05 de março | 2017
Carnaval no recinto desagradou diretor da Escola Samba Sem
A realização dos desfiles das escolas de samba no entorno do Recinto de Exposições e Praça das Atividades Folclóricas e Turísticas Professor José Sant’anna, desagradou o diretor da Associação Cultural Samba Sem Compromisso, Luiz Fernando Monzani. “O que a gente conseguiu fazer foi muito bom. Adoramos o carnaval. Só que o lugar (recinto) não expressa aquilo que a gente pensa de carnaval”, declarou à reportagem desta Folha na noite de terça-feira, dia 28.
“A gente pensa em carnaval de rua. A gente pensa em carnaval de participação. A gente pensa em carnaval com espaço aberto. Não é crítica pela crítica, mas apenas uma sugestão”, justificou.
Monzani comentou também que “a gente tem visto no Brasil inteiro o movimento do carnaval de rua, ou seja, o carnaval que ocupa os espaços da cidade e não os recintos fechados. E é isso que a Samba Sem sempre quis fazer”. “Esse lugar não é adequado para aquilo que a gente pensa”, reforça.
Já sobre o desfile como um todo disse: “apesar de todas as dificuldades a gente consegue. Todos estão de parabéns”.
A Samba Sem Compromisso apresentou cerca de 120 componentes que cantaram o tema “Batuque na Cozinha”.
A intérprete Sheila Pereira explica que se trata de uma brincadeira de duplo sentido. “Quem não é do samba não sabe, mas quem tem afinidade com o samba entende assim que ouve o nome. Cozinha dentro de uma escola de samba é a denominação dada aos instrumentos que fazem a graça do samba, que colocam o tempero, o swing, como o agogô, o ganzá, a frigideira entre outros. É uma forma de homenagear a cozinha da bateria e enfatizar a importância da cozinha de casa como espaço agregador, acolhedor, um espaço onde o samba acontece na intimidade”. Esta temática mistura o tempero do samba com o tempero da cozinha caseira.
Uma ala de crianças abriu a apresentação da escola, seguida da porta-bandeira Sandra e do mestre-sala Dárcio, e do casal Victor e Gi, levando o estandarte da Sem Compromisso.
No carro alegórico, os músicos abriram passagem para os intérpretes Sheila e Wadão Marques, que levantaram o público com o samba-enredo. Laura Murad, neta do presidente do Clube Thermas dos Laranjais, Benito Benatti, estreou na avenida e mostrou simpatia e talento. Logo em seguida, a bateria, com o charme e o samba no pé da rainha Gerusa, passou diante do público encerrando o espetáculo.
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