08 de março | 2009

Advogada diz que mulher ainda têm vida sobrecarregada e desgastante

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 Casada e mãe de dois filhos (além disso cuida de três filhos do casamento anterior do marido), a advogada e comerciante, Shíliam Silva Souto (foto), afirmou à reportagem desta Folha da Região, na quinta-feira, 5, que as mulheres têm uma vida sobrecarregada com as obrigações de cuidar da casa e da educação dos filhos. Além disso, trabalhar fora para ajudar na renda familiar deixa-a numa situação bastante desgastante. "A minha vida é assim! Tenho que trabalhar fora, cuidar da casa e dos filhos", enfatiza.

Por isso, vê que não há uma situação de igualdade: "é onde eu falo que quando a mulher lutou para conseguir essa igualdade, ela só conseguiu se sobrecarregar mais porque o homem não vai lavar roupas, não troca neném. É muito difícil aquele que convive de uma forma igual dentro de uma casa. Ficou para a mulher esse encargo".

Para a advogada, embora a luta tenha sido árdua, atualmente a mulher ainda está de viver em "pé de igualdade" (sic) com o homem: "ainda faltam muitos itens para ser considerada de igual para igual. Batalhar para ter igualdade só no contexto do trabalho se ela continua ainda sobrecarregada", reclama.

O lar e a educação dos filhos, por exemplo, a advogada reforça que ainda são exclusivamente da mulher, a educação dos filhos, como o acompanhamento educacional, está sendo exclusivamente da mulher.

"No geral cuidar de uma casa é da mulher. Então, hoje, além de ela lutar para ter a igualdade com os homens, ela ainda tem aquelas obrigações que os homens não estão dividindo e deixando só para a mulheres", queixa.

Uma situação que a faz crer que o ‘machismo’ ainda prevalece. "O machismo ainda é muito preponderante, principalmente nas camadas mais baixas da sociedade, nas quais a mulher não tem ainda a formação cultural, não tem acesso ao estudo para que possam se defender dessa situação", comenta. Por isso, acredita que muitas mulheres ainda se sentem em condições de inferioridade. "Elas ainda são muito reprimidas e ainda não conseguiram se colocar na condição de igualdade", reforça.

Sexo frágil

De acordo com a advogada, para se impor à sociedade como um todo, a mulher, ainda classificada como sendo um sexo frágil, além da igualdade salarial – ainda recebem salários menores que os homens – a mulher precisa de ter consciência de que ela é tão capaz quanto. "Essa consciência ainda não existe em todas as camadas", avisa.

Até mesmo em relação à violência doméstica a advogada ainda vê muito o que mudar, principalmente em relação às próprias mulheres que ainda temem denunciar seus agressores: "muitas não conseguem por não se sentirem amparadas judicialmente e têm muito medo".

Aliás, a violência doméstica é também uma questão social. Para a advogada faltam apoio do governo e programas de apoio para que denunciem. Há receios de novas agressões depois de denunciarem. "A lei pode prender, mas a questão social ainda continua", afirma.

 

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