De acordo com um levantamento realizado no início da tarde da sexta-feira, dia 17, pela reportagem desta Folha, nos últimos oito dias, contados a partir da sexta-feira, dia 10, quando a greve da Polícia Civil foi retomada, apenas uma ocorrência de prisão em flagrante foi registrada pelo 1.º Distrito Policial (DP) de Olímpia.

Essa ocorrência, segundo foi apurado, se refere à prisão de Flávio Fernando Rosa, vulgo "Xangai", que foi surpreendido pela Polícia Militar com objetos furtados de uma residência do Jardim Luíza.

Já na Delegacia Central, o delegado João Brocanello Neto informou ontem, que no mesmo período não foi realizado nenhum registro e que, assim como no DP e na DDM, está sendo seguida a cartilha de greve.

De acordo com Brocanello, está acertado que, enquanto durar a greve da categoria serão elaborados boletins apenas de flagrantes, por exemplo, no caso da prisão de Xangai, ou de crimes graves como homicídios, de capturas de procurados pela justiça, ou ainda de acidentes de trânsito com vítimas fatais.

Segundo ele é essa a orientação que tem sido passada pelo comando de greve, principalmente, pela Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo (Adpesp). Na quinta-feira, dia 16, a greve completou um mês.

Entretanto, segundo afirmava na semana passada o delegado Antônio Alicio Simões, que representa a entidade na área da Delegacia Seccional de Barretos, não está descartada a possibilidade de paralisação total da categoria, independente de que tipo de ocorrência se trate.

Já pelos lados da Ciretran, que também aderiu ao movimento grevista, a situação também tem incomodado a população, principalmente quem necessita de documentação para poder transitar com seus veículos.

Nem tanto por causa do trabalho em Olímpia, mas devido à greve, o retorno de documento como das carteiras de habilitação e até os emitidos referentes a propriedade de veículos estão com atrasos consideráveis.

Os policiais exigem 15% de reajuste imediato e outros 12% em 2009 e em 2010 eleição direta para delegado-geral, cargo estratégico na polícia. A gestão Serra ofereceu 6,2%, aposentadoria especial (aos 30 anos de carreira) e o fim das faixas de menor salário.
Entre os dias oito e 10 de outubro a categoria deu uma trégua para tentar consolidar as negociações com o governo do Estado de São Paulo. No entanto, de nada teria adiantado, de acordo com a informação de Simões na ocasião.

De acordo com a informação de Simões o governo chamou a categoria para conversar por volta das 19 horas da quinta-feira, dia 9, mas somente atenderam os delegados por volta das 21 horas, quando anunciaram que não tinham condições de atender o pedido e que mantinham o percentual de 6,2% de reajuste.

Até agora, segundo as informações, houve avanço apenas em alguns pontos das reivindicações da categoria: na concessão de aposentadoria especial e na proposta de reduzir o número de classes.