14 de outubro | 2014

Zé Otávio esgota a 1ª edição de seu fanzine erótico

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Da redação com Diário da Região

O artista plástico e ilustrador olimpiense, Zé Otávio (foto), de Olímpia, recentemente decidiu "apimentar" seu traço. Debruçou-se sobre uma série de desenhos eróticos de garotas lésbicas, reunidos em um fanzine (produção independente) batizado de "É Bom Para o Moral". O primeiro volume, lançado em setembro, com 20 páginas, teve tiragem de 70 exemplares, e esgotou rapidamente.

Agora, o artista trabalha numa segunda edição, com lançamento previsto para dezembro. Zé Otávio explica que a publicação não tem história, e compara a primeira edição ao ato de assistir a um canal de TV a cabo de filmes adultos. "É como se cada página fosse um filme diferente, porém, com a temática exclusivamente lésbica." O nome do trabalho é inspirado na dançarina e cantora Rita Cadillac, ex-chacrete, considerada a musa dos presídios.

Zé Otávio costuma usar técnica mista sobre papel, madeira ou tela em suas obras, lançando mão de materiais como tinta acrílica, esmalte de unha, colagem, canetas e lápis de vários tipos, entre outros itens. Com o fanzine, porém, ele foi mais econômico, utilizando apenas a esferográfica e o esmalte de unha, em duas ou três cores.

"O que deu a cara mesmo ao franzine foi o fato dele ser impresso com o método Risograph, na Meli-Melo Press, em São Paulo, que é a gráfica de 90% dos fanzineiros atuais. Optamos por fazer o zine em apenas duas cores, tanto por conta de economizarmos dinheiro, quanto ter uma estética crua mesmo. Na verdade, a risografia em si já é algo meio punk – há bastante erro de registro, ou seja, a ideia é ser um pouco acidental, o que eu gosto muito e tem muito a ver com o meu estilo", explica o artista.

A gráfica em questão, do designer gráfico Beto Galvão, é a mesma que, durante os protestos de junho de 2013, ofereceu seus serviços para que manifestantes imprimissem cartazes de graça. O primeiro número de "É Bom para o Moral" foi publicado pela editora Bebel Books, inaugurando a coleção "Bebel Buxxx". O ilustrador conta que 60% dos zines foram vendidos pela própria editora, durante os eventos "Parada Gráfica", em Porto Alegre, e o "Ugra Zine Festival", em São Paulo.

A fatia do artista foi comercializada por meio de seu site pessoal (www.zeotavio.com). Zé Otávio afirma que o projeto partiu da dona da editora, Bebel Abreu. "Ela me fez a proposta de fazermos um livro, um zine pornô, erótico, com os desenhos que andava criando. Eu simplesmente topei na hora, pois sempre quis fazer um zine erótico, mas nunca havia colocado a ideia em prática.
Alguns nomes foram colocados na mesa, mas o 'É Bom para o Moral' se sobressaiu. A hora que começamos a discutir sobre o livro, me veio à cabeça a imagem da Rita Cadillac." Formado em design gráfico pela Belas Artes, em São Paulo, Zé Otavio especializou-se em ilustração, e está há nove anos no mercado. A arte urbana da capital paulista é uma de suas principais influências, uma vez que lá morou durante 10 anos.

Atualmente, ele trabalha com as galerias Plus e Ornitorrinco, de São Paulo, produzindo pinturas, gravuras, lambe-lambes, entre outros tipos de obras. Neste ano, Zé Otávio também fez trabalhos para o mercado editorial. Um deles foi a capa do livro "Allan Kardec e seu Tempo", de Jean Prieur (editora Lachâtre), na qual retratou o codificador do espiritismo. O artista ainda criou ilustrações de make up para o manual de um produto de uma marca nacional, e produziu capas de "sketchbooks" com o tema "São Paulo", para a Cicero Papelaria, do Rio de Janeiro.

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