17 de fevereiro | 2015

Mais um assessor contratado. Quase tudo dominado? Você concorda?

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"GENTEM", …

… como é triste, sendo jornalista desde os 15 anos, ter que admitir que, em cidade pequena, está ficando cada vez mais difícil, quase impossível, praticar com dignidade este mister de suma importância para o Estado Democrático de Direito, que é escrever, falar e se manifestar sem estar a soldo de nenhum político, de nenhum imperador, de nenhum senhor do engenho.

SEMPRE A MESMA …

… desculpa que é a oportunidade de exercer uma das profissões da comunicação social que é a assessoria de imprensa.

ASSESSORAR …

… é prestar assessoria, indicar caminhos, mostrar qual é a melhor forma de se falar ou divulgar as informações, enfim, defender os interesses do assessorado, usar todo o conhecimento adquirido na militância na imprensa em prol daquele que vai pagar o salário.

ATÉ AÍ TUDO …

… bem, já que cada cabeça uma sentença e cada um sabe onde está doendo o calo, ou quando o estomago está roncando, eis que esta profissão, como a de professor, vem sendo cada vez mais desvalorizada e procurada por pessoas que acabam não tendo a formação moral necessária para lidar com problemas éticos que o exercício do jornalismo coloca em cheque a todo instante.

MAS O PROBLEMA …

… é que, em cidades pequenas, geralmente os veículos de comunicação também são pequenos para suportar a pressão dos poderosos (principalmente econômica – este jornal que o diga, pois já enfrentou até tentativa de fechamento via compra de espaço seguido de calote de quase R$ 50 mil). E os jornalistas, por conseguinte, ficam em situação mais difícil ainda, já que se saem ou são expurgados de um veículo que foi “adoçado” pelos ditadores, não têm tantas opções para trabalhar, então acabam sendo subjugados por este sistema corruptor e que leva a criação de uma legião de corrompidos em sua dignidade.

QUEM PERDE …

… com isso é a cidade e até os que lucram momentaneamente com as benesses do poder, já que acaba sendo instituído o totalitarismo na imprensa, o fim do direito à informação que está estampado em nossa constituição e é um dos pilares, um dos sustentáculos da democracia.

É SIMPLES ASSIM …

… se tudo for segredo de Estado, ninguém fica sabendo o que acontece nos bastidores do poder. Ninguém tem nem noção do que estão fazendo com o dinheiro que nos tiram através dos impostos.

IMAGINEM QUANTOS …

… “mensalões”, “petrolões” e outros “lões” que aconteceram em todo o Brasil que a gente nem ficou sabendo, mesmo ainda tendo alguns veículos isentos. Imaginem se não tivesse nenhum veículo que publicasse as denúncias de jornalistas investigativos, ou mesmo daqueles que recebem informações sigilosas de descontentes dos próprios grupos de corruptores? Fica tudo dominado? O mundo fica maravilhoso. Igual nos tempos da ditadura militar. As cidades se transformam em Venezas, capitais do amor e da felicidade.

CRIA-SE …

… uma realidade virtual que, massificada pelos veículos “adoçados”, repetida por dezenas de vezes, acaba convencendo parte de nossa população que não tem discernimento suficiente para separar o real do imaginário.

E NOS ÚLTIMOS …

… dias, um dos últimos soldados da resistência, embora sempre titubeante, mas que ainda estava no campo de batalha, dentro de uma trincheira que não foi forte o suficiente, acabou cedendo. Não resistiu ao sistema de subjugamento. Para poder continuar sobrevivendo foi para o clube dos escravos do rei que são chamados de “assessores”, participar da construção de um mundo maravilhoso, de um reino perfeito, de um império Genial.

SEM QUERER RECRIMINAR …

… o dito cidadão, de origem humilde, mas que sempre se valeu da leitura para crescer, postando-se de intelectual e, muitas vezes, dono de uma verdade absoluta não afeita ao debate, este se transformou apenas em mais uma vítima deste império que não aceita o choque de ideias e passa com seus tratores por cima daqueles que ousam questionar suas verdades virtuais, querendo estabelecer uma unanimidade que além de burra está muito aquém da realidade.

É O IMPERADOR …

… dominado por seu sacrossanto “Rodriguiano” tutor e líder espiritual, aplicando as técnicas malufistas e populistas de governo absolutista, imperial, ditatorial, como se vivêssemos na época dos Césares que tentaram dominar toda a Europa.

NOSSA PEQUENA …

… quase turística urbe figura como se fizesse parte ou estivesse situada na Itália dos tempos de Mussolini ou na Alemanha de Hitler, onde tudo é dominado, até aqueles que deveriam lutar para que a justiça existisse, e aí englobando-se seres pensantes de todos poderes, de todos os cantos, não só da imprensa, mas, principalmente daqueles que detêm algum outro tipo de poder que acabam não exercendo por raciocinar pelo próprio umbigo, ou por acreditar na teoria hitleriana de que só tem direito de viver a raça pura, ou mesmo, como na Grécia Antiga, onde registrou-se a primeira democracia e os cidadãos eram apenas os donos de terras, do dinheiro, enfim do poder. O resto, assim como hoje, eram apenas escravos.

UM SIMPLES …

… exemplo desta realidade virtual é a que foi estampada com toda pompa e com direito a fotos posadas no site da prefeitura mostrando a visita dos proprietários do Play Center e o anúncio da vinda de parques deste grupo para Olímpia.

NO ENTANTO, …

… no entre aspas, ou seja, nas declarações do mandachuva do grupo tem apenas a afirmação de que se estaria estudando a “possibilidade” de implantação em Olímpia, ou seja, o mesmo que há talvez uns dois ou três anos atrás, quando aqui estiveram e prometeram exatamente a mesma coisa, ou seja, estudar a possibilidade de implantação.

TRADUZINDO: …

… o Play Center em Olímpia embora tenha sido anunciado para daqui dois anos, nem possibilidade ainda é, segundo os empresários que irão instalar, pois se estão novamente estudando possibilidade, significa que esta nem ainda existe. É mole? Isso é que é realidade virtual. Manipula-se a informação para fazer a população crer que, igual ao discurso do prefeito na primeira sessão da Câmara, Olímpia é uma cidade maravilhosa, governada por verdadeiros e competentes administradores que a tornam cada vez mais bela, mais limpa, mais aprazível, quase sem impostos, com todos os equipamentos de uma cidade de primeiro mundo.

 

José Salamargo… entristecido, cada vez mais solitário nesta batalha entre a honestidade e a “subjugação”, entre o real e o virtual, entre a ética e a malandragem e o “scambau”. Mas, só de sacanagem, quanto mais sozinho mais honesto e ético vou ser.

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