24 de fevereiro | 2024

Um chamado à ação em Olímpia diante de uma provável tríplice epidemia

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A confirmação da morte por dengue hemorrágica, inicialmente divulgada de maneira indireta e depois confirmada por um comunicado lacônico da prefeitura, além da falta de dados oficiais sobre as três prováveis epidemias em curso, simboliza a falha em fornecer informações tempestivas e precisas à população.

 

José Antônio Arantes

Em tempos de crise sanitária, a transparência governamental e a comunicação eficaz não são apenas direitos da população; são, acima de tudo, instrumentos vitais de saúde pública. A situação atual em Olímpia, marcada pela convergência alarmante de casos de dengue, Covid-19 e influenza, expõe não apenas a vulnerabilidade de nossa comunidade diante de ameaças virais, mas também a crítica falha de gestão em não prover informações claras e ações concretas para mitigar essa crise.

Olímpia enfrenta uma tempestade perfeita em termos de saúde pública, com um surto de dengue que já registra 285 casos confirmados e outros 496 em investigação, mas que podem apresentar números muito maiores, principalmente em razão de estudos que apontam que metade dos contaminados é assintomática, transmite a doença, mas não sente seus efeitos.

A dengue, uma doença vetorizada e potencialmente letal, já reivindicou uma vida em Olímpia este ano, marcando a primeira morte por dengue hemorrágica em 2024.

Essa tragédia, embora individual, é um claro indicativo da gravidade da situação, reforçando a necessidade urgente de uma resposta abrangente e coordenada das autoridades locais, que parecem estar brincando de um mundo de faz de conta, onde o que “conta” é a onipotência do rei brincando de eleição.

Paralelamente, os casos de Covid-19, embora em menor número, persistem em nossa comunidade. O último boletim municipal, emitido no final de janeiro, registrou cinco casos, todos já recuperados.

No entanto, a realidade se mostra muito mais preocupante, com centenas de pessoas e até assessores do prefeito confirmando estar contaminados através das redes sociais. Tudo levando a crer que o que se apresenta é um sintoma de epidemia.

A presença contínua do vírus, combinada com a influenza e a dengue, complica ainda mais o cenário epidemiológico da cidade, sobrecarregando os sistemas de saúde, como evidenciado pela lotação da UPA e dos pronto-atendimentos.

A resposta do governo municipal a essa crise tem sido, na melhor das hipóteses, inadequada. E isso é demonstrado pelo fato de a Saúde local ser administrada por políticos de carreira.

A falta de transparência e a escassez de informações oficiais, por sua vez, não apenas minam a confiança pública, mas também dificultam os esforços da comunidade para se proteger e combater a propagação dessas doenças.

A comunicação é uma ferramenta poderosa em saúde pública, capaz de informar, educar e mobilizar a população em torno de medidas preventivas e de autocuidado. Sem ela, os cidadãos ficam às cegas, incapazes de tomar decisões informadas para proteger a si mesmos e aos outros.

A confirmação da morte por dengue hemorrágica, inicialmente divulgada de maneira indireta e depois confirmada por um comunicado lacônico da prefeitura, além da falta de dados oficiais sobre as três prováveis epidemias em curso, simboliza a falha em fornecer informações tempestivas e precisas à população.

Este episódio, além de ser um trágico lembrete da letalidade da dengue, revela uma desconexão preocupante entre o governo e os cidadãos que deveria servir e proteger.

Diante dessa crise, é imperativo que a prefeitura de Olímpia adote uma postura de transparência total e imediata. Isso significa não apenas divulgar regularmente atualizações detalhadas e verdadeiras sobre o número de casos e medidas de contenção em vigor, mas também garantir que essas informações sejam acessíveis e compreensíveis para todos os cidadãos, independentemente de sua situação socioeconômica ou nível de educação.

Além disso, é crucial que sejam implementadas estratégias eficazes de combate à dengue, incluindo campanhas de eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, bem como iniciativas de educação pública sobre prevenção e sintomas da doença.

Paralelamente, é necessário reforçar as medidas de prevenção contra a Covid-19 e a influenza, promovendo a vacinação e o cumprimento de diretrizes sanitárias.

A crise de saúde pública em Olímpia é um chamado à ação para todos: governo, setor de saúde, mídia e cidadãos. Cada um tem um papel a desempenhar na superação dessa provável tríplice epidemia.

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