28 de março | 2010
Diretor do DAEMO afirma que cidade já vive colapso de água
Embora evitando fazer relação com os constantes cortes de fornecimento que têm sido verificados em todas as regiões, exatamente na semana em que?a Organização Mundial de Saúde (OMS), rede ambientais e comunidades de águas comemoraram o Dia Mundial da Água – 22 de março – o superintende geral do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO), Valter José Trindade, declarou na terça-feira, dia 23, que a cidade já enfrenta um colapso no abastecimento de água.
"O colapso, praticamente nós já estamos nele. Estamos vivendo isso. Pode piorar se a gente não tomar as providências que estamos adotando", enfatizou quando explicava a necessidade de fazer investimentos urgentes no setor, principalmente a partir da utilização da ETA (Estação de Tratamento de Água), cuja obra iniciou e foi paralisada, ao lado do Jardim Cecap, zona leste da cidade.
A afirmação é mais contundente do que a feita a um jornal da região, por ocasião do aniversário de Olímpia, pelo prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, anda considerando que a produção de água estaria num limite aceitável, embora reconhecendo os riscos de complicação da situação.
De acordo com o prefeito, o DAEMO estaria retirando cerca de 450 metros cúbicos de água por hora do córrego Olhos D’Água, através da captação do Jardim São José, na zona sul, quando o limite aceitável seria 150 metros cúbicos para não comprometer a capacidade. "Se houver uma seca prolongada na região, ficamos sem água", diz o prefeito.
Por isso, Valter Trindade volta a defender a retomada da obra, que ficou conhecida nos meios políticos como "elefante branco". Para tanto, o DAEMO já solicitou ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão vinculado à Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, outorga – autorização – para retirar cerca de 400 mil litros de água por hora, da calha do rio Cachoeirinha.
O pedido foi feito depois de estudos técnicos que apontam para a viabilidade da utilização das estruturas já construídas, da obra de implantação da nova Estação de Tratamento de Água (ETA), iniciada ainda na administração do ex-prefeito José Carlos Moreira.
A obra, que está em terreno que pertencia à família David de Oliveira, mais precisamente onde funcionava o CREDO (Clube Recreativo dos Empregados do David de Oliveira), foi iniciada e teve andamento em sua primeira fase, entre os anos de 1993 e 1996, estaria avaliada, atualmente, em R$ 1,5 milhão.
Para a retomada da obra, segundo informação do prefeito, o DAEMO teria R$ 1,5 milhão em caixa, mas precisaria buscar mais R$ 1,5 milhão de financiamento para a construção da tubulação. No entanto, ainda não foi divulgado nenhum estudo técnico sobre a viabilidade de captar a quantidade de água desejada do rio Cachoeirinha.
HISTÓRICO DA NOVA ETA
A ETA, que se encontra com sua construção paralisada, conforme foi divulgado no início do ano de 1997, por esta Folha, teria absorvido recursos superiores a quatrocentos mil reais, recebidos a fundo perdido do governo federal e representa apenas 5% do projeto anunciado.
No início de fevereiro de 1997, a construção da ETA, que já era objeto de inquérito policial, que se transformou em ação civil pública, face a denúncias de que teriam ocorrido irregularidades na sua construção, era considerada um "elefante branco", pelo engenheiro Carlos Eduardo de Almeida Meyer, especializado em hidráulica, que defendia estudos para aumentar a captação de águas através da perfuração de poços.
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