16 de março | 2024

Despertai Olímpia: chega de promessas. É preciso dar um basta na enganação e nas falsas verdades

Compartilhe:

“Uma gestão eficaz não se mede apenas pelos projetos grandiosos que inaugura, mas pela capacidade de atender às necessidades básicas de sua população, de dialogar e de governar com transparência e equidade”.

 

José Antônio Arantes
Ao longo dos últimos seis anos, a gestão municipal de Olímpia prometeu transformações significativas e melhorias contínuas que, infelizmente, parecem ter se dissipado no ar, tão voláteis quanto as promessas que foram feitas.

Toda a movimentação voltada para o turismo fez com que a cidade fosse dividida entre uma minoria abastada e a maioria esmagadora da população relegada a condição de meros habitantes de uma região esquecida, como se fosse um rebanho e tivesse que viver num pasto com grama deteriorada, já seca pelo abandono.

Esta semana, uma série de eventos e reclamações nas redes sociais trouxeram à tona um cenário preocupante, pintando um quadro de possível declínio rumo ao caos sob a atual administração.

Um final melancólico de um governo que poderia ter sido o melhor, mas preferiu se afundar nos caprichos e vontades de seu soberano, se anuncia no horizonte. Algo que poderia ser evitado e que agora expõe um pseudo líder aparentemente desinteressado nas necessidades da maioria, transformando-se, aos olhos de muitos, no “imperador” das camadas mais abastadas de Olímpia.

Os relatos são muitos e variados, mas todos apontam para um mesmo ponto de crise. Famílias que se veem obrigadas a lidar com a falta de manutenção em aspectos básicos da infraestrutura pública, como os ares-condicionados da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), das escolas, até o transporte público que falha constantemente, deixando passageiros dos distritos à deriva, aguardando por horas a fio por um conserto ou substituição que nunca vem. A Saúde, um direito básico e fundamental, parece ter sido relegada ao esquecimento, com relatos de escassez de medicamentos tão básicos quanto a dipirona.

Adiciona-se a isso o recente escândalo da “área azul”, que impõe mais uma camada de penalização à população, especialmente aos comerciantes e àqueles que buscam serviços essenciais como os da Santa Casa, enquanto vergonhosamente isenta vereadores e secretários de governo de tais ônus. Um cenário que não apenas desafia a lógica, mas também a moralidade e os preceitos de igualdade e justiça.

A recém-inaugurada Escola de Música de Olímpia, na tal da ECO, embora seja um sinal de investimento em cultura e educação, também se revela um exemplo de descaso, com estudantes sofrendo com a falta de ar condicionado e até sendo proibidos de beber água no local. São detalhes que, isoladamente, podem parecer pequenos, mas juntos formam um mosaico de negligência e falta de empatia para com as necessidades mais básicas da população.

A falta de diálogo e de transparência tem sido uma constante crítica ao governo municipal. A gestão que prometia um novo amanhecer para Olímpia agora se vê acusada de adotar práticas ditatoriais, governando com uma aparente indiferença para com aqueles em situações de vulnerabilidade e necessidade.

A população mais pobre e mesmo as que não se colocam entre as mais abastadas, que deveria ser o foco de políticas inclusivas e de fortalecimento social, parecem ter sido relegadas a um segundo plano, tratadas como se não merecessem a dignidade garantida pela Constituição.

Sem querer desmerecer os possíveis avanços que podem ter sido alcançados nos últimos anos, mas sim chamando a atenção para as crescentes e preocupantes evidências de uma administração que se desvia de suas responsabilidades básicas. Uma gestão eficaz não se mede apenas pelos projetos grandiosos que inaugura, mas pela capacidade de atender às necessidades básicas de sua população, de dialogar e de governar com transparência e equidade.

O momento é de reflexão para a população de Olímpia. A responsabilidade de exigir mudanças e melhorias não recai apenas sobre os ombros de políticos e administradores públicos, geralmente atrelados ao próprio poder, mas também e principalmente sobre cada cidadão.

É preciso um esforço conjunto para reivindicar um governo que vele por todos, não apenas para uma parcela privilegiada. A mobilização social, a participação cívica e a demanda por transparência e justiça são ferramentas poderosas nas mãos da população.

A história de Olímpia, como a de qualquer comunidade, é escrita por aqueles que ousam se levantar contra a injustiça e lutar por um futuro melhor.

Este é o momento para que a população de Olímpia redefina suas expectativas e exija um governo que não apenas prometa, mas que também cumpra, garantindo a todos os seus cidadãos a dignidade, o respeito e a qualidade de vida que merecem.

Que este despertar seja um chamado para a ação, um impulso para a transformação e um lembrete de que, somente com a união da população, é possível reverter o curso rumo ao caos, em direção a um futuro mais promissor e inclusivo para todos e não apenas para os amigos do rei.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas