10 de setembro | 2017
Eugênio José Zuliani quase no fundo do poço
Do Conselho Editorial
Eugênio José Zuliani poderia ter sido o maior e o melhor prefeito que Olímpia teve nos últimos cem anos, e isto não é pouco diante de sua pequena trajetória política analisada pelo parâmetro da cronologia e dos cargos ocupados.
Presidente da União dos Estudantes Universitários de onde saiu deixando atrás de si um histórico que passou a lenda urbana como se fora conturbado e envolvido em algo no mínimo merecedor de ampla investigação.
Que, diga-se de passagem, não foi levada a efeito e reforça a ideia no imaginário popular de que sua passagem por lá foi trampolim para sua eleição a vereador de forma não muito republicana para escrever o mínimo do que muitos falam à boca pequena por ai.
Vereador eleito para duas gestões, foi no primeiro mandato nada mais que alguém que falava amém aos atos do prefeito, se posicionando inclusive a favor da instalação da lagoa de tratamento de esgoto próximo ao Thermas dos Laranjais.
No segundo mandato de vereador, dizem as más línguas, que por ter sido preterido na condição de vice na chapa do prefeito que endossava, passou a se opor a ele.
Foi presidente da Câmara Municipal e em seu mandato explodiu o escândalo da divisão de parte de salários de cargos comissionados na Câmara.
Da Câmara, como da UEUO, fez trampolim para sua candidatura a prefeito.
Antes de ser eleito já se demonstrava a que viria: sua relação comprometedora com a mídia local foi denunciada por um jornalista local, neste semanário.
Foi eleito e denunciado na justiça eleitoral por desequilibrar economicamente o pleito engessando parte da mídia com argumentos econômicos e promessa de emprego, segundo aquele mesmo jornalista que, anos após, foi fazer parte de seu staff e atualmente o defende com unhas e dentes.
O início de seu primeiro mandato permitiu visualizar que poderia ser bem sucedido na carreira em razão de facilidade de se relacionar com membros importantes do governo estadual e federal, reivindicando para Olímpia valores em verbas nunca antes conquistados.
O editor deste jornal, tendo compromisso com a realidade e procurando não se contaminar com as adversidades que os que se opõem, delimitam em seus discursos de contrariedade, interpretou no início do mandato de Eugênio, que o mesmo, com aquele ímpeto de homem voltado a grandes obras poderia ocupar a galeria dos melhores prefeitos que Olímpia já teve.
Que figuraria sem demérito de outros ao lado de Jerônimo de Almeida, Pascoal Lamana, em que pese a brevidade do mandato, Alvaro Cassiano Ayusso, Wilquem Manoel Neves, porém, não parece que será isto o que ocorreu.
Independente da quantidade de obras, que é inegável, embora muitas não tenham sido concluídas e outras denunciadas por razões diversas, no frigir dos ovos, deixa saldo positivo.
No entanto, meteu os pés pelas mãos, brindou amigos com o que se imagina não deveria, perseguiu desafetos com a mão do gato, e administrou de forma imediatista, sem planejamento, sem cuidado algum no manejo da coisa pública, tratou muitas vezes o público como se privado fosse.
Agora responde pelos seus atos e, pelo andar da carruagem, o que poderia ter sido o melhor prefeito que Olímpia já teve, nestes tempos de Lava Jato, pela quantidade de denúncias que se avolumam contra si, corre sério risco de concluir de forma sinistra e inglória seus dias de político fisiologista, coronelista, destemido e crente na impunidade.
Por mais que seus defensores militem a seu favor e teçam loas ao que foi, é necessário que despertem para o que não foi, o que deixou de ser em termos éticos e morais.
Os tempos são outros e muitas das ousadias de Eugênio José à frente do Poder Executivo estão sendo interpretadas como antijurídicas e por isto alvo de denúncias frequentes por parte do Ministério Público para que se investigue seu comprometimento nas ações possíveis de ser desabonadoras de seu destrambelhado mandato.
E daqui a pouco estará ai para ser julgado pelos vereadores, enviado pelo Tribunal de Contas, algumas rejeições relativas ao mandato exercido pelo Eugênio.
Vale ressaltar que Eugênio teve participação ativa nos bastidores e foi indiretamente responsável pela rejeição de contas dos governos anteriores ao seu.
Defensor de José Rizzati e de Luiz Fernando Carneiro, Geninho trabalhou incansavelmente, de acordo com o que se comentava na época, para que ambos ficassem inelegíveis, tivessem as contas reprovadas, e reprovadas foram, e inelegíveis ambos ficaram.
Agora é sua vez de atravessar o Rubicão e os bastidores indicam que o atual prefeito, segundo vereador, secretário expelido do cargo, professa a mesma intenção que Geninho cultivava contra seus antecessores.
É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.
Se a justiça não lhe pegar a tempo de ficar inelegível, terá que enfrentar os vereadores e a rejeição ou aprovação de suas contas, para depois, em tempo de moralização da vida pública, tentar convencer o eleitorado de sua seriedade.
Tudo isto leva crer que, por enquanto, Eugênio José Zuliani ao invés de figurar na galeria da fama, está quase no fundo do poço.
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