligamos o chuveiro e depois liga de novo para se enxaguar, e no mês passado nos mandaram uma conta de R$ 70. Fui lá e reclamei, ela rasgou o boleto e me deu um de R$ 56”.

Mas a conta seguinte foi novo tormento: “Agora, me mandaram um outro de R$ 73, sendo que nós vivemos aqui mais sem água. Ontem, cortaram era uma hora da tarde e até agora estamos sem água. Estou sem fazer almoço porque a nossa caixa está praticamente vazia e não quero usar toda a água da caixa”.

OUTRO LADO
Além de alegar novos projetos que considera necessários para solucionar de vez a questão do abastecimento, Trindade, justifica que nesse período do ano “há uma falta anormal de água”(sic), segundo ele, por causa dos serviços de manutenção que têm sido realizados nos poços, incluindo bombas, e reservatórios.

“Só que para fazer isso temos que desligar o poço, esvaziar a caixa, pintar por dentro, pintar por fora, trocar a bomba, bota (sic) uma bomba nova e leva aquela para arrumar e volta.

Então, nós desmontamos três vezes no bairro”, tentou justificar. Entretanto, ele não foi questionado por causa da falta constante de água em determinados bairros.Trindade se referiu apenas em relação aos valores cobrados, que entende serem realmente altos. Além disso, apenas reconheceu que a autarquia está cobrando muito caro pela água distribuída na rede ao consumidor.

Por isso, até fala em modificação da tabela tarifária utilizada em Olímpia. “Temos uma visão bem clara disso, que o preço tem que ser único e pelo consumo e, não achando que uma classe gasta mais e outra classe gasta menos. Isso não é verdadeiro”, observou.

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