23 de setembro | 2023

Posso te tocar?

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Cláudia Caetano

Nos atendimentos clínicos, podemos observar através de muitas conversas, nos jogos lúdicos, as dores de crianças e adolescentes, quanto a uma abordagem que ainda em nosso país, não é compreendido, (ABUSO SEXUAL INFANTIL). Falar sobre esse assunto requer atenção, disponibilidade, carinho, conhecimento e afeto.Nas rodas de conversas junto às famílias, buscamos algumas formas de com clareza, expor a importância do corpo, por isso, pensamos em uma estratégia lúdica, através das cores do semáforo, a boneca do toque,(uma forma descontraída de ensinar as crianças sobre partes de seu corpo onde elas podem e não podem ser tocadas, de acordo com as cores do semáforo do nosso dia a dia).

As crianças precisam se sentir seguras para contar aos pais ou para pessoas de confiança quando alguém tentar tocá-las de forma inapropriada. E é isso que mais assusta. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, diariamente, são notificadas no Brasil, em média, 233 agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) contra crianças e adolescentes com idade até 19 anos. Os números já são bastante alarmantes.  Por isso, o assunto merece uma atenção especial e cuidado redobrado.  Como proteger seu filho de abusos sexuais? Você já conversou com seu filho sobre o que é abuso sexual? Por se tratar de um assunto que ainda é considerado tabu, muitas pessoas ignoram o problema.

Só que é muito importante dizer para seu filho que, sempre que ele se sentir incomodado com algum toque, ele deve dizer “não” e contar imediatamente para alguém de confiança o que está acontecendo.   É preciso que esse papo aconteça de forma constante e natural, desde cedo. Os pais devem conversar frequentemente com seus filhos sobre muitos aspectos da sexualidade de uma forma que ajude a criança a se sentir confortável e ouvida, mas nunca envergonhada.

O que falar, às crianças:

       * Explique que meninos e meninas são diferentes

  • Dê nomes precisos para as partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Nada de ficar inventando “apelidos”
  • Conte que os bebês vêm da barriga da mãe
  • Estabeleça regras sobre limites pessoais, como manter as partes íntimas sempre cobertas
  • Dê respostas simples a todas as perguntas sobre o corpo e as funções corporais
  • Fale sobre a diferença entre toques aceitáveis (que são agradáveis e bem-vindos) e toques inadequados (que são desconfortáveis, indesejados ou dolorosos)
  • Diga que seu filho tem a liberdade para dizer “não” todas as vezes que não se sentir confortável com a ideia de ser tocado, inclusive quando parentes e amigos quiserem dar beijos ou abraços
  • Explique que ninguém (crianças e adultos) tem o direito de tocar em suas partes íntimas
  • Mostre que seu filho pode confiar em você e que está disponível e aberto para ouvir tudo o que ele tem a dizer. Peça para que ele não guarde segredos
  • Explique a diferença entre “surpresa” (que é algo que será revelado em breve, como um presente) e “segredo” (que é algo que você nunca deve contar)

Ficar de olho no que as crianças assistem na televisão e nos conteúdos que elas consomem nainternet , também se faz necessário.  Sempre que puder, tire um tempinho para participar dessas atividades junto com o seu filho. Além de supervisionar as informações a que ele tem acesso, você ganha uma oportunidade interessante de falar sobre o devido assunto.

“Quem ama, cuida!” Disque 100.

Cláudia Caetano – Psicopedagoga Clínica

 

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