02 de outubro | 2017
Governo do não mais que o feijão com arroz?
Do Conselho Editorial
Passado quase um ano do governo instalado em Olímpia não há muito que se possa comemorar em anúncios de grandes mudanças ou projetos que possam pelo menos mostrar que o novo governo tem fórmulas diferentes ou melhor que as aplicadas pelo anterior.
Muita coisa é parecida, principalmente a distribuição de cargos entre os apadrinhados que segue o mesmo ritmo das capitanias hereditárias.
Se não é o grande balcão que parecia ser o governo passado também não é um recatado convento em que santos se revezam em prática de diárias orações em favor do bem estar da humanidade.
O que se observa são as trocas de cargos, promessas de campanha cumpridas, Câmara com a maioria de seus vereadores reféns do Poder Executivo e a cidade parada.
Tocante e inexplicável a quantidade de secretários no anonimato como a evidenciar a prática do possível centralismo do mandatário tão discutido nas rodas de discussão política.
Dois exemplos clássicos disto estão estampados no ex Secretário de Turismo que deixou o cargo e que no poder nada era que uma sombra a vagar por corredores do Executivo, prestando um serviço à sociedade, que se não fora a feira articulada sobre a responsabilidade da pasta teria passado despercebido.
E aqui há de se reconhecer que a feira tem muito a ver com Agricultura, que era ligada a pasta, e nada a ver com Turismo, segmento que em sua direção não prosperou.
Outro exemplo é o caso, este mais marcante ainda, da Secretária de Assistência Social, que exerceu a mesma função em outro governo municipal, tido, havido e reconhecido como autoritário, e brilhou.
Muito embora possa se discutir e condenar suas práticas impregnadas de populismo e assistencialismo à época, não há como negar que havia projetos envolvendo a comunidade e a Secretária marcava e garantia espaço na cena pública local.
Tanto que foi guindada a condição de vice para disputar a eleição na chapa composta com o vice-prefeito da época.
E, hoje, perdeu espaço da tribuna legislativa, traiu o voto de confiança de seu eleitorado, assim como outros que eleitos vereadores se transformaram em Secretários e se encontram no anonimato, como se estivessem fazendo figuração em uma peça que não tem atrativos para o público.
Se fosse além, englobaria a Secretaria de Educação que comparada com a anterior pode se dizer que nem se ouve falar dela, enquanto uma era participativa e presente, a outra parece que inexiste nas discussões públicas que envolvem o setor.
Se isto é bom ou ruim o tempo dirá e cobrará o seu preço.
A princípio, nota-se, que este centralismo não tem produzido discussões que permita vislumbrar que se está discutindo o futuro da cidade com uma dinâmica que abrace todos e aponte soluções que visem a produção de soluções a problemas que não foram equacionados e outros que dão mostras de se ampliarem.
Há questões crônicas que ou estão sendo esquecidas ou debatidas por um só homem e esta não é e nunca foi a melhor forma de buscar corrigir as mazelas que atingem nossa sociedade.
Não se observa na linha do horizonte nada além da mesmice, do feijão com arroz e isto não parece ser bom para a cidade.
Temos problemas estruturais no abastecimento de água, tratamento de esgoto, fornecimento precário de energia, geração de emprego, além da falta de estruturação e solidificação do setor turístico, desburocratização da máquina pública naquilo que dificulta abertura de empresas, renovação do parque industrial, discussão da vocação olimpiense no comércio e na indústria.
E muitas outras questões poderiam ser levantadas, entre elas a organização e busca de integração do sistema cultural local com a indústria do entretenimento visando a geração de emprego e renda focado no Turismo.
No entanto, até agora parece que todas a s discussões e decisões são tomadas pela caneta e pela voz solitária de alguém, que talvez imagine que saiba para além de suas possibilidades e até o presente momento parece estar levando com a barriga um governo do não mais que o feijão com arroz. Ou não?
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