05 de maio | 2019
A cara, ineficiente e apática Câmara Municipal
Do Conselho Editorial
Sabidamente não há nada mais caro e que possa parecer desnecessário no Brasil que a representação legislativa em todos os níveis.
Se há um sistema ativo e atuante de corrupção no país ele tem suas raízes fundadas exatamente nos órgãos encarregados de elaborar leis que contribuíssem para coibir ilegalidades.
No entanto, é no parlamento que urde as maiores falcatruas e onde se instalou uma rede de corrupção tão gigantesca e resistente aos avanços civilizatórios mínimos que acreditar na possibilidade de mudanças é tratado como utopia.
Basta abrir os noticiários, ouvir telejornais, ler para se inteirar da gama imensa de sórdidas manipulações visando a perpetração e continuidade de ações claramente contrárias ao interesse da nação.
Não precisaria ir muito longe para se ilustrar o que está se discutindo, bastaria observar que as discussões em torno da reforma da previdência que está sendo tratada no nível da distribuição de 40 milhões em emendas e distribuição de cargos nas estatais para deputados e senadores.
Muitas outras observações poderiam aqui ser anotadas em razão dos inúmeros casos de maus exemplos, cargos em comissão, resistência ao fim do nepotismo, funcionários fantasmas, divisão de salários e tantas outras.
Como isto é do total conhecimento da população brasileira que elege exatamente quem os representa pelo padrão de moralidade e ética que parece ter adotado para si, tudo pode parecer normal quando não é.
Interessa, porém, mesmo que não se acredite em mudanças, transportar esta discussão, que em pouco ou nada difere do universo estadual ou federal, para a realidade que cerca o cidadão olimpiense.
Evidente que o Legislativo local também se move por interesses, os mais variados possíveis, que mesmo que justificados, alguns pela legalidade, assombram os sérios pela ausência de moralidade.
Chega a ser chocante a desfaçatez e o cinismo como certas situações são tratadas por alguns membros do Legislativo local, e ai pode se incluir parcela do Executivo no pacote que não se estará exagerando na receita da inoperância e da inutilidade.
É, para se questionar no mínimo, o porquê o Legislativo e o Executivo contenham tantos cargos comissionados em uma cidade tão pequena.
Na questão do Executivo houve até uma anotação do Procurador Geral: “É inverossímil crer que o governo de uma cidade do porte de Olímpia necessite de um total de 49 servidores para exercer atividades de assessoramento do prefeito, ainda mais levando em consideração já existir 11 secretários municipais”.
Levando-se em conta a somatória dos comissionados e secretários chegaria ao número nada inexpressivo de 60 “servidores”, como Olímpia tem menos de 60 mil habitantes conclui-se que seria mais de um por mil habitantes, o que pode ser considerado um absurdo.
Na Câmara conta-se com 10 vereadores e quase idêntico número de assessores, o que poderia, em tese, adicionar mais vinte pessoas nesta conta que ampliaria para 80, que daria, fora o alcaide, quase 80 pessoas cuidando de interesse de menos de 60 mil habitantes.
E a cidade está do jeito que está e alguns membros da Câmara, responsáveis por fiscalizar e colocar ordem nesta pretensa bagunça, com toda a assessoria a disposição, parece destinada a dar colaboração nefasta a máquina pública para que assim como a estadual e federal, seja nada mais que laboratório de mazelas infindáveis.
Com todo este grande número de colaboradores a cidade pegando fogo, a Saúde um caos total e nenhum, “nenhunzinho” sequer elabora um projeto que seja para discutir uma solução, uma saída, uma busca de solução, como se estivessem deitados na rede esperando o salário cair na conta.
Alguns vereadores, por sua vez, preferem tirar proveito da situação embaraçosa e problemática que pode conduzir a morte, denunciando de forma vazia, exótica e absurda sem propor modificações no sistema ou conseguindo vagas para pacientes e assim passar à família a ideia da salvação do membro e angariar simpatia de seus membros e da população, pelo “gesto humanitário” que se transformará em votos.
Não seria dever e obrigação de cada um destes parlamentares, observando o Executivo contratando médicos, enfermeiros, promovendo mutirões de limpeza, divulgando números assustadores de casos, o povo denunciando nas redes sociais, chamar uma discussão no plenário, com seriedade, espírito público, para buscar solução para o que não deveria estar acontecendo?
Não seria dever desta gente paga com dinheiro da população convocar sem partidarismo, politicagem barata, o prefeito e o pretenso titular da Secretaria de Saúde para exigir esclarecimentos exigindo um plano eficaz para por um fim a situação catastrófica que temerosos os cidadãos estão vivendo em razão da falta de políticas públicas que produzam melhores resultados na área da saúde?
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