Bárbara Carolina Cantídio, de 17 anos, morreu baleada na saída de shopping na sexta-feira (9). Prima dela também foi atingida por disparos e está internada em estado grave.

Da redação com G1 Ribeirão e Franca – A confusão que começou dentro de um shopping em Barretos (SP) na sexta-feira (9), durante a transmissão do jogo de Brasil e Croácia pela Copa do Mundo e se estendeu para o lado de fora do estabelecimento, resultando na morte de uma adolescente de 17 anos pode ter sido motivada por rixa entre grupos do tráfico de drogas que atuam naquela cidade.

Esta é a hipótese mais plausível que circula nos meios policiais daquela cidade. Até o momento, no entanto, a polícia chegou a um suspeito, que é menor de idade. Ele foi identificado e apontado como o autor dos disparos que mataram a jovem na saída do centro comercial.

A polícia chegou a apreender o adolescente na sexta-feira, mas a Justiça determinou a soltura dele no dia seguinte.

AS VÍTIMAS

As vítimas são as primas Bárbara Carolina Cantídio e Débora Cristina Rebor Basílio, ambas de 17 anos, moradoras de Barretos.

Segundo a família, as duas tinham ido ao North Shopping Barretos com amigos e outros primos na sexta-feira para acompanhar a transmissão da partida entre Brasil e Croácia, válida pelas quartas de final do mundial de futebol no Catar.

Bárbara tinha uma filha de dois anos. Ela morreu na saída do shopping após ser baleada duas vezes no pulmão. Débora foi atingida no tórax por um disparo e está internada em estado grave na Santa Casa de Barretos. De acordo com a família, a bala atingiu o pulmão da jovem.

Outros dois jovens, de 20 e 21 anos, que estavam com as primas, sofreram ferimentos, mas não foram atingidos pelos disparos.

O corpo de Bárbara foi enterrado no fim da tarde de sábado em Barretos.

DENTRO DO SHOPPING

Por volta das 14h45, a Polícia Militar foi acionada para ajudar a conter uma briga generalizada dentro do North Shopping, onde havia um evento para torcedores da seleção brasileira.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma pancadaria entre jovens, inclusive com troca de agressões usando capacetes, nos corredores do estabelecimento. Um homem aparece ferido no chão.

De acordo com o shopping, os seguranças foram acionados imediatamente para acabar com o tumulto e conseguiram colocar para fora do centro de compras todos os envolvidos na confusão.

VÍTIMAS TENTARAM APARTAR A BRIGA

Familiares informaram que alguns amigos das primas Bárbara e Débora se envolveram na confusão e que elas tentaram apartar a briga.

Em seguida, elas deixaram o centro de compras junto com o grupo de amigos.

Segundo a Polícia Militar, no momento em que o grupo de Bárbara e Débora saía do estacionamento do shopping e seguia em direção ao ginásio de esportes João Batista da Rocha, o Rochão, ao lado do estabelecimento, os ocupantes de um carro preto passaram atirando.

Com base em relato de testemunhas, a família contou que as primas se abraçaram na tentativa de se proteger dos tiros, mas acabaram sendo atingidas pelos disparos.

Bárbara chegou a ser socorrida, mas chegou sem vida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Débora foi internada em estado grave na Santa Casa, onde permanecia até a publicação desta matéria.

SUSPEITO IDENTIFICADO

Ainda na sexta-feira, a Polícia Militar encontrou um dos suspeitos de participação no crime. Testemunhas informaram que ao menos quatro pessoas estavam dentro do carro preto no momento em que os tiros foram disparados.

O suspeito identificado é um adolescente de 17 anos. Ele foi apreendido pela Polícia Civil depois que uma das sobreviventes do ataque o reconheceu como sendo o atirador. Em depoimento, ele negou qualquer participação no crime.

O jovem foi levado à Fundação Casa de Araraquara (SP), onde passou a noite.

No sábado, no entanto, a juíza Marina de Almeida Gama Matioli determinou a liberdade do adolescente.

Na decisão, a magistrada não viu na representação do Ministério Público (MP) elementos para confirmar a autoria dos tiros, apesar de uma das sobreviventes ter reconhecido o jovem como um dos envolvidos no crime. A Promotoria recorreu da decisão.

MOTIVO PODE ESTAR LIGADO
A GRUPOS RIVAIS DO TRÁFICO

O motivo da briga ainda é alvo da apuração da Polícia Civil. A suspeita é de que os jovens envolvidos sejam membros de grupos rivais ligados ao tráfico de drogas.

O delegado Edson Winning, que investiga o caso, afirmou que a princípio, o alvo dos tiros seria um amigo das primas, que estava com elas no momento da confusão e que já havia se desentendido com outros jovens duas semanas atrás, supostamente por causa de drogas.

OUTROS ENVOLVIDOS

A princípio, outras três pessoas, além do adolescente, estariam envolvidas no ataque a tiros ao grupo de Bárbara e Débora. Elas estariam no carro preto usado na ação.

A arma utilizada no crime não foi localizada pela polícia.