29 de maio | 2022

O tempo é o senhor das razões

Compartilhe:

“Quem sabe tudo é o tempo que ajuda a mudar o percurso das
águas e a história humana, por isto é necessário estar atento
a tudo que se fala ou escreve, pois o passar dos dias repõe
a história, a ciência e o saber no seu devido e merecido lugar”.

 

Do Conselho Editorial

Alguns estranharão o título em razão do plural para algo tão singular como o tempo, porém, é preciso anotar que se trata não de uma razão única, mas de todas as razões.

As que andam pelos desertos abandonados das cabeças vazias.

As que frequentam o semiárido das mentes que raciocinam pela metade e creem dominar o mundo do pensamento com suas árvores rasteiras e um pouco de sol.

As que se localizam em terrenos férteis de boa semeadura e farta colheita, que alimenta o mundo futuro de abundantes teorias e métodos que tornam a vida senão mais fácil, menos complexa.

No final, todas elas, sem nenhuma exceção, trabalham para que o pensamento torto ou errático, certo ou duvidoso, seja imposto sobre o seu semelhante ou a sociedade em que vivem.

Pode ser um esquimó, um índio cherokee, um operário inglês, um empresário, estadista, um simples e esquecido caminhante anônimo de uma rua ou de estradas perdidas pelos ocos deste mundo, dentro dele habita uma opinião e o desejo de que seja seguida pelo seu entorno.

Não fosse assim não haveria conflitos, guerras, debates, nem esta loucura na internet em que uma série de situações estudadas por grandes cientistas, teses levantadas por teóricos, pesquisas, levantamentos, sendo discutidas por leigos do assunto como se fossem doutores com a práxis da pesquisa e da boa teoria.

Mesmo que revele uma certa estupidez em alguns, um nível de conhecimento mediano em outros e uma excelência rara na exposição de pensamentos em alguns, o direito de se expressar, mesmo que erradamente, ainda é predominante.

Extraído dai os impedimentos naturais impostos à sociedade para que haja harmonia e paz mesmo nas discussões mais açodadas, não caluniando, difamando ou injuriando alguém, tudo deve ser aceito e permitido.

O único senão para quem tem uma preocupação mínima com sua imagem, nestes tempos em que tudo fica registrado nas redes sociais, é exatamente o desmonte através do tempo de algumas “razões” que permitiram curtidas, likes, compartilhamentos que demonstram ser vazias, mentirosas e inúteis no processo de evolução humana.

Alguns leitores devem questionar onde pretende chegar este texto que a princípio parece ser meio confuso e não revelar nada, nem uma verdade neste universo onde os absolutos desejam se impor.

Já chegou e você, leitor distraído não percebeu.

O mais atento visualizou que cada um e cada uma pode e deve manifestar sua opinião da forma como desejar, obedecendo os critérios impostos na Constituição e nos Códigos Penal e Cível, com o devido cuidado para que o tempo não transforme a opinião em algo ridículo que deponha contra si.

É preciso estar sempre atento, que embora haja um universo de razões caminhando ou sendo arrastadas pelo vento mundo afora, umas são razoáveis e outras vergonhosamente ridículas e o mais coerente é tentar se afastar das que podem se tornar vexatórias para o emissor.

O tempo atravessa o próprio tempo, deixa marcas profundas na alma de cada um, melhora acertos e corrige erros, está atento a tudo e a todos e consome cada vírgula e cada ser que habita o planeta com paciência e cautela e o homem que pensa que sabe tudo não sabe exatamente nada.

Quem sabe tudo é o tempo que ajuda a mudar o percurso das águas e a história humana, por isto é necessário estar atento a tudo que se fala ou escreve, pois o passar dos dias repõe a história, a ciência e o saber no seu devido e merecido lugar.

Para os que não sabiam fica a dica: O tempo é o senhor das razões.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas