28 de agosto | 2022

Começou a campanha eleitoral no rádio e na televisão

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“Da maneira como estão postos na legislação, as formas de distribuição de tempo de rádio e TV e a do fundo eleitoral, muitos candidatos são excluídos e a eleição tende a polarizar entre três ou quatro candidatos que contam com tempo para discutir os projetos que têm para o país”.

 

Do Conselho Editorial

Dia 26 de Agosto marcou o dia do pontapé inicial da campanha eleitoral no rádio e na televisão.

Neste mesmo dia foi ao ar a última entrevista da Rede Globo com os principais candidatos a presidente a República.

Iniciadas as entrevistas por Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Lula culminou na sexta feira com Simone Tebet.

Todas as entrevistas foram acompanhadas por um público expressivo do canal que, gostem ou não dele, demonstra um extremo profissionalismo nas suas produções.

A discussão sobre parcialidade e imparcialidade que fique para outra ocasião.

Repercutiu nas redes sociais, como era esperado, muito mais as entrevistas de Bolsonaro e Lula; já Simone Tebet e Ciro Gomes, que não contam com uma torcida organizada e nem coligações com muitos partidos, tiveram em suas participações um número menor de compartilhamentos e discussões.

Próprios da democracia, o debate de ideias e a propaganda eleitoral mostrarão quais serão os temas propostos pelos candidatos para o país caso sejam eleitos.

Em razão do tempo diminuto, Ciro Gomes, que tem em seu histórico e biografia o respeito em razão da vasta cultura e conhecimento da economia nacional, pouco poderá demonstrar no horário eleitoral, já que dispõe de tempo muito curto para formular ideia.

Simone Tebet poderá apresentarmais propostas de governo do que Ciro, mas menos que Lula e Bolsonaro.

Para se ter uma noção do absurdo, oex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 3 minutos e 39 segundos por bloco.A coligação Brasil da Esperança (PT, PC do B, PV, Psol, Rede, PSB, Pros, Solidariedade, Avante e Agir) terá 109 minutos e 30 segundos no total.

Ao contrário de 2018, quando tinha só 1,7% do tempo de TV e rádio, o presidente Jair Bolsonaro terá o 2º maior espaço. Serão 2 minutos e 38 segundos por bloco para a coligação Pelo Bem do Brasil (PL, PP e Republicanos). Ao todo, o atual presidente logrará de 79 minutos de propaganda.

Simone Tebet coligação Brasil para Todos (MDB, PSDB, Cidadania e Podemos) – 2 minutos e 20 segundos.

Soraya Thronicke (União Brasil) 2 minutos e 10 segundos, Ciro Gomes (PDT) 52 segundos, Roberto Jefferson (PTB) 25 segundos, Felipe d’Avila (Novo) 22 segundos etc.

Uma coisa simplesmente absurda, mas, lei é lei e, por mais absurda que seja, deve ser cumprida.

Estes candidatos poderiam ter seu tempo ampliado caso ocorressem os debates que, ao que tudo indica não irão acontecer, já que os dois primeiros colocados nas pesquisas afirmaram que se houver a ausência de um o outro não irá e Bolsonaro demonstra através de seus assessores que não comparecerá ao debate de domingo.

As regras deste debate e de outros deixam de fora das discussões candidatos que não estiverem à frente das pesquisas.Compreensível em razão da quantidade de candidatos, mas incompreensível que não se pense uma fórmula em que estas candidaturas pudessem contar com espaço na mídia tradicional para que o eleitor tivesse como avalia-los e decidir seu voto.

Da maneira como estão postos na legislação, as formas de distribuição de tempo de rádio e TV e a do fundo eleitoral, muitos candidatos são excluídos e a eleição tende a polarizar entre três ou quatro candidatos que contam com tempo para discutir os projetos que têm para o país.

Com estas eoutras distorções começou na sexta-feira a campanha eleitoral no rádio e na televisão.

Que vença o melhor e como saber quem é o melhor se não é oferecido a todos as mesmas condições na disputa?

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