09 de abril | 2007

Câmara aprova proibição de venda de bebidas alcoólicas na rodoviária

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A Câmara municipal de Olímpia aprovou o Projeto de Lei número 3.913/07, de autoria do prefeito Luiz Fernando Carneiro, proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas por bares e lanchonetes instalados no interior da Estação Rodoviária Paschoal Lamana. Aprovado em primeira discussão na sessão ordinária do 12 de fevereiro próximo passado, a proposta recebeu aprovação final apenas nos trabalhos da segunda-feira (02 de abril), por quatro votos a três.

As retiradas de pauta sofridas pelo projeto partiram sempre do vereador Valter Joaquim Bitencourt, sempre com a alegação de que os proprietários desses estabelecimentos passariam a ter prejuízos a partir da proibição. E o mesmo argumento foi utilizado na última sessão para justificar seu voto contrário à proposta do prefeito.

"Eu que pedi por duas vezes ao senhor líder do prefeito para que retirasse o projeto porque estou muito preocupado com o que vai acontecer com os comerciantes da rodoviária. Hoje no período da manhã comuniquei ao chefe de gabinete, senhor Denadai, para que entrasse em contato com o senhor que os comerciantes estariam aqui no final da tarde, para pedir a todos os vereadores, pra fazer um apelo, porque não é, segundo eles, a bebida alcoólica o maior problema da rodoviária e, inclusive, um deles recebeu até uma ameaça e pediu pra que eu não pronunciasse seu nome se ele estivesse presente aqui. Agora, fui lá no final da tarde e conversei com eles. São sete pessoas envolvidas e me preocupou muito, porque em alguns dos boxes da rodoviária a despesa gira em torno de R$ 700 a R$ 800, despesa fixa e o lucro pra manter essas despesas, os primeiros 15 dias são só pra manter as despesas e estão conseguindo manter as despesas com a venda da bebida alcoólica", discursou Valtinho.

Outro vereador contrário à Lei foi Marco (Coca) Antônio Parolim de Carvalho que alertou que a bebida alcoólica não é o único problema da rodoviária e que não seria a solução para a falta de conforto a quem necessita freqüentar o local e que o ideal seria a reforma ampla de suas acomodações.

O vereador Humberto José (Beto) Puttini, também contrário à aprovação, ressaltou que o local chegou a ser atacado por vândalos, mas que a partir do momento em que o assunto veio à tona, a polícia militar passou a fiscalizar melhor a rodoviária e os problemas tiveram segmento de solução, principalmente no que tange à falta de segurança que havia ante. Ele sugeriu que seria ideal um período de adequação para os comerciantes.

Bebo sim

Já o vice-presidente da câmara, vereador Antônio (Niquinha) Delomodarme, ao defender a aprovação da proibição, cobrou direitos na autoria do projeto de lei, agora encaminhado pelo prefeito, mas anteriormente rejeitado pela Comissão de Justiça e Redação quando encaminhado pelo vereador. Ele explicou que assume tudo o que faz e a vida particular: "eu bebo também. Hora que acabar a sessão eu vou tomar minha cerveja sim e parei de tomar cachaça, bebida de dose porque tenho problema de úlcera, senão tomaria até hoje".

O primeiro-secretário da mesa e líder da bancada do prefeito na câmara, vereador João Baptista dias Magalhães também defendeu a aprovação do projeto de autoria do prefeito e explicou que na verdade a lei estaria atendendo também a solicitação, por exemplo, do tenente da polícia Militar Luiz Augusto Duran. "Como nós ouvimos aqui, o tenente Duran, ao fazer as suas considerações, que esse projeto não chegou só aqui pela idéia do vereador Antônio Delomodarme, mas também por autoridades ligadas à segurança e conhecedora do sistema, dos locais que precisam ter a participação da polícia militar . Ele também colocou a questão como solução para o combate ao alcoolismo na cidade.

E acrescentou: "surgem por aí, já ouvi até que cidades próximas da grande São Paulo, que o toque de recolher, o fechamento de certos estabelecimentos abaixo das 23 horas diminuiu em muito a incidência e sabemos que esse tipo de comportamento acaba beneficiando a população de uma forma em geral e não prejudica de forma sistemática o comerciante".

 

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