22 de abril | 2017
Cunha, um governo que por enquanto se arrasta, não governa
Do Conselho Editorial
Muito embora não tenha dado espaços a pautas negativas, o governo de Fernando Cunha também não construiu pautas positivas até o presente momento.
E o que pode ser pior do que representar a mesmice pode ser o fato de se mostrar isolado no tocante a contar com grandes lideranças e nomes dispostos a se colocar quando da necessidade de substituição ou indicação.
O caso que envolveu a secretária destituída da Saúde e a indicação provisória do substituto do provedor da Santa Casa de Misericórdia que renunciou ao cargo dão bem a conta deste isolamento.
Não saíram da manga do colete do mandatário nomes de figuras proeminentes que poderiam projetar no imaginário popular a possibilidade de mudanças drásticas que viessem a renovar aqueles espaços públicos e modificar para muito melhor a qualidade dos serviços prestados.
O mesmo ocorreu na UPA, cujas mudanças, que deveriam por si só impactarem positivamente, caíram no esquecimento dia seguinte do anúncio.
Sendo o setor de saúde pública o mais discutido e o que mais preocupa a população, sendo o vice de Cunha médico, ligado e responsável diretamente pela Secretaria, pelo menos nos discursos oficiais de início de governo, subentende-se que ou o vice não tem o conhecimento que se imaginava ter sobre o setor, ou vice continua não apitando nada.
De certa maneira isto é muito ruim para a população que continua tendo um setor de saúde inoperante para a imagem do vice, profissional da saúde, que assume o discurso oficial de que manda no setor, que é responsável pela indicação da secretária, e, portanto, responsável também pelo fracasso até agora vislumbrado.
Esta situação atinge de forma direta o governo de Cunha como um todo, em razão do foco lançado no setor durante o período eleitoral e as soluções apresentadas como se houvesse um planejamento para que ocorresse em curto espaço de tempo, o que não está acontecendo.
A mudança de secretária criou expectativas de mudança de rota como se fora o reconhecimento de que havia alguma coisa a ser corrigida urgentemente; a indicação passou a sensação de que não há nomes e nem projetos de curto prazo para o setor.
Até porque a atual secretária indicada, em que pese a longa lista de serviços prestados ao município por longos anos, não consta ter intimidade alguma com questões relacionadas com a saúde.
Sua indicação, assim como a do provedor provisório da Santa Casa, mais que tudo, além de indicar o isolamento do prefeito, alimenta boatos de possível fritura de seu vice Fábio Martinez.
Sendo o mesmo referência na medicina regional e anunciado como o que seria responsável pelo setor de saúde com a ajuda de seu progenitor, um dos mais respeitados profissionais da região e do interior do Estado na área de saúde é incompreensível que não tenha vindo a público nada propositivo a não ser demissões e renúncias, que deram espaços a ocupação por pessoal sem conhecimento técnico ou intimidade com a saúde pública.
De outra feita, avolumam-se as conversas de bastidores dando conta da enorme dificuldade que Cunha tem na relação dialoga com sua base de sustentação e com seu secretariado, crescendo as especulações de mudanças todos os dias.
No entanto, apontam-se deslocamentos de indicados, vereador secretário que voltaria ao Legislativo, ou possíveis demissões de comissionados e não se cogita de nomes substitutos mostrando que o isolamento pode ser mais profundo do que se pode imaginar.
Sem contar que após mais de cem dias, não há anúncios de obras novas e, embora divulgado, não houve ainda o início das obras paralisadas por Eugênio José.
O que parece se viver é um momento de paralisia total, em que a impressão que passa é que a atual administração está muito mais na fase de retaliação vaselina com mão de gato do governo passado que verdadeiramente administrando.
As inúmeras irregularidades vindas a público dão a impressão que se tenta o desgaste de Eugênio sem que o mesmo perceba, já que, se a intenção fosse de caça as bruxas, de forma real e transparente, teria sido levada a efeito no inicio do mandato uma auditoria, tipo pente fino na gestão passada.
Como não foi contratada auditoria, as notícias negativas em conta-gotas vão sangrando vagarosamente Geninho, da mesma maneira que a falta de projetos anunciados, perspectivas de futuro, vão desgastando Cunha que por enquanto se arrasta, não governa.
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