08 de setembro | 2020

Notas Sobre a Pandemia – E breves lições para o mundo pós-coronavírus.

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Notas Sobre a Pandemia
O historiador israelense Yuval Noah Harari examina os dilemas da encruzilhada histórica provocada pela pandemia do novo coronavírus nos artigos e entrevistas reunidos nesta coletânea inédita. Publicados originalmente em veículos como a revista “Time” e os jornais 
“Financial Times” e “The Guardian”, eles exploram temas como a disputa ideológica entre isolacionismo nacionalista e cooperação global, o risco da ascensão de estados totalitários na esteira das novas tecnologias de monitoramento em massa e os possíveis impactos do vírus na concepção contemporânea da morte.
Harari desenvolve seus argumentos com a clareza de visão e de estilo que o consagrou, entrelaçando os caminhos e descaminhos da humanidade entre passado, presente e futuro. A boa notícia, ele ressalta, é que a maior parte do planeta concorda em concentrar os esforços nos avanços científicos em busca da cura e de uma vacina para o Covid-19, porém isso acontecerá apenas se a cooperação entre as nações for a prioridade dos líderes atuais. Com 128 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.

 

Contágio
Em “Contágio”, publicado originalmente em 2012, David Quammen demonstra que havia consenso entre os especialistas sobre as características de uma próxima pandemia: o causador seria um vírus novo aos humanos, atingiria primeiro algum tipo de animal selvagem, como um primata ou um morcego, e seria altamente mutável, ao estilo de um vírus influenza ou de um… coronavírus. Escrito com ritmo de tirar o fôlego, o livro investiga os patógenos responsáveis pelas grandes epidemias da história, entre elas, a gripe espanhola, a AIDS, o ebola e a SARS, e os desafios que elas representam para os seres humanos. Quammen antecipa vários dos embates que enfrentamos hoje, indicando que temos muito a aprender com os surtos pregressos para combater a atual pandemia. Como afirmou em uma entrevista recente: "Seja uma catástrofe ou algo que consigamos controlar, uma coisa que sabemos sobre essa nova pandemia é que não será a última". Esta edição inclui um texto de Quammen publicado neste ano no New York Times sobre o novo coronavírus. Com 544 páginas o livro é da Editora Companhia das Letras.

 

Rei Lear
Muitas vezes considerado o ápice da produção dramática de Shakespeare, “Rei Lear” começa quando um rei idoso, em busca de um sucessor, acaba por escolher duas filhas indignas de sua confiança, em vez daquela que o ama. Por conta desse erro, ele se vê despojado de seu poder, condenado a uma vida miserável de horror e insanidade. Nenhuma peça de Shakespeare foi tão longe na junção de traços grotescos, fantásticos e violentos, nos contrastes do humano, em cenas absurdas e impactantes repletas de ardis improváveis que envolvem a mente do leitor numa névoa que se mostra cada vez mais uma poderosa criação narrativa. O elo de “Rei Lear” com a contemporaneidade fica evidente seja no caráter niilista ou nas insinuações pré-psicanalíticas da obra. Situada em um universo impiedoso, a tragédia sombria e brutal de Shakespeare é uma obra-prima imponente e fundamental, uma poesia feroz e de amplo escopo imaginativo. Com 320 páginas, o livro é da Editora Penguin Companhia.

 

Um Paciente Chamado Brasil
No início de 2020, o então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta enfrentou um dos maiores desafios de sua carreira: conter o avanço da Covid-19 no Brasil. Sua defesa dos protocolos científicos no combate à pandemia e a transparência na comunicação com a sociedade acabaram desencadeando uma crise no governo federal. No mesmo estilo objetivo com que conduzia as coletivas de imprensa do ministério durante sua gestão, Luiz Henrique Mandetta relata, semana a semana, os cerca de cem dias em que esteve à frente da pasta, até sua exoneração, em 16 de abril de 2020. Revela bastidores do seu dia a dia, muitos até então desconhecidos do grande público, e que lançam uma nova luz sobre as movimentações políticas no Palácio do Planalto durante esse período. Como ocorreu a formação de sua equipe técnica; a relação do Executivo com os outros poderes; as movimentações e articulações políticas dentro do Planalto; os meandros do funcionamento dos sistemas de saúde de Estados e municípios e suas conexões com a esfera federal; o diálogo com entidades e organizações nacionais e estrangeiras; a questão da cloroquina e do isolamento social; o negacionismo do presidente da República; e os caminhos da compra e distribuição de insumos para profissionais da saúde e hospitais são alguns dos temas abordados neste livro.
Um testemunho de um dos momentos mais difíceis da história do Brasil atual. Com 228 páginas, o livro é da Editora Objetiva.

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