02 de janeiro | 2014

Começaria tudo outra vez, já que viver é etcétera …

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Do Conselho Editorial
Inicio de nova era para quem crê que viver é rasgar-se e remendar-se como afirmou Guimarães Rosa.

Todo mundo cantando como o grande Gonzaguinha:

Começaria tudo outra vez se preciso fosse, meu amor. A chama em meu peito ainda queima, saiba, nada foi em vão.

A vida é escrever a própria história nas folhas brancas dos dias que passam, sempre um pé no presente e a esperança de que o futuro espera no horizonte.

Todos os dias todos os dias nascem e com eles grandes sonhos a serem vistos e revistos, realizados e esquecidos e, de literatura e poesia, vai o ser humano compondo a canção que embala a sua jornada.

Há caminhos ásperos a serem percorridos, flores na estrada, mananciais tranquilos e turbulentas águas revoltas nas quais se banham conflitos e dramas naturais desde que o mundo é mundo.

Importante é abrir os olhos sobre a janela do universo e se sentir parte integrante da vida, pulsar com ela e por ela.

Recepcionar os que abrem os olhos para contemplá-la e ver o sol pela primeira vez, se despedir dos que não irão mais se encharcar de luas e sonhos.

Saber que tudo é breve e nesta brevidade estar atento, quando, sempre e tanto quando for exigido pelo desejo e vontade de se ver abraçado pela tal felicidade.

Se é feita de momentos, e se este talvez preencha a cabeça, o coração e deságua nos olhos de toda gente, importante estar a­tento para quando bater a porta para que não encontre insone e desprevenido o perseguidor de ilusões.

Vem ai, novo tempo a substituir o esgarçado ano que passou que se despe de sua fantasia de criar tipos, imagens, que desabam lágrimas ou inundam salas e corredores de risos.

Gasto, se afasta o calendário con­sumido pelo senhor do tempo deixando marcas indeléveis no seu esgotar minucioso dos dias.

De roupa nova e rejuvenescido, infante de primeira hora, se apresenta em fraldas e cueiros o que irá produzir farsas e comédias pelos próximos dias até que se finde como findarão todos aqueles que usufruírem ou não da maravilha de estar sobrevivente da angustia ou da alegria de ser gente que descrê ou que tem fé, que ora excomunga este arrastar maravilhoso dos dias. Afinal, como bem lembrou Guimarães Rosa: Viver é um descuido prosseguido. Mas quem é que sabe como? Viver… o senhor já sabe: viver é etcétera..

Feliz ano novo para quem for de felicidades.

Como cantaria Gonzaguinha:

A fé no que virá. E a alegria de poder olhar pra trás e ver que voltaria com você, de novo, viver nesse imenso salão. Ao som deste bolero, vida, vamos nós e não estamos sós, veja meu bem, a orquestra nos espera. Por favor, mais uma vez, recomeçar…

 
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