08 de setembro | 2013

Momento negativo, hora de agenda positiva

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Do Conselho Editorial

O governo municipal de Eugênio José Zuliani lembra bem o ex-governador do Rio de Janeiro, César Maia, que abusava dos “factóides” para se promover.

Que nada mais é que um fato gerado para a imprensa propositadamente para chamar a atenção com intuito de se desviar os olhares de um assunto em discussão.

Para se ter uma idéia dos abusos cometidos por César Maia a respeito da utilização dos factóides, a estrategia dando a ele a fama de maluco, assim definido em sua despedida da prefeitura por um blogueiro.    

“Melancólico, chorão, ainda mais doido, usando um broche da antiga URSS, ouvindo marchas militares, despediu-se da prefeitura o napoleão de hospício, César Maia, o Vaia, ex-prefeito do Rio, agora felizmente no exercício da ex-prefeitança. Mas, antes, na inauguração de seu mausoléu (a Cidade da Música, rejeitada até pela família do homenageado – o Roberto Marinho de O Globo, a quem o napoleão acusava de perseguição pessoal), César tropeçou e caiu, deixando para a posteridade seu último factóide.”

Dá para perceber que o César Maia abusava do que entendia como direito de aparecer, e nos momentos em que seu governo era questionado pela falta de competência ou por algum escândalo, ai que ele ia pra mídia na busca da permanência de sua boa imagem.

Se não conseguisse uma pauta positiva para desviar a atenção pública criava artifícios que se convencionou chamar de factóides e que eram discutidos em detrimento de situações mais significativas e necessárias para a construção de uma sociedade melhor.

Lógico que Eugênio não se compara a Cesar Maia no tocante a pretensa e difundida loucura do ex-prefeito, porém é evidente que todas as vezes em que se vê envolvido em alguma situação embaraçosa, baseado no livro A cabeça do eleitor, de Alberto Carlos Almeida e recomendações de homens de marketing, e desajeitados Suns Tzús maquiavélicos, prepara sua arte da guerra para inverter o processo de desgaste.

No caso da máfia do asfalto foi assim, repetição de outros episódios dos factóides que também se repetiu na questão da decisão eleitoral que envolve as cores da cidade que gerou multa para si e para seu vice.

E agora, confirmada a decisão que mantém a multa, sai em campo a surrada lenga-lenga de sempre do uso dos meios de informação com desinformações que tirem de foco a questão central.

A pauta positiva de tão negativa dá mostras de exaustão, visto que parte das obras estão paralisadas por contratação de empresas inidôneas como afirmou o próprio César Maia local, outras, paradas, suspeita-se que por conta do envolvimento com a empresa investigada no escândalo da máfia do asfalto.

Sem contar uma centena de factóides relacionados com os serviços públicos prestados que não se confirmam quando colocados em discussão e uso da população.

A máquina pública virou um tremendo cabide de empregos na gestão de Eugênio, o sucateamento de equipamento pelo uso e falta de manutenção adequada ou troca dá mostras do descuido e da má gestão.

Portanto, a reação discursiva de Eugênio que se imagina capaz de contorcionismos verbais e capacidade de sofismar acima da média, pode se mostrar inútil neste momento em que a população pede mais realidade palpável e menos palavras adocicadas.

É preciso sair do plano das maravilhas e pousar no terreno áspero da realidade para não terminar como César Maia, desacreditado, deixando para a posteridade apenas um melancólico tropeção.

 

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