14 de novembro | 2023

Drogas – O Diário de Uma Mãe

Compartilhe:

Drogas – O Diário de Uma Mãe

Quando Tita Caldas percebeu que o filho adolescente utilizava drogas, ela não sabia o que fazer ou a quem recorrer para afastá-lo do vício. Nos anos 1980, as informações sobre o assunto eram escassas, e uma família do interior de Santa Catarina tinha ainda mais dificuldades de descobrir como auxiliar um jovem com dependência química. Mesmo assim, a mãe buscou tudo que estava ao seu alcance para auxiliar o menino e, quatro décadas depois do início desta jornada, decidiu compartilhar as experiências vividas no livro “Drogas – O Diário de Uma Mãe”. A obra, escrita a punho na época, chega às estantes em um momento em que Tita se sente mais preparada para falar sobre o assunto. Tudo por uma causa nobre: acolher pessoas em situações semelhantes. Com este objetivo, expõe sentimentos íntimos para mostrar que as famílias não estão sozinhas nesta luta e, como muitos, enfrentou sentimentos de dor, culpa, raiva e frustração. O texto reconstrói dolorosos e reais acontecimentos, diálogos, pensamentos e cartas, sem a tentativa de amenizar os traumas. Neste formato confessional, a escritora explicita características comuns de pessoas com vício e que estavam presentes nos hábitos do filho Daniel. As mentiras, as fugas de casa, os ciclos de melhoria e recaída, o comportamento difícil e os furtos para pagar as drogas são alguns dos episódios relatados. Apesar disso, “Drogas – O Diário de Uma Mãe” não se propõe a ser um manual de como auxiliar familiares com dependência química, mas levanta a discussão e rompe o silêncio que envolve as drogas. Com este lançamento, que faz um recorte de uma década na vida do jovem, desde a adolescência até o início da vida adulta, a autora também eterniza as lembranças do filho. Para além das dificuldades, retrata o carisma, a bondade e o respeito à família que eram intrínsecos da personalidade de Daniel, uma vítima do vício. Tita Caldas se coloca aberta a críticas, para que os leitores possam aprender com os acertos e erros dela. Em várias partes da narrativa, faz uma autoanálise e pondera o que deveria ter feito diferente. O livro tem 312 páginas.

 

O Amor Urbano: Histórias do Rio e de Sampa

Versado em escrever e ensinar Ecologia, o professor titular da UNICAMP Paulo S. Oliveira transcende barreiras e lança seu primeiro livro de contos: “O Amor Urbano: Histórias do Rio e de Sampa”. A obra traz uma faceta criativa de alguém hábil com as palavras, mas que até então se restringia a usá-las em prol da Biologia. O livro, publicado pela Editora Telha, traz dez histórias de encontros e desencontros em cenários diversos do Rio e de Sampa – palcos mais que bem escolhidos para um amor urbano. “O Amor Urbano” conta histórias do dia a dia da gente na cidade grande. As pessoas se encontram no café, no bar, na banca de jornal, na praia, na gafieira, no trabalho, na farmácia, na garagem do prédio, na academia – e a vida delas muda a partir destes encontros. Há descobertas, romance, paixão e sexo… e também desencontros, traição, mágoas e ódio. Amor e desamor, desejos, fogo e sexo envolvem personagens em cenários diversos do Rio e de Sampa – as belas ilustrações realçam a leitura. As histórias incluem temas e contextos variados, tais como assédio sexual no trabalho, bissexualidade, homossexualidade, racismo, violência urbana, violência doméstica, prostituição masculina e feminina, alcoolismo, adoção infantil, psicoterapia. Cumplicidade e amor, conflitos e desencontros – nosso cotidiano à flor da pele. Os contos de “O Amor Urbano” se passam em bairros pobres, de classe média e de classe alta do Rio e de São Paulo, com passagens por Miami, Toulouse, Barcelona e Nova Iorque. Embora todas as histórias tenham personagens masculinos e femininos, o protagonismo é das mulheres. “O Amor Urbano” é definitivamente um compilado de tudo de melhor, pior e mais inusitado que podemos esperar de encontros e desencontros em grandes metrópoles. Tem 184 páginas.

 

O Voo da Raposa 

“O Voo da Raposa” é uma fábula sobre amor, coragem e perseverança inspirada na história de Fabrizio Michels. Como uma forma de presentear e homenagear a esposa, ele transformou o romance do casal em uma ficção que atravessa temas como maternidade solo, importância de seguir os próprios sonhos, busca por felicidade no cotidiano e senso de pertencimento. Na narrativa, a protagonista é a Raposa, uma mãe solteira que explora o território onde vive com o filhote, sempre à procura de segurança. Mas, mesmo na tentativa de proteger a família, precisa encarar mistérios e perigos ocultos. Essa realidade tão familiar muda quando ela conhece o Falcão e encontra uma pedra mágica. A partir disso, os dois vão enfrentar dilemas, sentimentos paradoxais e aventuras extraordinárias. Com este enredo, o autor narra as próprias experiências pessoais desde o momento que conheceu a amada até os dias atuais. A Raposa é a esposa, capaz de tudo para defender o filho e que precisou sustentar sozinha, uma criança em meio aos desafios de uma sociedade machista; o Falcão é o escritor, alguém que, por sempre prezar pela liberdade, nunca firmou raízes em um único lugar, mas mudou de perspectiva ao conhecer a mulher. Com uma linguagem simples em uma história repleta de desafios e enigmas, o leitor acompanha esta saga sobre crescimento pessoal, valor das escolhas e necessidade de enfrentar os momentos difíceis. Além de abordar questões como maternidade, empoderamento e superação, Fabrizio Michels transmite a ideia de que a felicidade não está no futuro, mas no presente, apesar de todas as adversidades: basta se permitir senti-la. O livro tem 172 páginas.

 

As Últimas Colheitas

O que fazer para alimentar oito bilhões de pessoas sem avançar mais com a agricultura intensiva tradicional? Quais os riscos para a vida, caso as grandes florestas tropicais, como a Amazônica, desapareçam do mapa devido ao avanço do desmatamento? Em “As Últimas Colheitas”, Philip Lymbery, autoridade mundial em meio ambiente, analisa e apresenta os bastidores inéditos da agricultura industrial e confronta a lógica da Big Agriculture. Publicado no Brasil pela Versos Editora, a obra aborda as realidades e impactos locais da agricultura intensiva em diferentes países. E evidencia reflexões sobre a necessidade de readequação das grandes empresas para a construção de um mundo sustentável e harmônico com a natureza. Em um capítulo dedicado ao Brasil, são expostos os danos do desmatamento de florestas para a produção pecuária, o uso excessivo de pesticidas e a produção industrial de soja – grandes responsáveis pela destruição de ecossistemas e o desaparecimento de povos nativos. Presidente do Eurogroup for Animals, o autor trata de questões complexas e sugere alternativas para a agricultura tradicional e o desmatamento desenfreado. Lymbery repensa métodos agrícolas, propõe diferentes formas para integrar cultivo e criação de animais, redescobre as técnicas para regenerar o solo e mantê-lo saudável, além de pensar sobre tecnologias possíveis para a preservação do planeta às gerações futuras. Atualmente, pesquisas apresentam muitos dados sobre os impactos negativos do avanço descontrolado da agricultura intensiva, mas pouco foi feito a respeito, e o livro “As Últimas Colheitas” traz contribuições importantes. Segundo Lymbery, o futuro das terras férteis e da biodiversidade do mundo dependerá da mudança radical do modo de produção, com o empenho de todos, principalmente de donos de mega fazendas, que utilizam produtos químicos e mantêm animais enjaulados para abate. O livro tem 320 páginas.

 

 

 

 

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas