O Diário Oficial do Município de terça-feira, 17 de outubro, confirmou as alterações anunciadas extraoficialmente pelo iFolha, de que o prefeito Fernando Cunha iria mexer no seu secretariado visando manter sua influência sobre o Legislativo local.

Estas alterações, sem dúvida, surgiram após os recentes eventos na Câmara Municipal, marcados pelo retorno de seu ex-secretário das Relações Institucionais, Sargento Tarcísio, quando a compra de um barracão no distrito industrial foi rejeitada pelos vereadores; a urgência do Orçamento foi negada; uma CEI para investigar irregularidades em seu governo foi protocolada; e, ainda, um voto de aplauso ao deputado Itamar Borges (endossado por todos os vereadores) foi apresentado e aprovado.

Itamar propôs um projeto na Alesp nomeando o novo viaduto de entrada da cidade em homenagem ao médico Nilton Martines, contrariando a preferência do prefeito.

Para afastar o suplente do PSD, Rodrigo Ruiz, da Câmara, Cunha teve que exonerar dois secretários vereadores para que retornassem ao Legislativo: Hélio Lisse Junior (Segurança, Trânsito e Mobilidade Urbana) e João Paulo Morelli (Zeladoria e Meio Ambiente).

Para a Secretaria da Segurança, nomeou o também ex-delegado, João Brocanello Neto e, para a Zeladoria, o funcionário de carreira, Guilherme Amim de Faria.  Na Câmara, Hélio Lisse Junior substituiu Luciano Ferreira e João Paulo entrou no lugar de Rodrigo Ruiz.

Luciano perdeu sua posição não por desagradar o prefeito, mas porque sua saída era estratégica, já que Rodrigo Ruiz, tendo recebido menos votos, era o último suplente dos três representantes do PSD na Câmara. Ou seja, para tirar a cadeira e passar a rasteira em Ruiz, tinha que também tirar a do suplente ascendente.

 A razão fundamental das mudanças foi a postura de Rodrigo Ruiz, que votou contra a aquisição do barracão, a urgência do orçamento e assinou tanto o requerimento da CEI quanto o voto de aplauso ao projeto nomeando o Dr. Nilton ao novo viaduto.

Com as mudanças, Cunha, ao menos por ora, conta com 7 vereadores sob seu mando, deixando na oposição somente Sargento Tarcísio (MDB), Márcio Iquegami (União Brasil) e Marcelo da Branca (PSDB).

Contudo, especula-se nos corredores da Câmara sobre a proximidade de Lisse Jr. com Tarcísio, o que poderia ser problemático para o prefeito. Alguns acreditam que Hélio tenha estabelecido um acordo com Cunha em busca de apoio, e essa relação poderia ser instrumentalizada pelo prefeito para monitorar o grupo de oposição.