29 de maio | 2016

Uma análise sobre as perspectivas de futuro diante do novo quadro político e econômico

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TUDO AQUILO …
… que se temia, já começa a dar sinais de que vai acontecer. Os neoliberalistas começam a dar mostras que estão a serviço daquilo que a sociologia chama de hegemonia: a democracia, via neoliberalismo, a serviço da grande potência.

E A COISA É …
… bem mais simples de se entender do que parece.

TUDO O QUE …
… você, eu e todos consumimos é oriundo da natureza. Tudo mesmo. Imagina alguma coisa que não seja. Roupas, comida, carro, smartphone, combustível, até remédios são extraídos literalmente da mãe natureza.

AÍ VOCÊ …
… perguntaria: E daí? Daí que, segundo dados de organizações internacionais, atualmente o planeta já estaria com um déficit de meio planeta a cada doze meses para se regenerar. Ou seja, demoraria 18 meses para recompor tudo o que dele foi retirado durante 12 meses para ser consumido por todos os bichos homens que habitam este mesmo planeta.  

OS ESTADOS UNIDOS …
… não conseguem produzir o tanto que necessita para consumir e têm que comprar dos países mais pobres.

AÍ LANÇAM …
… seus tentáculos através do dinheiro investido principalmente em empresas transnacionais e mesmo no mercado de ações, ou através das privatizações.

ESCRAVIZAM …
… os países em desenvolvimento através da dominação do capital e da imposição da globalização neoliberalista que privatiza tudo em nome de uma iniciativa privada que não é tão privada assim, eis que financiada pelo capital americano e, através deste esquema, sustentando o padrão de vida dos moradores da terra do Tio Sam.

SE VOCÊ …
… não se acha escravo é só se fazer uma perguntinha básica: o escravo vivia para que: pela mera sobrevivência. E você? Consegue fazer algo mais do que trabalhar, trabalhar e trabalhar para meramente sobreviver, sustentando uma vida imposta e que você nem sabe para que e por que.

ESTA DOMINAÇÃO …
… antes se dava através da chamada indústria cultural (música, literatura, cinema), exportando os costumes. Hoje temos também a internet. Deixamos de ser nós mesmos para idolatrar o consumismo americano, mas, claro, sem ter a distribuição de renda deles.

DE LÁ …
… e através da música e principalmente do cinema aprendemos o egoísmo do capitalismo selvagem, do cada um pra si e Deus pra ninguém; do salve-se quem puder; e aí, por analogia, num país sem a tradição moral do nosso, o levar vantagem em tudo.

TUDO ISSO …
… agora está agravado pelo controle da mídia que cai no “conto do vigário” e, com profissionais mal formados, sem conhecimento, esbravejam verborragia chula, desprovida de embasamento científico, calcada no “achismo” de um senso comum carente de dados consistentes.

E AGORA …
… a internet, via facebook e whatsapp, além de ajudar a promover esta dominação, mantendo cada vez mais longes da realidade a grande maioria da população, portanto, alienada, ainda serve também de instrumento de manejo para a imposição dos princípios neoliberalistas escravizantes.

LÁ, UM LIXEIRO …
… (sem desmerecer a profissão) ganha algo em torno de dois a três mil dólares por mês. Aqui, 90% da população não ganha isso.

IMAGINA SE VOCÊ …
… ganhasse este valor (mais de R$ 10 mil) por mês? Iria comprar carro novo a cada seis meses; roupas à vontade; “smartcrack” (quer dizer smartphone) também pelo menos uns dois por ano; e por aí afora.

SERÁ QUE …
… teria mundo suficiente para extrair todo este consumo? Será que é por isso que sempre vai ter que existir poucos ricos e uma maioria esmagadora de escravos pobres? O que você acha?

AGORA, PENSEM …
… comigo: hoje, os Estados Unidos, com quase 320 milhões de habitantes, consome mais de 20% de tudo que é produzido no mundo e é considerado por isso a grande potência, o imperialista que alastra seus tentáculos via dominação dos países mais pobres. Imaginem quem está buscando este mesmo patamar de grande potência e deverá sem dúvidas alcançá-lo nos próximos anos? A China.

SABE QUANTOS …
… habitantes tem este país atualmente? Quase 1,4 bilhões. É mole? Mais de quatro vezes o número de americanos. Se todos consumirem a média americana, quantos mundos teríamos que ter para bancar mais este consumo? Deu pra entender? Pelo menos uns quatro.

AÍ VOCÊ …
… questionaria: o que deverá acontecer então? Elementar meu caro leitor. Não temos quatro mundos para explorar, assim como já estamos sofrendo as consequências da defasagem de meio planeta a cada doze meses atualmente.

SE VOCÊ NÃO …
… conseguiu parar pra enxergar, tente pesquisar o que está acontecendo e o porquê de tantas epidemias, tantas doenças (até que já estavam extintas), furacões, terremotos e por aí afora. É a mãe natureza se defendendo de seu maior agressor e exterminador: o bicho homem.

SE A SITUAÇÃO …
… já estava ruim, não dá pra ter esperança de que vá melhorar vendendo mais ainda o país. Entregando nossa matéria-prima e nossa vasta natureza (via capital estrangeiro e privatizações) para sustentar o consumismo do Tio Sam.

E O PIOR É …
… que a grande massa, dominada, não percebe o que está acontecendo e passa a destilar ódio contra tudo e contra todos, não percebendo que sua falta de reflexão crítica, de conhecimento, está levando ao caos.

E O PIOR É …
… que, se a esperança poderia estar na educação, as primeiras medidas que estão sendo anunciadas pelo presidente tampão e seus aliados neoliberalistas indicam o caminho da privatização até deste setor.

OS GOVERNOS …
… neoliberalistas, como o do Estado de São Paulo, cujo modelo parece ser o preferido do grupo tampão, não trabalha pela melhoria do ensino público, mas sim, caminha no sentido de seu sucateamento para promover a sua privatização.

O QUE SE VÊ …
… é a intenção cada vez mais escancarada de se acabar com o ensino público a exemplo do que aconteceu em outros países e, principalmente, na grande potência da qual se extraí o nosso “modus vivendi”, os Estados Unidos.

SEGUNDO ENTREVISTA …
… do diretor da Faculdade de Educação da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas – Luiz Carlos de Freitas, publicada no site jornalistaslivres.org, esta intenção seria marcante entre os governantes do PSDB nos Estados de São Paulo, Paraná e Goiás.

ELE ARGUMENTA …
… que em 2015, professores da rede pública de seis estados desafiaram os governos estaduais com uma greve que buscava não só melhores salários como também uma escola pública de qualidade. Em São Paulo, foram 92 dias. No Paraná, com 50 dias de greve, a violência policial contra os servidores públicos, manifestantes e jornalistas mostrou quem era a PM do governador Beto Richa (PSDB).

EM SÃO PAULO, …
… a truculência da PM contra os estudantes não foi diferente com o projeto de “reorganização” das escolas e continua até hoje. Após o levante dos secundaristas pelas ruas e pelas mais de 200 ocupações, Geraldo Alckmin (PSDB), que não recuou durante a greve, cedeu, temporariamente, às reivindicações e suspendeu a aplicação do plano para 2016.

EM GOIÁS, …
… desde dezembro de 2015, os estudantes seguem na luta contra a militarização do ensino e a imposição do governador Marconi Perillo (PSDB), em transferir a gestão das escolas públicas a organizações sociais.

FREITAS …
.. conta que, de acordo com o National Center of Education Statistics (NCES), o número de escolas públicas norte-americanas administradas pela iniciativa privada, conhecidas como ‘Escolas Charters’, soma mais de 6 mil, em funcionamento desde 1999.  

NO CHILE …
… em 2006, os secundaristas chilenos foram às ruas pedir o passe livre estudantil e melhorias para o sistema educacional a então recém empossada presidente Michelle Bachelet. O movimento, que resultou no documentário “Revolução dos Pinguins”, do diretor Carlos Pronzato, inspirou a luta e as mais de 200 ocupações dos alunos da rede estadual paulista contra o projeto de “reorganização” das escolas do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O PROFESSOR …
… defende a tese de que São Paulo quer se livrar do ensino fundamental passando a sua responsabilidade total (dois ciclos) para os municípios (de quem seria a obrigação segundo a Constituição Federal), ficando com a responsabilidade do Ensino Médio que seria a sua obrigação segundo a CEF de 1988, para poder terceirizá-la.

PRA ELE …
… o governo de São Paulo estaria querendo promover a terceirização, seguindo um modelo, de acordo com o professor, que foi implantado em Pernambuco, inclusive com o mesmo instituto que gere o sistema naquele Estado.

PRESSIONADOS …
… pela crise e para se livrar do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Social quanto à contratação de funcionários, a tendência é que não só o Estado, mas os municípios também promovam a terceirização.

O DIRETOR …
… da Faculdade de Educação da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas – Luiz Carlos de Freitas, entende que é mais fácil privatizar ou terceirizar do que atacar de frente os problemas enfrentados hoje com excesso de alunos em sala de aula, a questão da carreira do professor, a questão da infraestrutura das escolas, formação do professor, pois estas são as temáticas que não se busca nem solução nem discussão, porque está se vislumbrando um atalho mais compensador para o Estado.

LUIZ CARLOS …
… entende, no entanto, que isso é muito preocupante porque é certo que os resultados não serão compensatórios. Como consequência, aponta uma piora na segregação escolar, uma estagnação entre a diferença entre ricos e pobres, entre gêneros, entre raças, como ocorreu no Chile e nos Estados Unidos, onde o ensino público foi privatizado.

SEGUNDO ELE …
… são várias as perversidades trazidas por este sistema. No Chile, por exemplo, as terceirizadas brigavam com o Estado, porque não queriam pobres, pois o custo seria maior; as escolas terceirizadas têm regras duras, nos Estados Unidos o pai assina um contrato com a instituição onde ele tem ciência que se a criança não se adaptar às exigências da escola, ela será convidada a deixar a escola.

E CONTINUA: …
… “As escolas públicas remanescentes se transformam em guetos e todos que não se ajustam nas privatizadas, junto com os desmotivados ficam nelas e ainda desvia o dinheiro para a terceirizada, como você vai melhorar o desempenho da pública? Cria-se uma espiral negativa própria de quem acha que tem que privatizar”

PARA O PROFESSOR …
… esta mudança ocorrida nos Estados Unidos teve uma consequência muito clara: criou um mercado que hoje estaria na casa dos 900 bilhões de dólares. Lá se fecharam escolas públicas em razão do desempenho, com metas inatingíveis e da mesma forma que está ocorrendo aqui, ou seja, sem se atacar os problemas principais, principalmente os pedagógicos.

O DIRETOR …
… da faculdade de Educação da Unicamp vaticina que nós vamos passar por isso e que os dados que demonstram que estas políticas não funcionarão já estão disponíveis. É uma questão de olhar pra eles deixando um pouco a fé de lado, e prestar atenção nos efeitos colaterais que eles estão produzindo”, concluiu.

TRADUZINDO …
… tudo em miúdos. A perspectiva que se avizinha não é das melhores. Pois a distribuição de renda no sistema neoliberal passa pela tal da meritocracia, ou seja, o escravo tem que se capacitar para receber chibatadas (salário) melhores e com uma cultura fruto da miscigenação, sem valores definidos, ao contrário, impostos pelos dominadores, sem uma educação que resgate os atingidos pelo sistema (a grande maioria), perde-se a esperança.

José Salamargo … com um gosto amargo de fel, por estar sentindo que ainda não se chegou ao fundo do poço. Ainda teremos muito que sofrer para poder renascer. E será que o planeta terra resistirá até lá. É preferível continuar a viver este estado latente de alienação que faz com que trabalhemos cada vez mais, e cada vez menos utilizemos nossa mente para refletir, para buscar evoluir, para ser mais do que ter, para buscar entender melhor as coisas. É mais fácil relaxar e encher a cara de cachaça nos finais de semana, sair de órbita nos quatro dias de carnaval, ser fanático por futebol e continuar apenas sobrevivendo. Melhor ser escravo do que senhor de si?

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