14 de julho | 2019

O clientelismo emperrando a máquina pública e ajudando a destruir a democracia. Tá oquei?

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“O maior empecilho para a evolução de um povo é a falta de conhecimento, de uma moral humanista e, entre muitas outras coisas, da conscientização de que é preciso ser e não apenas ter. Dentro deste contexto, se forma um círculo vicioso, com a formação contínua de uma ampla maioria de seres incapacitados de mudar a situação, cada um lutando apenas pela melhor sobrevivência, tendo os outros como inimigos e, sob o estigma de que os fins justificam os meios, o futuro que se avizinha sempre é mais sombrio, mais trágico, nesta guerra de todos contra todos”.

Mestre Baba Zen Aranes.

 MAIS UMA …

… vez tomando por base o pensamento de Mestre Baba, a gente chega à conclusão que não dá para se imaginar um futuro menos sombrio, mais justo e menos escravagista, ao contrário, toda e qualquer reflexão que leve em conta as várias circunstâncias vividas atualmente nos levam a acreditar que tudo pode piorar ainda mais.

CLARO, …

… um povo desnutrido de conhecimento não consegue separar o joio do trigo e acaba alimentando um círculo vicioso interminável, justamente escolhendo seus representantes por aquilo que ele, pessoalmente, poderá usufruir com tal escolha.

E OS PRÓPRIOS …

… escolhidos, mesmo que em muitos casos não possam ser enquadrados entre os “descamisados” do conhecimento, ao invés de utilizarem as ferramentas próprias para a reversão do quadro, alimentam ainda mais o pater­na­lismo escravagista que sempre dominou a sociedade brasileira e o nosso feudalismo tupiniquim.

O EXEMPLO …

… claro vem da nossa Câmara de Vereadores que, a exemplo das esferas superiores (estadual e federal) cujos escolhidos teriam por obrigação cumprir uma de suas principais obrigações que seria a de fiscalizar a aplicação do dinheiro público e só faz “farol”, transformando a casa que deveria ser do povo em circo da Aurora, onde toda semana se desenrolam cenas pitorescas, mas bem inferiores as de um picadeiro de circo mambembe.

DENTRO DA …

… obrigação de fiscalizar está inserido o próprio funcionamento dos órgãos municipais no sentido de que prestem um serviço de qualidade para os munícipes que são os que sustentam toda a máquina e pagam os salários e as despesas de todos os agentes políticos.

É NESTE …

… contexto que se vislumbra a obrigação de fiscalizarem “in loco” o desempenho dos vários setores da administração e não apenas ficarem praticando o chamado clientelismo tentando resolver o problema pessoal de alguns de seus eleitores.

EXEMPLIFICANDO …

… com o caso da UPA, se os “dez cavaleiros da Távola Quadrada” tivessem cumprido suas responsabilidades desde o início, fiscalizando e exigindo que fossem tomadas as medidas de correção, sob pena de respon­sa­bilização do responsável ou dos responsáveis, seja através de CEI ou mesmo de denúncia ao Ministério Público, esta não teria sido a porta do caos da Saúde local.

E MESMO, …

… se tivessem se insurgido contra a politização do setor que foi entregue a um grupelho político, quem sabe, não teríamos chegado ao extremo de ter que suspeitar que muitos perderam a vida por causa de incompetente estado de desgoverno em todos os setores.

ALIÁS, …

… as declarações do vereador Salata, na semana pas­sada, afirmando taxa­ti­vamente que as secretarias da Saúde e da Assistência Social viraram cabides de empregos e que estão sendo utilizadas para se fazer o cliente­lismo elei­to­reiro, é um exemplo crasso desta tese.

SE TIVÉSSEMOS …

… vereadores comprometidos com sua função e com a representação digna da sociedade, esta situação teria que ser objeto de uma investigação minuciosa e, inclusive, de denúncia formal ao Ministério Público.

MAS NÃO! …

… Tudo fica só na ameaça, na queda de braço entre compadres ou na encenação para passar a impressão para os eleitores que tudo segue o caminho da normalidade.

AÍ SE …

… instala o mecanismo que faz com que os órgãos públicos não funcionem, pois se tudo estiver certo, os sempre candidatos não vão ter como resolver os problemas particulares de seus eleitores, ou seja, praticar o clientelismo.

É PRECISO …

… que as coisas não funcionem para que estes sempre tenham a possibilidade de fazer surgir um salvador da pátria que venha apenas prometer resolver o caos.

ELEITO, ...

… tudo volta ao normal e as coisas vão piorando para poder ter quem prometa consertá-las em época de eleição.

E A PODRIDÃO …

… segue caminhando seu curso e fazendo com que a própria vida seja o picadeiro da Aurora, com os personagens provocando o riso e a felicidade dos outros, brincando com a promessa de coisas que deveriam ser sérias.

José Salamargo – tá oquei?

 

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