13 de abril | 2010

Bebê olimpiense recebe alta depois de transplante do coração

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Depois
de quase dois meses após receber um novo coração, num transplante inédito
realizado no interior do País, que salvou sua vida, o bebê Paulo Cezar Dutra
Rocha, de um ano e 10 meses de idade, recebeu alta médica do Hospital de Base
de São José do Rio Preto, na segunda-feira, dia 12, e retornou à sua casa, em
Olímpia. Ele foi operado no dia 16 de fevereiro pelo cirurgião cardiovascular
Ulisses Alexandre Croti, chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca Pediátrica do
hospital.De acordo com a informação publicada na terça-feira, dia 13, pelo
jornal Diário da Região, de Rio Preto, Paulo Cezar foi transplantado porque
sofria de uma doença congênita chamada miocárdio não compactado, que faz o
coração crescer e perder a força para contrair e bombear o sangue.


Segundo a mãe do menino, a dona de casa Giseli Dutra de Oliveira, de 19 anos,
desde a descoberta da doença até o transplante, foram seis meses de angústia.
“Agora estou muito feliz por ele estar bem. Antes do transplante eu não via
melhora, agora ele é uma criança normal”, comemora.

O transplante foi possível graças ao ato da família de Gabrielly Alana Pivanti,
de um ano e três meses, que morava em Rubinéia, atropelada no dia 8 de
fevereiro em Santa Fé do Sul. “Me conforta saber que uma parte da minha filha
salvou a vida de outro bebê”, disse a mãe, Maristela Aparecida Pivanti, 21, no
dia da cirurgia.

Enquanto aguardava a liberação da equipe médica, Paulinho, como é chamado pelos
profissionais que o acompanharam, quis a mãe por perto o tempo todo. Rodeado de
jornalistas, brincava com uma caneta. Chorou quando o objeto lhe foi tirado, e,
na hora da despedida, estava com as pernas rabiscadas de tinta azul.

Sem rejeição

“Nós tivemos muita sorte porque ele não teve nenhum problema de rejeição nem de
infecção”, disse a médica Lilian Beani, chefe da pediatria. O bebê saiu do
isolamento da UTI da cardiologia pediátrica na terça-feira da semana passada.
Segundo ela, daqui para frente o menino terá uma vida praticamente normal. Ele
fará uso de medicamentos o resto da vida para evitar rejeição.

Nos três primeiros meses depois do transplante, considerado o período crítico,
o menino fará retornos semanais para acompanhamento no HB. Foram realizados
vários ecocardiogramas, que indicaram que a contração cardíaca do menino está
excelente.

Desde que recebeu o novo órgão, o bebê ganhou 3,5kg. “Ele passava algumas
semanas em casa sem medicação, mas tinha insuficiência cardíaca e voltava com
sintomas que necessitavam de internação, o que nos fez ter certeza de que só
seria salvo com um transplante”, lembrou Ana Carolina Kozak, chefe da UTI
cardiológica pediátrica do HB.

O menino não conseguia comer sozinho, tinha dificuldades para mamar, para
falar. Paulinho também faz fisioterapia para poder andar, porque a doença
atrasou seu desenvolvimento. A família dele é de Itinga, no Vale do
Jequitinhonha (MG). Lá o pai, Adaildo Dias da Rocha, 23, era lavrador, e aqui
corta cana. Agora, o sonho da família é retornar à cidade de origem.

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