11 de setembro | 2016

No CDP de Taiuva uma “autoridade” do pior legislativo que Olímpia já teve

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Do Conselho Editorial
Não se pode medir todo mundo com a mesma régua. Da mesma maneira não se deve imputar a outrem a má ação perpetrada por alguém. Esta é e deveria ser a regra a se respeitar.

Abre-se, no entanto, em razão das milhares de razões produzidas pelos políticos brasileiros, uma grande porta para se desconfiar da maioria deles em razão da quantidade de escândalos e denúncias de cambalachos e falcatruas que pipocam por todos os cantos.

Nesta semana que nem se findou na cidade de Ribeirão Preto grande parte dos vereadores da Câmara foi presa por participar de escândalos em corrupção e suborno, um escândalo nacional.

Em Olímpia o vereador Marco Santos, de quem algumas figuras lendárias da futrica política desconfiavam tudo e um pouco mais, foi preso em flagrante por motivos que indicam que pode haver muito mais coisa oculta na Câmara local do que pensa a vossa (leitor) vã filosofia.

Esta mesma Câmara há anos atrás, segundo a lenda urbana que corria nos meios políticos, abrigava um membro que dividia salário com as pessoas que indicava para cargos tanto no Legislativo quanto no Executivo.

Para quem não sabe há uma conhecida e famosa cota de cargos no Executivo, que são indicações de vereadores e sobre esta cota há também o mito, a lenda ou a realidade, de que os indicados dos vereadores repassem a eles parte do salário recebido.

Quase isto, e isto, e além disto ocorria em Ribeirão onde até filhos e parentes de vereadores eram indicados para uma empresa contratada em licitação fraudada para “prestar serviços” à prefeitura e auxiliava como linha mestre na corrupção e fraude de concursos.

Em Olímpia não se tem o alcance que a prisão do vereador Marco Santos pode ter em relação às questões que poderiam, em tese, envolver o Legislativo e o Executivo, já que são bastante conhecidas as indicações de cotas do vereador publicadas na Imprensa Oficial e fartamente alardeadas pelo próprio vereador que era da base de Eugênio José e gostava de se gabar do prestígio que pensava ter junto a administração.

Neste momento, se verdadeiras forem as menções do vereador, as indicações, as falações das rodas de fuxicos, deve haver alguns com a pulga atrás da orelha aguardando exoneração na Imprensa Oficial e outros pressionando o suplente para tomar a vaga.

Por que é assim mesmo a política, como cansou de afirmar em roda pública Marco Santos quando para surpresa de todos deixou a oposição a Eugênio José a quem desferia os piores ataques e passou a ser um dos seus maiores defensores na Câmara Municipal.

Estas mudanças rápidas de posicionamento, aliadas a pressão que a língua exerce sobre os dentes, vão criando suspeições e mais suspeições que a omissão ou o comprometimento de seus pares legisladores vão deixando fazer parte de uma realidade que agora será alvo de investigação em outra seara, mais séria e com poder real de coerção.

Tanto que, com toda empáfia que o título de vereador parece que lhe conferiu, o antes oposicionista em perfeita obra de escárnio e de falta de realidade manda mensagem a seus correligionários e leitores pela internet, direto do Centro de Detenção Provisória de Taiuva, onde se encontrava detido na sexta-feira.

E os vereadores que ameaçavam cassar o seu mandato, quando da inglória tentativa de projeto de lei visando a diminuição de salário, por considerarem que o projeto do vereador visava pressioná-los a votar projeto de aumento do número de cadeiras no Legislativo, na ocasião desistiram da cassação e até hoje não se sabe a razão.

Há quem tenha ponderado na ocasião e há quem pondere agora que os rabos presos e os rabos de palha que a artilharia e o destemor da parte contrária não permitiria uma expulsão da vida pública de alguém que pode carregar consigo a mala preta de um dirigível sem comando, refém dos ventos, que a qualquer momento pode vir ao solo.

O momento é de esperar qual será a reação dos vereadores que frequentam a pior Câmara dos últimos cem anos.

Se for a que coincida com a omissão tomada diante de escabrosos casos como o da Máfia do Asfalto, do possível enriquecimento ilícito de um secretário, do envolvimento do nome de Olímpia na Máfia das merendas, por exemplo, tudo continuará como dantes e a pior será considerada como algo que nunca houve em matéria de fiscalização de possíveis desvios de verbas públicas, o reino em que a mazela prospera.

Caso radicalize e tome medidas visando resgatar parte da mancha que a prisão ocorrida em seus domínios pode ter causado, sobrará à plateia sedenta de sangue e moralidade pública aguardar a reação do agora detento Marco Santos revelando o que alguns suspeitam ou, conferindo ao Legislativo e por tabela ao executivo o atestado de idoneidade (neste caso)  que estão necessitando tanto.

 

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