22 de agosto | 2010

Decisão de delegado não agrada conselheiros tutelares

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A decisão do delegado de polícia Mário Renato Depieri Michelli, de registrar apenas um boletim de ocorrência de maus tratos contra apenas o pai da menor LLBS, de apenas 13 anos de idade, lavrador M.A.B.S., de 37 anos, que reside no Sítio Santo Antônio II, bairro rural Tamanduá, região norte do município de Olímpia.

Além da acusação de maus tratos apenas contra o pai, os conselheiros querem também que a mãe também seja indiciada em inquérito policial, bem como o próprio borracheiro Mateus Pereira de Oliveira, de 23 anos, que a estaria ameaçando com arma de fogo, para que mantivesse relação sexual com ele.


O conselheiro Rodrigo Celestino Maceno, afirmou em entrevista, que na verdade houve “excesso” do pai na forma escolhida para admoestar a menina. “Porque ele a fazia tirar a roupa para bater nela com cipó”, reforçou. Segundo ele, pode até ocorrer a perda do pátrio poder definitivamente.


“Vamos informar ao poder judiciário para que sejam tomadas medidas mais severas contra os familiares. A menina está na casa dos tios paternos e foram aplicadas medidas de advertência até que o judiciário tome medidas definitivas”, acrescentou.


O pai surrava a filha por suspeitar de que ela estava mantendo relacionamento amoroso com o borracheiro, que trabalha no local conhecido por Venda do Tamanduá e acabou não sendo indiciado por tentativa de estupro contra a menina.


TORTURA

“Chegamos ao local e encontramos a menina totalmente machucada, aparentemente marcou o corpo dela e também foi usada uma máquina de cortar cabelo para retirar algumas informações da menina, inclusive tem uma parte do cabelo dela que foi passada a maquininha”, disse.

“O pai, segundo Maceno, relatou que haveria o envolvimento com o borracheiro e que precisou bater nela porque ela não contava. “Mas em conversa separada com ela, a menina disse que estava sendo assediada e recebendo até ameaças feitas pelo borracheiro”.


“Alguns dias atrás ele (borracheiro) pediu pra ela se encontrar com ele, sentar no colo dele, e pôs uma arma dizendo se você não ficar comigo eu vou te matar. Ameaçando-a com uma arma”, informou Maceno.


O lavrador chegou a confirmou que havia batido na filha na segunda e terça-feira, dia 16 e 17, e afirmou que continuaria a bater na menina.


A Polícia Militar encontrou uma espingarda calibre 36, que estava no interior do quarto da casa do pai da menina e ainda um cartucho deflagrado.


Porém, a menina contou aos policiais que não tinha nada com o borracheiro, mas que era alvo de ameaças do mesmo, que, para tanto, utilizaria uma arma. Disse ainda que o borracheiro provavelmente seria fugitivo da justiça de Minas Gerais.Na delegacia o pai da menor foi autuado em flagrante apenas por posse ilegal de arma de fogo e pagou fiança no valor de R$ 1.000,00. Já em relação às agressões, o delegado entendeu que ele teria praticado apenas crime de maus tratos.


MAIS AMEAÇAS

Foi aplicada uma medida de proteção à menina. “Ela foi colocada com familiares como medida de proteção porque o pai e a mãe a ameaçavam, dizendo que se retornasse para casa tomaria um couro pior do que já tomou”, informou Maceno.

O conselheiro Jesus Aniceto Júnior, ao comentar o caso também demonstrou descontentamento com a medida adotada pelo delegado. Ele menciona a questão reforçando que o pai ameaçava agredir a filha, enquanto ela era ameaçada pelo borracheiro para que não revelasse o assédio e a tentativa de estupro. “Essas pessoas serão devidamente responsabilizadas pelos atos que tenham cometido”, asseverou.


Mas para a conselheira Dayana Paula Ruiz, o problema maior é a defesa que as mulheres (esposas ou companheiras) chegam a fazer do marido. “Ontem mesmo (3.ª feira) escutei a mãe dizer o seguinte: se meu marido ficar preso, vou fazer pior com ela do que ele fez. Isso é omissão da mãe”, contou.


De acordo com Paula Ruiz, ficou constatado, através de relato da própria menina, que ela chegava “matar” a aula, ou seja, deixar de comparecer à escola, para se encontrar com o borracheiro, por causa das ameaças que recebia.


Foi aplicada uma medida de proteção à menina. “Ela foi colocada com familiares como medida de proteção porque o pai e a mãe a ameaçavam, dizendo que se retornasse para casa tomaria um couro pior do que já tomou”, informou Maceno.


O conselheiro Jesus Aniceto Júnior, ao comentar o caso também demonstrou descontentamento com a medida adotada pelo delegado. Ele menciona a questão reforçando que o pai ameaçava agredir a filha, enquanto ela era ameaçada pelo borracheiro para que não revelasse o assédio e a tentativa de estupro. “Essas pessoas serão devidamente responsabilizadas pelos atos que tenham cometido”, asseverou.


Mas para a conselheira Dayana Paula Ruiz, o problema maior é a defesa que as mulheres (esposas ou companheiras) chegam a fazer do marido. “Ontem mesmo (3.ª feira) escutei a mãe dizer o seguinte: se meu marido ficar preso, vou fazer pior com ela do que ele fez. Isso é omissão da mãe”, contou.


De acordo com Paula Ruiz, ficou constatado, através de relato da própria menina, que ela chegava “matar” a aula, ou seja, deixar de comparecer à escola, para se encontrar com o borracheiro, por causa das ameaças que recebia.

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