29 de agosto | 2023

Coisas que Aprendemos com o Tempo – a obra dá voz aos desafios relacionados à idade

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Coisas que Aprendemos com o Tempo

“Inadequada Ficava a Tua Avó!” e “Querido, Estou Encolhendo” são alguns dos títulos de textos sobre longevidade escritos pela jornalista, empreendedora e escritora Maria Tereza Gomes, 58 anos, compilados em “Coisas que Aprendemos com o Tempo”, lançamento do Selo Edições 70, da editora Almedina Brasil. A obra dá voz aos desafios relacionados à idade ao reunir uma seleção de artigos intimistas assinados pela autora. Enquanto expõe a própria experiência de envelhecimento, ela também imprime um tom jornalístico ao entrevistar especialistas em busca de respostas para os dilemas de quem “tem mais passado que futuro”. Nessa jornada de reflexões sobre o amadurecimento, Maria Tereza não esconde seu temor de sofrer de Alzheimer, de sua poupança acabar antes dela e a dor das perdas acumuladas conforme os anos passam. O livro está organizado em três partes: idade, trabalho e saúde. No texto de abertura, “Aos 55 atingi a expectativa de vida esperada quando nasci”, a jornalista aborda a revolução da longevidade, fenômeno global que está mudando também a pirâmide etária brasileira. “Somos uma geração que pode sonhar com os 100 anos, mas a questão ainda a ser resolvida é como vamos viver esses anos extras”, diz a autora. “É algo perturbador e sobre o qual tento refletir nos meus textos. Mas já descobri que uma parte importante do processo de envelhecer depende da forma como cuidamos do nosso corpo, mente e alma – e isso não depende da idade”, reflete. O interesse pelo tema da longevidade nasceu a partir do podcast “Mulheres de 50”, apresentado por Maria Tereza e suas três irmãs, no qual discutem temas ligados à meia idade, como menopausa e relacionamentos. Agora, em “Coisas que Aprendemos com o Tempo”, ela convida os leitores a entrar no universo que celebra o auge da maturidade e a rirem de seus títulos bem-humorados, entre os quais estão “Brasil Tem a Primeira Geração de Idosos com Dentes” e “Nem Todos os 60+ Gostam de Bege”. O livro tem 128 páginas.

 

O Poder da Crise

Renomado cientista político e analista de risco, Ian Bremmer apresenta um roteiro alarmante sobre a geopolítica das crises no mais novo livro “O Poder da Crise”, publicado no Brasil pela Alta Books Editora. Doutor em ciência política pela Universidade de Stanford, ele mostra como enfrentar os três grandes desafios mundiais que devem ganhar força na próxima década: emergências globais de saúde, mudanças climáticas transformadoras e a revolução da Inteligência Artificial. Bremmer alerta que estes três temas podem desencadear mudanças significativas na vida das pessoas, na ordem geopolítica e nos meios de subsistência, e exigirão respostas rápidas, eficazes e criativas. “A próxima década verá o confronto EUA-China, uma nova pandemia, mudanças climáticas descontroladas e tecnologias impactantes na vida das pessoas, cada uma dessas com capacidade de causar mais danos à nossa espécie do que qualquer outra crise da história”, prevê o fundador e presidente do Eurasia Group, consultoria de risco político dos EUA. Ao investigar o poder transformador desses desafios políticos, econômicos e sociais, o analista destaca como tais eventos têm a capacidade de reconfigurar as relações internacionais e o equilíbrio de poder em escala global. Ele utiliza exemplos históricos, contemporâneos, e analisa as implicações de tensões marcantes do passado, que inclui a crise financeira de 2008 e conflitos políticos regionais, além de ilustrar como tais acontecimentos influenciaram o curso da história. Em contraponto aos desafios, Bremmer compartilha esperança ao trazer exemplos de líderes políticos visionários, empresários responsáveis e cidadãos comprometidos, desde já, com o enfrentamento dessas crises. Trata-se de um manifesto para governos, empresas e indivíduos trabalharem em conjunto em busca de soluções colaborativas com vistas a um futuro mais sustentável para todos. O livro tem 256 páginas.

 

Para Amar a Língua, É Preciso Ler!

“No momento em que vi Saramago, o tempo parou. Os olhos não eram mais; passaram a ser ouvidos; uma espécie de cegueira dos apaixonados tomou conta do meu ser. Em tudo, eu via e ouvia Saramago. Cheguei ao ponto de cheirar as páginas, como se estivesse sentindo o odor da salvação”. No texto “O Mago Sara”, o professor e consultor linguístico Diogo Arrais traz um pouco da essência do livro “Para Amar a Língua, É Preciso Ler!”, lançamento do selo Edições 70, da editora Almedina Brasil. O especialista reuniu 42 crônicas com conteúdos gramaticais que poderiam ser considerados pesados para os leitores aprendizes. Na obra, a explicação leve, espontânea, gentil e bem-humorada torna mais fácil o entendimento das regras de escrita. Com experiência de mais de 20 anos, o professor de Língua Portuguesa evidencia o prazer em ler, escrever correta e adequadamente e, principalmente, leva o leitor a imergir no mundo mágico das palavras. A gramática, com suas vírgulas, acentos, uso do hífen e os porquês é apresentada em contextos diversos: na polarização política, nos superpoderes literários, na confusão que alguns nomes próprios causam em quem preenche um cadastro. Inseridas no cotidiano, as regras se mostram mais acessíveis, menos difíceis de compreender.  A crônica “Escrever é Insanidade”, por exemplo, fala do sofrimento do escritor ao ter uma ideia aparentemente genial, onde uma vírgula separando o sujeito do predicado ou um acento gráfico mal colocado na oxítona finalizada em U podem pôr tudo a perder. O objetivo, explica Arrais, é garantir que a estrutura linguística possa se apoderar dos pensamentos. Leandro Karnal, prefaciador do livro, comenta que o idioma nasceu sem travas no seu cérebro. Mas, na escola – assim como aconteceu a muitos estudantes – sentia-se estrangeiro nas aulas da língua materna. Em sala de aula, “a guarda do filho foi retirada da mãe e entregue à madrasta proverbial, rabugenta e rígida”. Agora, com “Para Amar a Língua, É Preciso Ler!”, Diogo Arrais convida o leitor a conhecer formas gentis de compreender o poder de nossa língua. O livro tem 112 páginas.

 

Tudo que Dizemos no Silêncio

Quando um grupo de oito amigos universitários perde um integrante, todos comparecem ao velório — mas um mistério instiga o leitor até o final: de quem é o corpo? É nesse cenário que se desenrola a trama de “Tudo que Dizemos no Silêncio”, publicado pela Qualis Editora. A partir de flashbacks, a escritora e filósofa Marta Vasconcelos aborda a história de cada personagem, revelando conflitos que atravessam não só a juventude, mas a sociedade de forma geral. A autora transforma a dinâmica dos amigos em espaço fértil para discutir questões contemporâneas urgentes. De modo sensível, ela retrata a complexidade das relações abusivas, da dependência química, da elaboração do luto, da descoberta da sexualidade e da aceitação dos diferentes corpos. Em primeira pessoa, cada personagem narra um pedaço da obra e protagoniza diferentes situações. O enredo se divide nos seguintes focos: Becca e Thiago namoravam, mas a relação ficou abusiva quando ele desenvolveu um vício; Cris se envolveu em uma situação policial, pois guardou as drogas de Bernardo; Bruno e Caio iniciaram um relacionamento, mas só um deles tem clareza da própria sexualidade; Amanda e Felipe se apaixonaram, mas por causa do vitiligo ele enfrenta inseguranças em relação ao corpo. Nesse contexto, um deles morre e os outros passam a lidar com o luto. Em uma escrita envolvente, com alertas para prevenir gatilhos emocionais, a história conduz o leitor a uma intensa jornada. Além de perpassar as vivências dos personagens, a narrativa foge da superficialidade ao explorar as raízes e os desdobramentos de cada caso. No âmago da trama, por exemplo, residem as marcas do abandono parental. Depois, é revelada a trajetória de recuperação da dependência química e todas as consequências dessa luta. Por fim, a morte e os preconceitos desafiam os personagens a encontrar formas de resiliência e resistência. Assim, “Tudo que Dizemos no Silêncio” é um convite a refletir profundamente sobre as questões mais delicadas que emergem na atualidade. O livro tem 212 páginas.

 

 

 

 

 

 

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