26 de agosto | 2023

Cunha quer sucessor, Geninho quer voltar, mas …

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“O vereador sargento Tarcísio está lançando hoje sua candidatura a prefeito pelo partido do ex-presidente Bolsonaro, com direito a vinda do chefão do PL – Partido Liberal, para endossar sua filiação”.

 

Do Conselho Editorial

Para entender esta história de idas e vindas é necessário apelar a biografia do ex-prefeito de Olímpia que tenta retornar a cadeira de prefeito que ocupou por dois mandatos.

Eugenio José Zuliani, o Geninho Zuliani, nasceu em Ribeirão Pires mas passou grande parte, principalmente da adolescência, em Olímpia que adotou como sua.

Nas eleições de 1996, conquistou 438 votos; foi um dos vereadores mais votados de seu partido, ficando na 1° suplência da coligação.

Embora não tenha sido encontrado registro, reza a lenda que nesta eleição Eugênio obteve o mesmo número de votos que Vicente Augusto Paschoal (Guga, in memorian) e que o critério para escolha foi a idade.

Em 1998, elegeu-se presidente da União dos Estudantes Universitários de Olímpia em um mandato bastante polêmico.

Em 1999, aos 23 anos, assumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Olímpia durante alguns dias, em substituição ao vereador Nego de Melo, que se encontrava em licença para tratamento de saúde.

Em 2000, pelo PFL, que foi Arena na ditadura militar, depois DEM, e agora União Brasil, se elegeu vereador em Olímpia.

Foi escolhido pelos vereadores como 1° secretário da Câmara Municipal de Olímpia para o biênio de 2003 a 2004.

Foi eleito Presidente da Câmara para o biênio de 2005 a 2006.

Em 2008, com 32 anos, Geninho tornou-se o prefeito mais jovem da história de Olímpia.

Em 2012 foi reeleito com mais de 73% dos votos, a maior margem de votação da história do município.

Ao deixar a prefeitura, em 2017, arranjou uma boquinha na Secretaria de Estado de Habitação, através do então deputado federal Rodrigo Garcia, para quem havia conseguido quase 12 mil votos em eleição passada.

Aos 43 anos de idade foi eleito para seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados obtendo 89.378 mil votos.

Em Olímpia, Geninho obteve pouco mais de 8,2 mil votos, o que leva a crença de seus adversários políticos que houve uma diminuição significativa na aceitação de seu nome na política local.

Próximo das eleições 2020, Geninho Zuliani transferiu seu domicílio eleitoral para Rio Preto.

Os comentários que circularam à época davam conta, por um lado, de que havia sentido o impacto da rejeição ao seu nome e, por outro, de que tinha a pretensão de concorrer à prefeitura de Rio Preto.

Em 2022, em surpreendente reviravolta, emplacou a candidatura a vice-governador do Estado na chapa com Rodrigo Garcia.

Pode parecer pouco, mas não é. Tanto que seus oponentes mais lúcidos e menos radicalizados interpretaram que havia naquela candidatura a simbologia de que Eugênio superava o projeto regional e se colocava enquanto liderança estadual.

Ao retornar o título de eleitor para Olímpia arrisca um triplo carpado que suas condições eleitorais podem não realizar com a maestria que o salto exige.

Que deve estar bem nas pesquisas eleitorais, isto deve estar, afinal foi prefeito por oito anos e tem uma biografia respeitável, se manter bem até as eleições é que são elas.

Evidente que não sendo nenhum amador em eleições e somente deverá decidir realmente suas pretensões lá na frente, dependendo do que mostrarem as pesquisas de opinião e o quadro de disputa que se avizinha.

Pelas versões que circulam por ai muitas dificuldades serão impostas a sua candidatura e a menor delas, que seria disputar contra um quase desconhecido, é quase nada diante das outras.

Geralmente, desconstruir uma candidatura desconhecida é mais complicado que desconstruir uma candidatura veterana de eleições e mandatos.

Os primeiros passos e jogadas do jogo de xadrez que já foi iniciado, teve esta semana um outro lance que não se sabe a quem beneficiará.

Se o que se esperava era uma briga entre dois principais oponentes, Cunha e ele mesmo, agora ganha um novo componente que não se sabe ainda como se refletirá.

O vereador, sargento Tarcísio, não se sabe por quanto tempo permanecerá como secretário de Cunha, está lançando hoje sua candidatura a prefeito pelo partido do ex-presidente Bolsonaro, com direito a vinda do chefão do partido para endossar sua filiação.

A polarização que se aguardava entre Cunha tentando fazer um sucessor que seja dominável e Eugênio um novo mandato, ambos do centro para a direita, agora ganham um componente que pode absorver grande parte do conservadorismo onde poderiam se inserir, com uma ligeira vantagem para Cunha que se intitula de centro, tentando navegar entre os dois lados.

Tarcísio vem com a retaguarda de outro que sempre também foi temido como provável candidato em Olímpia: o ex-prefeito de Altair Antônio Padron Neto que é médico e trabalhou por muito tempo na UPA, arrebanhando uma legião de prováveis eleitores.

O jogo está só começando. Por enquanto, todo mundo é pré. Mas muita água irá correr por debaixo da ponte e o quadro lá na frente ainda é muito difícil de ser previsto.

Hoje, no entanto, a situação acabaria ficando pelo menos esquisita, com todos disputando num mesmo nicho de votos.

Será que Cunha continuará sua saga para fazer um sucessor? E, será que Geninho chegará ao final com o mesmo desempenho nas pesquisas que estaria atualmente? Será que Tarcísio será o candidato a prefeito, ou deixará para Padron a incumbência? Será que poderá surgir um quarta via? São questões que só o tempo dirá.

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