31 de janeiro | 2021
Olímpia ainda está na fase vermelha ou já amarelou?
“Quando a maioria não consegue enxergar
a realidade e fantasia a própria existência,
tempestades se avizinham, o caos
pode se instalar”.
Mestre Baba Zen Aranes
PRA COMEÇAR …
… bem ou mal, vamos parodiar Jorge Bem Jor:
“Moro numa cidade tropical, abençoada por Deus; E bonita por natureza (mas que beleza); Em fevereiro tem carnaval; Eu tenho um fusca e um violão; Sou Olímpia e tenho uma nêga chamada Sueli”.
“Sou um idoso de mentalidade mediana; (Pois é) mas assim mesmo sou feliz da vida; Pois eu não devo nada a ninguém; (Pois é) pois eu sou feliz; Muito feliz comigo mesmo”.
“Eu posso não ser um band leader; (Pois é) mas assim mesmo lá em casa, todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam; (Pois é) essa é a razão da simpatia; Do poder, do algo mais e da alegria. Moro numa cidade tropical …”
VOCÊ, CARO LEITOR, …
… deve estar se questionando o porquê deste colunista estar usando os versos de Bem Jor para iniciar a coluna de hoje. O escrevinhador também não sabe a razão. Pois, ao procurar um tema para compor o teorema de hoje veio a música na cabeça. Não xinga! … Vamos tentar juntos compreender o incompreensível.
NA VERDADE, …
… hoje em dia tudo tem a ver com a tal da pandemia. E, por incrível que pareça, em plena crise sanitária do novo coronavírus tem quem se preocupe e torça para que a realização do carnaval deste ano seja concretizada, mesmo com os festejos já tendo sido cancelados no ano passado.
ESTAMOS NA …
… tal da fase vermelha do Plano São Paulo, onde era pra tudo ficar fechado para evitar a circulação das pessoas, pois está provado que as aglomerações provocam a propagação do vírus. Ou quase tudo, pois a população não pode ficar sem os essenciais. E aí é que entra o grande “felômeno” desta terra brasilis, o chamado jeitinho brasileiro.
PRIMEIRO, …
… o próprio governo define que muito mais da metade das atividades é essencial, com poucas ficando de fora e estas acabam também se virando para não paralisar suas atividades com o nosso “loucodow” virtual. Como o governo permite o chamado “delivery” e “drive thru”, ai também se acha a forma de fantasiar que se está cumprindo a lei.
NO PRIMEIRO …
… ponto, o da definição de essencial, lojas de perfumes, entre outras, por exemplo, incluíram em suas atividades venda de produtos alimentícios; bares que só vendem cachaça, salgados e espetinhos agora também vendem tomates e bananas e, por aí vai…
NO CASO …
… do comércio, então, a situação fica mais escandalosa. Tem grandes lojas de rede que permaneciam com todas as portas abertas, com balcões nas entradas e vendendo normalmente na calçada, quando não autorizavam os clientes entrarem no interior da loja; tudo isso quando o “drive thru” seria a venda antecipada e o sujeito só iria pegar a mercadoria sem sair do carro, sem aglomeração e sem experimentar antes de levar.
O CHAMADO …
… “drive-through” ou “drive-thru” é um tipo de serviço de entrega fornecido por uma empresa que permite aos clientes comprar produtos sem sair de seus carros. O formato foi pioneiro nos Estados Unidos na década de 1930 por Jordan Martin, mas desde então se espalhou para outros países.
O PROGRAMA …
… Cidade em Destaque da rádio Cidade de sexta-feira, que é transmitido pelo Facebook e Youtube, mostrou imagens das ruas centrais da cidade com praticamente 90% do comércio e serviços funcionando normalmente. O mesmo programa, na segunda-feira, mostrou imagens de situação praticamente inversa: apenas 20% estavam abertas
SEM CONTAR …
… que outras lojas, mesmo de portas fechadas, caçavam os clientes nas ruas e os colocava dentro da loja para realizarem suas compras. Carro de som na rua anunciando que loja está vendendo internamente. E, no Whats, academias anunciando que voltarão a funcionar com portas fechadas.
TEVE ATÉ ALGUMAS …
… lojas de calçados com bancos nas calçadas para os clientes experimentarem os sapatos, sandálias ou chinelos antes de levar. A nossa fase vermelha é imaginária? Será que o vírus sabe disso?
O PIOR É QUE …
… tudo isso se dá em conluio com os governantes de todos os níveis. Ninguém fiscaliza, a promotoria pública é inerte e a gente vai continuando num mundo de faz de conta, correndo o risco de ver ainda muito mais mortes do que nos fatídicos meses de agosto e setembro do ano passado, quando mais de 50 pessoas morreram, quase uma por dia (índice verificado no mês de agosto).
E É NESSE …
… mundo do faz de conta, das argumentações não científicas tipo fulano faz eu também posso fazer; não sei quando nem sei onde, aconteceu e o número de casos não aumentou; e por aí as pessoas vão arrumando desculpas para amenizar o fato de que direta ou indiretamente serão responsáveis por várias mortes, para a triste realidade de que são verdadeiros assassinos contumazes.
A POLITICAGEM …
… impera, pois o almofadinha em São Paulo finge que segue as orientações de seu comitê de contingência formado por 20 especialistas da área de saúde e faz um plano meia boca, sem levar em conta o que os entendidos propõem em sua integridade e que prevê que as pessoas finjam que cumprem as normas que ele finge que decretou.
NO ÂMBITO MUNICIPAL …
… a situação também se dá da mesma maneira, mesmo com o nosso prefeito não tendo mais intenção de se candidatar a nada. Aqui se finge que fiscaliza as normas perrengues que fingidamente foram impostas.
O MINISTÉRIO PÚBLICO, …
… talvez, por não ter seus componentes vivendo na cidade ou por protocolos próprios, que seria o responsável pela fiscalização da lei, também não age nem reage sem ser provocado e acabamos vivendo um verdadeiro conto da carochinha. Um finge que cria leis, outros fingem que fiscalizam, a gente finge que cumpre e ninguém avisa o vírus que estamos cumprindo restrições imaginárias para ele deixar de se propagar.
NO NOSSO CASO …
… no entanto, a situação é “deverasmente” pior, pois a cidade tem grande parte de sua economia baseada no turismo e, quanto mais demorar para passar o pico da segunda onda, mais tempo vai levar para os parques, que são a atração principal, voltem a funcionar. O fingimento aqui pode ser fatal. Já tem centenas de funcionários do setor sendo dispensados.
MAS …
… ai entra o carnaval. Tem quem não acredite que o poder público não irá promover as festas de momo este ano. E tem, também, quem está organizando a orgia clandestinamente ou no interior de seus negócios particulares.
José Salamargo … salve-se quem puder. O vírus não sabe que estamos encenando a peça “Fingindo para o Inimigo”.
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