09 de julho | 2017
Cido diz que apenas queria dar um corretivo em Eunice
Em depoimento prestado na DIG – Delegacia de Investigações Gerais de Barretos, Aparecido Borges Santana (foto), de 39 anos, que trabalhava como rurícola na Usina Cruz Alta, declarou que quem planejou, preparou o veneno e executou o plano para matar Eunice Delomodarme foi a aposentada Sueli Aparecida Malvestio Baú. Alegou que apenas queria dar um “corretivo” em Eunice, porque ela estava atrapalhando seu casamento.
Ele foi interrogado na presença do advogado Gustavo Aurélio de Luna Franco, com escritório na Av. 31, em Barretos. Disse que no ano passado conheceu uma mulher pelo facebook e depois começou a conversar com ela pelo whatsapp. Tal mulher se identificava como Joice e mandava fotos falsas e mensagens no celular dele. Descobriu que na verdade tal mulher era Eunice Alves Claudino Delomodarme e esclareceu que não queria nenhum tipo de relacionamento, mas ela passou a “perseguir e atormentar” sua vida.
Eunice começou a postar diversas mensagens pelo facebook ofendendo e ameaçando, tendo seu casamento ficado muito conturbado a ponto de sua esposa ir embora para a Bahia no inicio do mês passado.
Contou que chegou a ir duas vezes até a residência de Eunice e conversou com o marido e a filha dela. Também registrou um boletim de ocorrência contra Eunice, mas ela continuou a persegui-lo, inclusive indo na casa dele. Há alguns meses, estava conversando com uma amiga chamada Sueli, a qual comentou que estava com muita raiva da Eunice e estava pensando em fazer ela”. Não concordou e a conversa não prosseguiu.
Depois disso, Sueli insistiu no assunto algumas vezes, mas ele voltou a não concordar. No mês passado Sueli propôs que dessem um corretivo em Eunice e disse que “tinha um remedinho e era acostumada a mexer com isso”. Ela disse que daria o “remedinho” para Eunice e a abandonariam na estrada, apenas desorientada. Não concordou a princípio, mas Sueli insistiu e acabou o convencendo.
Com isso, combinaram que Sueli chamaria Eunice para sair e daria o “remedinho” para ela. No dia 20/06 ele estava de folga e Sueli foi até sua residência fazer limpeza. Logo de manhã, quando chegou, Sueli disse a ele “o negócio tá aqui para fazer”, referindo-se ao remédio. Por volta de 16h00, junto com a Sueli foram de carro até perto da câmara onde encontraram com Eunice na rua. Parou o carro e Eunice se aproximou, conversou com Sueli que a chamou para irem até uma “prainha” em Guaíra. Eunice disse que não podia demorar e Sueli respondeu “que era rapidinho, bate e volta”. Eunice concordou e entrou no carro. Ele saiu na condução de seu automóvel, seguindo pela rodovia Assis Chateubriand. Passou por Barretos e Guaíra e depois pegou a rodovia sentido Uberada.
Em um momento, próximo de Guaíra, Sueli virou-se e pegou uma garrafa de água que estava em uma caixa térmica pertencente a Sueli que estava no banco de trás. Eunice disse que estava com sede e Sueli entregou outra garrafa para Eunice que bebeu o conteúdo. Depois de um tempo Eunice começou a se debater e chamar por Sueli e depois começou a “espumar” pela boca e nariz. Sueli ainda comentou: “já fez efeito”.
Declarou que chegou a dizer para levarem Eunice para o hospital, mas Sueli disse “não tem mais jeito, o capetinha já escreveu o nome dela”. Continuou dirigindo o automóvel, passou por Uberaba, seguindo sentido Nova Ponte, distrito de Araxá. Depois de uns vinte quilômetros de Uberaba, Sueli disse para parar o carro que Eunice “já tinha se entregado”. Seguiu mais uns dois ou três quilômetros até o local com acostamento onde parou o carro. Sueli desceu do automóvel e arrastou Eunice alguns metros e a dispensou no capim às margens da rodovia.
Declarou que não sabe dizer se Eunice estava morta neste momento. Não sabe qual o horário exato, mas já estava escuro. Depois disso, retomaram sentido Olímpia, sendo que, no caminho abasteceu o veículo em um posto em Guairá, às margens da rodovia. Foram para a residência de Sueli disse que iria queimar o edredom, a garrafa e a caixa térmica para não deixar vestígios. Ela também disse que iria dispensar o restante do remédio no vaso sanitário.
No dia seguinte foi na casa de Sueli e viu que tinha algo queimando na churrasqueira, acreditando que pudesse ser os objetos, Sueli não disse ao interrogando qual “remédio” deu para Eunice, mas, quando ela estava passando mal o interrogando sentiu um forte cheiro de enxofre dentro do carro. O interrogando manteve sua rotina a continuou trabalhando normalmente. No sábado dia 24/06, pegou o ônibus em Guaraci e viajou para Urandi/BA, com a intenção de visitar seu pai que está doente e sua esposa. Antes passou na delegacia e avisou que ira viajar. Seu automóvel ficou com um colega chamado Edvan. Enquanto estava na Bahia recebeu uma ligação, mas não pode atender no momento.
Posteriormente, retornou o telefonema e tomou conhecimento que era da delegacia tendo conversado com o delegado, combinando de retornar no dia 02/07. Acabou retornando no dia 04/07 quando foi procurado por policiais e levado para a delegacia. A princípio, quando foi interrogado em Olímpia, não quis dizer a verdade por medo de sofrer represálias dos familiares de Sueli. Afirmou que não tinha intenção de matar Eunice e apenas queria assustar para que deixasse em paz.
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