12 de janeiro | 2021

Coronavírus faz sua segunda vítima fatal em 2021: mulher de 80 anos

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O SEGUNDO ÓBITO DO ANO!
Leonor Furlaneto Pereira, de 80 anos, faleceu na terça-feira, 12, na Santa Casa de Olímpia. Índice da cidade passa a ser de 145 óbitos por 100 mil habitantes, um dos maiores da região.


Uma mulher de 81 anos que veio a óbito na terça-feira, 12, foi o segundo óbito registrado no início do ano e também o segundo do mês de janeiro. Leonor Furlaneto Pereira (na foto comemorando aniversário), de 80 anos, veio a óbito apenas cinco dias após o primeiro falecimento do ano.

Ela foi internada no dia 11 de dezembro na Santa Casa de Olímpia e ficou pouco menos de uma semana no suporte ventilatório e depois foi para a UTI, vindo a falecer na terça-feira, 12. O hospital, assim como fez com o primeiro óbito do ano, não computou seu óbito como sendo por covid-19 mesmo com a vigilância sanitária tendo confirmado oficialmente, inclusive, que constava no atestado de óbito.

Leonor era cunhada da advogada Helena de Souza Pereira assim registrou, em seu perfil no Facebook: “Nossa querida cunhada Leonor Furlaneto Pereira, aos 80 anos de idade, fez sua Páscoa definitiva e foi morar com Deus. Mãe da Naila Furlanetto Pereira e da Luciana Furlaneto Pereira, avó da Maria Júlia Pereira Trinca e da Maria Luisa Pereira Trinca, lutou bravamente contra a Covid, conseguiu vencer o vírus, mas não conseguiu vencer as sequelas que ele deixou”.

E complementou: “Estes 30 dias de luta e resistência, pareciam longos, intermináveis, e no entanto, tão curtos quando chegou a hora…”.

As homenagens póstumas, por já ter passado o período de incubação do vírus, foram prestadas no Jardim das Primaveras, das 14 às 17:00 horas, quando foi enterrada no cemitério São José.

Ela foi o 80º óbito por complicações da Covid-19 em Olímpia desde o início da pandemia. No último mês do ano, dezembro, faleceram três moradores de Olímpia, um homem e duas mulheres.

Por outro lado, com 80 casos registrados até aqui, Olímpia passa a ter um número de casos de mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes superior à maioria das cidades da região, com 145 óbitos por 100 mil.

Na conta feita pelos especialistas, divide-se o número de mortes (80) pelo número de habitantes (55.130) e depois se multiplica o resultado por 100 mil, o que dá um resultado de 145.

Para se ter uma ideia, Barretos, que está com 160 e 122.833 habitantes o número é de 130 mortos por 100 mil habitantes.

O QUE DIZEM OS NÚMEROS

São 48 homens (60%) e 32 mulheres (40%). Dos 70 óbitos registrados até aqui, o mais novo tinha 28 anos e o mais velho 92. Apenas quatro deles tinham até 39 anos (5%). 09 tinham entre 40 e 59 anos (11%). 42 entre 60 e 79 anos (52%). E 24 com mais de 80 anos (30%).

PODEM TER MORRIDO MUITO MAIS

Com as três mortes registradas em dezembro e as duas nos 12 primeiros dias de janeiro, Olímpia chegou a 80 mortes oficiais por complicações da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, mas pode ter havido muito mais desde o início da pandemia e até atualmente.

Subnotificadas, em razão da falta de exames, principalmente no início; em razão de protocolos que acabam expurgando casos e mesmo por causas indiretas, há quem acredite que no município possam ter morrido até 200 pessoas em virtude das situações provocadas pela pandemia.

Ao se levantar o número de mortos nos meses próximos e no próprio mês do pico no município (agosto) e, mesmo nas últimas semanas, chega-se à conclusão que direta e indiretamente, desde o início da pandemia podem ter morrido pelo menos duas centenas de olimpienses.

Chega-se à conclusão de que muitos casos de mortos não entraram na lista oficial, ao se observar as pessoas que foram divulgadas morreram em Olímpia desde março e compará-las com o mesmo período e anos anteriores. A diferença é assustadora.

SEQUELAS PODEM TER MATADO TAMBÉM

Outro ponto foram as pessoas que morreram por sequelas da doença e, por falecerem após terem recebido alta da Covid não entraram na lista.

Um exemplo crasso disso é a morte do vereador Niquinha que não foi computada como tendo sido de Covid. Como ele, foram muitos os outros casos. E, atualmente, os próprios hospitais estão usando a fórmula de retirar o paciente das suas alas de covid quando já não tem mais perigo de provocar a propagação do vírus, após passado tempo seguro desde a incubação.

As secretarias municipais de saúde, no entanto, usam o critério de confirmar no atestado de óbito se o médico fez constar como tendo falecido em razão de complicações da Covid-19, como ocorreram principalmente nos primeiros dois óbitos de janeiro, quando os pacientes inclusive puderam ser velados por seus familiares devido a se ter passado mais de quatro semanas desde a constatação da infecção.

O vírus ataca os sistemas respiratório e circulatório e, claro, muita gente pode ter tido um AVC (derrame), por exemplo, que pode ter sido provocado pela doença e nem teve exame realizado para comprovar a sua relação com o vírus.

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