A falta de segurança pública na região do Jardim Residencial Augusto Zangirolami, zona norte, fez com que o prefeito Luiz Fernando Carneiro entregasse as 140 casas sociais construídas através do sistema mutirão da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), no dia 12 de dezembro próximo passado, sem estarem dotadas de pias, tanques, vasos sanitários, torneiras e até mesmo sem os vidros estarem instalados.

A informação foi confirmada na quarta-feira (27) desta semana, pela secretária municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, Maria Cristina Reale Thereza, quando justificava na rádio Difusora as reclamações formuladas por uma possível mutuaria ainda na semana passada, dias antes do Dia de Natal.

"Essas coisas (materiais de hidráulica) eu jamais poderia ter colocado com antecedência. Nós já fomos roubados em parte da fiação. O vidro é uma coisa que não posso colocar com muita antecedência porque as pessoas vão lá apedrejar e vão acabar com os vidros e tudo isso custa dinheiro. Então, estamos tomando cuidado em lidar com itens, que são os últimos, são os de acabamento, mas que estão sendo todos colocados, tanto as torneiras, vasos, piso, tanques, todos estão sendo colocados", justificou.

Por outro lado, informou que as 140 casas ainda não foram totalmente entregues aos seus mutuários. De acordo com a secretária ainda há contratos pendentes de acertos finais e mesmo assinaturas.

A secretária deixou no ar a possibilidade da mulher nem mesmo ter feito parte do mutirão para a construção destas unidades residenciais, conforme preconizado pela CDHU.

Aliás, a falta de segurança pública e depredação de patrimônio vem sendo peculiar na zona norte da cidade. Como se recorda, recentemente o ora presidente do Clube de Campo Álvaro Brito (CCAB), comerciante Túlio Antônio Pinheiro, lamentou, em entrevista que concedeu a esta Folha, que freqüentemente vem sofrendo invasão de pessoas estranhas nas dependências do clube para roubar parte da fiação elétrica e até equipamentos.

A informação da falta de materiais de acabamento veio à tona no início da tarde da sexta-feira (22) da semana passada, quando uma mulher, que não se identificou e afirmou ter conseguido direito a uma das casas, telefonou à emissora reclamando que estava, inclusive, tendo dificuldades para conseguir as peças que estão faltando e, até mesmo, sendo orientada para que comprasse os itens que está necessitando.

De acordo com a reclamante, há dificuldades para obter peças como sifão, torneiras, parafusos de vasos sanitários e as pias: "A gente queria uma explicação se eles vão fazer uma licitação pra comprar o resto do material. Vê se é certo a gente comprar".

A mulher contou que no seu caso pegou o vaso sanitário e o lavatório (pia do banheiro), mas ouviu do responsável: "Você vai ter que comprar a torneira do tanque, a torneira da pia, o sifão do tanque. Eu fale: mas … ó gente, tenho contrato que é pra casa completa. Agora, pela metade que vamos receber essa casa".

As casas foram entregues no meio da tarde do dia 12 em meio a um clima de festa, porém, já com a falta de pavimentação adequada nas ruas do residencial.