25 de janeiro | 2015

Após polêmica provedor decide trocar a cor da Santa Casa local

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Embora negando que tenha relação com a polêmica gerada em torno da tinta “azul calcinha” que foi utilizada para a pintura do prédio, o provedor da Santa Casa de Olímpia, Mário Francisco Montini, informou que decidiu trocar a cor das paredes externas do hospital. A partir de agora, as paredes vão receber uma tinta bege ou camurça claro, ou seja, quase chegando ao tom de areia.

Montini também negou que a troca da cor tenha algo relacionado à cor que é utilizada pelo HB Saúde, plano de assistência médica de São José do Rio Preto, que também é azul.

O provedor garante que não há relação com essa questão. “Essa questão do azul, é a cor deles lá, mas quem está pagando é a Unimed. Por isso que até mandei tirar o azul. Vou mudar a cor. Vou por a cor que está na outra parte, mas isso já estava programado. Quem vai pagar é a Unimed”, explicou.

Sobre a escolha do azul, que surgiu em um momento em que está sendo anunciada a implantação de um pronto atendimento do HB Saúde em Olímpia, Montini disse que a decisão de mudar foi exclusivamente dele.

“Eu mandei pintar na cor que eu achei melhor, mas como existe esse problema da cor do HB Saúde resolvi mudar. Vou mandar pintar na cor que está o Hospital do Olho”, justificou.

UTI da Santa Casa volta a funcionar dentro de 15 dias

Depois de pouco mais de seis meses, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Olímpia, deverá voltar a funcionar dentro da normalidade. De acordo com o provedor Mário Francisco Montini a reforma estrutural do local está praticamente concluída. A previsão dele é para que dentro de 15 ou 20 dias o local esteja em pleno funcionamento.

“Está praticamente pronta. Só falta a parte de finalização do acabamento. Mais uns 15 ou 20 dias ela já estará funcionando”, informou na tarde desta sexta-feira, dia 23.

No entanto, ainda haverá problemas financeiros para financiar o funcionamento da UTI. Mesmo assim, garante o funcionamento. “Fechar não pode porque a Santa Casa precisa dela. Agora, nós temos que dar um jeito. Se precisar vamos acionar a sociedade”, avisou.

A parte financeira seria resolvida com os prefeitos da região, mas além de Olímpia e outro município que preferiu não divulgar o nome, os demais afirmam que ainda não tem condições de colaborar. Por isso, da promoção realizada recentemente, ainda falta entrar no caixa a quantia de R$ 40 mil. Mas garante que a UTI volta a funcionar assim que a reforma ficar concluída. “A UTI vai ter que voltar a funcionar. Ela é essencial para o hospital. A UTI é essencial para a nossa região”.

REFORMA

A reforma do local segundo as informações oficiais da época foi motivada pelos riscos de a UTI virar um foco de infecção e colocar em risco a vida dos pacientes. Na oportunidade, Montini explicava que precisava, inclusive, fazer a desinfecção de todos os equipamentos.

A UTI funcionava com cinco leitos exclusivos para atender a pacientes do SUS e de acordo com o provedor, à época, o fe­chamento temporário foi comunicado à Diretoria Regional de Saúde (DRS), de Barretos, à Secretaria Municipal de Saúde e, inclusive ao CROS, departamento encarregado do gerenciamento de vagas em todos os hospitais da região.

Sta. Casa não recebe do SUS e faz empréstimo para pagar os salários

Em razão de não ter recebido o dinheiro relativo ao SUS (Sistema Único de Saúde), referente ao mês de dezembro, no total de R$ 300 mil, aproximadamente, a Santa Casa, segundo seu provedor, acabou atrasando o pagamento dos funcionários relativo ao mesmo mês. A solução foi buscar um empréstimo bancário para saldar o compromisso apenas no dia 16 próximo passado.

“Tivemos que fazer um aporte financeiro para pagar os funcionários (salários de dezembro) porque o dinheiro do SUS não veio”, explicou o provedor Mário Francisco Montini, em entrevista que concedeu à reportagem na tarde desta sexta-feira, dia 23.

De acordo com ele, essa situação acabou furando o planejamento que vinha sendo colocado em prática. Montini informou que vinha pagando antecipado, ou seja, sem esperar o quinto dia útil conforme prevê a legislação.

Segundo ele, os pagamentos eram feitos entre os dias 30 e primeiro de cada mês, o que não foi possível cumprir com o salário de dezembro levando a diretoria a buscar um empréstimo bancário para pagar os 200 funcionários. “Porque se não fizesse (o empréstimo) os funcionários iam ficar sem receber”, contou.

Montini reforça que o problema foi a falta do repasse que deveria ter sido feito ainda em dezembro pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

O órgão, segundo explicou o provedor, adiou os pagamentos do Teto Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) referentes aos atendimentos realizados pelos hospitais em dezembro de 2014.

GERANDO CAOS

Na avaliação do provedor “o governo federal está criando um caos nas instituições, mais do que já vinham experimentando; está difícil suportar os déficits de mais de 10 anos sem correção dos valores da Tabela SUS, quando, principalmente remédios têm aumentos todos os dias”.

A situação poderá levar a hospital a enfrentar problemas com a aquisição de medicamentos no futuro: “devemos chegar no final do ano sem condições de comprar remédios com o dinheiro que mandam e é risco nos obrigar a demitir funcionários, porque o governo federal não paga em dia e os aumentos de salários de categorias, inclusive acima da inflação,  poderão levar as instituições à bancarrota, como é de se lamentar diante de tanta roubalheira que vemos no Governo Federal”.

DIRETOR REMUNERADO

“Em dezembro nos pagaram apenas 70%, e o restante o prefeito Geninho Zuliani (DEM) conseguiu completar com muito sacrifício, para que o 13º de nossos funcionários não ficasse prejudicado. O SUS, além de estar com a tabela defasada há anos, atrasa pagamentos e, com isso, nos vemos na corda bamba, mas, felizmente, contamos sempre com a compreensão de fornecedores e de nossos colaboradores”, disse à imprensa local o diretor remunerado Vivaldo Viera Mendes.

O repasse do SUS à Santa Casa de Olímpia é de cerca de R$ 300 mil mensais. A folha de pagamentos gira em torno de R$ 250 mil. “Todos os meses o SUS banca a nossa folha, se atrasa, temos de correr aos bancos, pagar juros e, todos são prejudicados”, explicou Vivaldo Viera Mendes.

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