06 de fevereiro | 2022

Campanha suprapartidária #aáguaénossa defende a manutenção do referendo e a não privatização do DAEMO

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Mensagem em rádio, textos e vídeo nas redes sociais serão as armas para mobilizar da população para lutar contra a concessão do Daemo para a iniciativa privada.


Uma manifestação suprapartidária de um grupo de olimpienses, lançou na sexta-feira, 04, uma campanha visando a manutenção do referendo popular que está na Lei Orgânica do Município e a não privatização do Daemo. Com a hashtag #aáguaénossa o grupo lançou uma gravação em emissoras de rádio da cidade onde, por meio da conversa entre duas personagens femininas, (uma bebê que consegue falar palavras difíceis e uma mulher adulta) passam a mensagem de que não é viável privatizar o Daemo.

 O objetivo inicial da ação é garantir que os vereadores mantenham o referendo, previsto na Lei Orgânica do Município, como meio de consultar a população olimpiense acerca da pretensão de privatização do DAEMO, defendida pelo Prefeito e vereadores.

Segundo o movimento, esta pretensão se choca contra o movimento de desprivatização por milhares de cidades mundo afora: Paris, símbolo global da privatização do líquido, recuou e retomou o serviço.

PAÍSES REVERTERAM PRIVATIZAÇÕES

E acrescentam que Berlim, Buenos Aires e milhares de cidades em pelo menos 37 países que viram a qualidade hídrica piorar, o custo subir – as taxas da água na Cidade do Cabo subiram inacreditáveis 600% na privatização – e a distribuição minguar (https://www.rapidtransition.org/stories/turning-the-tide-of-water-privatization-the-rise-of-the-new-municipal-movement/).

E garantem que no exterior, essa onda de reprivatização beneficiou mais de 100 milhões de pessoas. 

TEXTOS NO WHATSAPP

Em textos que fizeram circular em grupos de WhatsApp apresentam alguns pontos sobre o tema:

— No caso de Olímpia, a aplicação do referendo estipula que a população seja consultada sobre um direito básico que é o acesso à água e esgoto num cenário em que a obtenção do líquido está sob ameaça muito concreta.

— Ameaça esta que se torna exponencialmente assustadora na exata proporção em que o Poder Público recua de seu papel essencial de controlar bens públicos em favor de empresas, sob o argumento pífio do Estado mínimo. 

CONTRADIÇÃO É FLAGRANTE

— A contradição desta atitude é flagrante: enquanto cidadãos e cidadãs mundo afora empurram empresas a assumirem seu papel social, reduzido que seja, sem perder o caráter de organizações voltadas ao lucro, os Poderes Públicos em suas três esferas recuam de se verem como entes, afinal, unicamente sociais.

E concluem alegando que foi por esta razão que o grupo suprapartidário organizou esta campanha contra a entrega do Daemo a empresas que visam intrinsecamente o lucro, ou não seriam empresas.

Além da mensagem de 30” para veiculação em emissoras de rádio e em carro de som, vídeo (em produção), posts com textos explicativos estão sendo disparados nas redes sociais e enviados em mensageiros como o whatsapp e outros.

TEXTO EM FORMA DE ARTIGO

Um outro texto, com o título “A água é nossa!” também circulou em forma de artigo em grupos de WhatsApp questionando a situação.

— Temos acompanhado em Olímpia algumas ações do executivo municipal no sentido de fazer a concessão pública de nossa água, hoje administrada pelo DAEMO, para uma empresa privada.

— A primeira iniciativa foi a tentativa de tirar da Lei Orgânica do Município, nossa constituição municipal, o referendo popular no caso de uma empresa vir a ser uma concessionária no lugar do Daemo. Este referendo é uma maneira democrática de perguntar à população se aceita que sua propriedade sobre a água venha a ser administrada por terceiros.

ELEITOS PARA DECIDIREM PELA CABEÇA DELES

— Alega o sr. Prefeito que os vereadores foram eleitos pelo povo e teriam o mandato para decidirem pela cabeça deles. Ora, numa transação tão importante e que envolve milhões de reais, não teria a população o direito de opinar? Com quantias vultuosas de dinheiro, não haveria grandes interesses envolvidos?

— A primeira tentativa em 22 de dezembro último foi adiada, por pressões de populares em uma sessão extra da câmara, chamada até de sessão secreta, devido à sua pouca publicidade.

— Com certeza haverá nova tentativa, ou outras tentativas.

— O olimpiense merece, no mínimo, uma grande discussão sobre o tema.

SÃO QUASE 55 ANOS DE HISTÓRIA DO DAEMO
— Será que os quase 55 anos de história do Daemo não merece um debate mais aprofundado? Inclusive poderia ser liderado pela própria câmara municipal, a casa do povo.

— Foi feito um grande investimento, de 70 milhões de reais, no sistema de água e esgoto do município de Olímpia, anunciado pelo próprio Prefeito. Neste momento o esgoto é 100% tratado na sede e a captação, tratamento e reservação também tem atendido toda a população. Portanto, tem que se planejar o futuro, pensando nos próximos 30 anos, reformando as redes antigas, aprimorando todos os setores da sede e dos distritos.

— Será que a tarifa que o Daemo trabalha hoje, continuaria a mesma? Será que o atendimento ao usuário seria o mesmo? Ou seria como a CPFL, que não atende mais em nossa cidade, a não ser por terceirizados, ou através de sites, com programas que nos confundem, nos afligem enquanto consumidores? Sem falarmos das concessionárias de telefones, que a todo momento tentam nos enganar, nos impõe a todo momento a vontade deles, e se quiser falar por telefone, demora de 30 minutos a uma hora para sermos atendidos.

SERÁ QUE DAEMO É INEFICIENTE?

— Será que o Daemo é mesmo ineficiente? Como foi feita a comparação, foi com outras autarquias parecidas com ele?  Ou é mera especulação? Será que uma melhora na sua gestão não solucionaria este problema?

— Quanto foi investido em treinamento de funcionários, de todos os níveis, desde na área administrativa, operacional ou comercial? Quanto foi investido em equipamentos de manutenção, tratamento, veículos, enfim, na modernização da empresa?

— A Substituição do DAEMO por empresa privada pode implicar na demissão de seus funcionários e, em consequência, na perda de profissionais experimentados, que conhecem soluções mais rápidas quando surgem problemas.

SUCATEAR PARA PRIVATIZAR?

— Sabemos de muitas histórias em nosso país de empresas públicas sucateadas de propósito, para aí se levantar a bandeira: precisa privatizar.

— O que está em jogo é a nossa qualidade de vida, é a água cada vez mais escassa no planeta. A tendência é de custos altos para a população. Vamos jogar na mão de uma grande empresa?

— Porque não olhamos o exemplo de Paris, Berlim, Londres, e tantas outras experiências fracassadas nos países mais desenvolvidos, onde a concessão a empresas privadas foi revertida? Como se justifica Manaus, há 20 anos tendo concedido o saneamento básico a uma empresa privada e se encontra com problemas seríssimos até hoje?

— Conclamamos a todos olimpienses lutar por uma causa que atinge a todos nós: A ÁGUA É NOSSA!

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