04 de fevereiro | 2024

Belelê acusa prefeitura de prejudicar escolas com atraso na verba e fim da 3ª de carnaval

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DESTITUINDO MOMO!
Acadêmicos do Samba pode sair com menos de 100 integrantes no único dia de carnaval. Atraso na verba dificultou aluguel de carros e fantasias para compor a escola de samba.

 

Em um cenário de incertezas e desafios, como se a intenção do executivo local fosse a de acabar com o carnaval de rua, a escola de samba Acadêmicos do Samba, sob a liderança de Alexandre Rodrigues, mais conhecido como Belelê, se prepara para o Carnaval 2024, mas sem o ânimo de anos anteriores.

Em recente entrevista ao podcast Pod Pai e Filha, transmitido pela rádio Cidade, Face e Youtube, Belelê compartilhou as adversidades enfrentadas pela agremiação, as frustrações com a administração municipal e a homenagem planejada para a família Marques.

Belelê destacou a difícil realidade de organizar um desfile carnavalesco sob restrições financeiras e burocráticas. A liberação tardia de verbas pela prefeitura deixou a escola em uma posição complicada, com pouco tempo para os preparativos essenciais.

INSUFICIÊNCIA E ATRASO
DO APOIO FINANCEIRO

Ele enfatizou que o carnaval é um evento que exige planejamento e execução ao longo do ano, mas a Acadêmicos do Samba se viu forçada a acelerar o processo devido às circunstâncias.

A insuficiência de apoio financeiro se manifestou na incapacidade de providenciar fantasias, alegorias e carros alegóricos adequados. A verba destinada pela prefeitura, descrita por Belelê como insuficiente, restringiu severamente o escopo e a escala do desfile planejado. A falta de suporte estendeu-se até a dificuldade de se arrumar um carro de som para o samba enredo, um elemento crucial para a apresentação da escola.

Ainda assim, a Acadêmicos do Samba está determinada a prestar uma homenagem significativa à família Marques, uma família local de músicos, que inclui nomes como Rafael Peleleco, Vadão Marques e Tony Boy.

Belelê expressou uma preferência por celebrar aqueles que ainda estão vivos, mas reconheceu o impacto dos que já se foram na cultura musical de Olímpia.

DESFILE APENAS NO DOMINGO
PODE ACABAR COM AGREMIAÇÕES

A redução do carnaval para um único dia foi outra fonte de descontentamento para Belelê e sua equipe. A decisão, tomada pela administração municipal, foi vista como um golpe para a tradição carnavalesca da cidade e uma desconsideração para com os residentes e turistas que veem o carnaval como um momento de celebração e expressão cultural. “Eles queriam que a gente desfilasse no sábado e na segunda-feira e, não tinha jeito, então a solução foi desfilar apenas no domingo”, destacou.

Belelê criticou a decisão de acabar com o desfile de terça-feira de carnaval, um dia que tradicionalmente encerrava as festividades com grande estilo. Ele argumentou que essa mudança ignora a dinâmica cultural e social de Olímpia, onde a população local e os turistas esperam ansiosamente pelos desfiles.

Segundo ele, a terça-feira de carnaval era um momento para os moradores que viajaram durante o feriado retornarem e participarem das celebrações, um último dia de festa antes do retorno à rotina.

CARNAVAL DE RUA BEM ORGANIZADO
TAMBÉM PODE SER MOTOR DO TURISMO

O presidente da Acadêmicos do Samba ressaltou a importância do carnaval não apenas como uma manifestação cultural, mas também como um motor econômico e turístico para Olímpia. Ele apontou que, enquanto a população da cidade se duplica ou até triplica durante o período, a decisão de reduzir o carnaval a um único dia parece desconsiderar o potencial de entretenimento e de receita que o evento oferece.

O presidente da agremiação Acadêmicos do Samba, com suas análises trouxe à tona uma preocupação crescente em relação ao declínio do Carnaval de Olímpia.

Ele expressou seu desalento ao mencionar que, de nove agremiações que outrora animavam as ruas de Olímpia durante o carnaval, restam apenas três. Lamentou essa diminuição drástica, descrevendo-a como um corte no coração da tradição carnavalesca local. Essa redução não apenas reflete as dificuldades financeiras e burocráticas enfrentadas pelas escolas de samba, mas também sinaliza uma possível perda de interesse e apoio à celebração do carnaval na cidade.

CARNAVAL DE RUA
É UM PATRIMÔNIO CULTURAL
QUE NÃO PODE SER ABANDONADO

Belelê enfatizou a necessidade de um apoio mais robusto da prefeitura e da comunidade para reverter essa tendência de declínio. Ele vê o carnaval como um patrimônio cultural que merece ser preservado e celebrado, e não apenas uma oportunidade para promover interesses individuais ou financeiros.

A entrevista com Belelê revela um momento de reflexão crítica para Olímpia. Confrontados com o encolhimento das agremiações e a redução dos dias de festa, os organizadores do carnaval, juntamente com a população da cidade, são chamados a ponderar sobre o futuro do carnaval e sua relevância como um símbolo de alegria, união e identidade cultural.

A determinação da Acadêmicos do Samba em continuar a celebrar, apesar dos desafios, é um testemunho do espírito resiliente que anima a festa mais vibrante do Brasil.

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