17 de fevereiro | 2015

Candidatura Beto, IPTU, Geninho e Play Center

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Do Conselho Editorial
Toda vez que um político es­tá se vendo diante da queda vertiginosa de sua popularidade ele se articula, tira da matula das maldades um fato que possa parecer significativo para que a sociedade discuta e esqueça o principal.

Geninho em seu governo, que já dá mostras, sinais evidentes de decadência, é especialista em criar fatos bombásticos.

Conta com um número sem precedentes na história da cidade de jornalistas contratados pela prefeitura, o que pode significar a tentativa de amordaçamento da mídia e com jornais que, escancaradamente defendem suas verdades e vontades além de sites e bate-paus a seu serviço, o que facilita a grande divulgação do pretenso fato.

Diante do desgaste provocado pelo significativo aumento da arrecadação municipal provocado pelo abusivo aumento do IPTU e de taxas de lixo, iluminação pública e á­gua e esgoto que possivelmente virão, foi lançada a ideia de novo da vinda do Play Center para Olímpia.

Diga-se de passagem, de u­ma parte do que foi o Play Cen­ter, segundo as informações, 50% por cento da estrutura que o parque tinha na cidade de São Paulo, que seria nova, moderna e outras maravilhas que o Genial vendedor de ilusões consegue inculcar na cabeça dos crédulos.

Em meio ao novo aumento do IPTU, que aumentou o valor venal de alguns imóveis ao que tudo indica acima até do valor conseguido hoje no mercado, a discussão sobre a vinda do parque ganhou as ruas e amenizou em parte o impacto da abusiva cobrança.

A princípio pode parecer uma grande jogada de mestre, joga para um segundo plano a questão principal que seria o aumento do imposto e estimula a candidatura do secretário de Turismo Beto Putini, pa­ra quem foi, ao que parece, criada u­ma secretaria com o objetivo de possibilitar sua candidatura.

Coisa que poderia parecer contraditório, aumenta-se as despesas com a criação de uma Secretaria de Turismo, aumenta-se o imposto dos con­tribuintes em patamares cuja arrecadação ao que tudo indica será mais baixo que o “cabidão” de empregos que possivelmente a nova secretaria será, e aí, em tese, se pagaria indiretamente a promoção da candidatura do secretário com dinheiro público.

Sem contar que as indicações do secretário Beto Pu­ti­ni na Secretária de Turismo, pe­lo que se comenta nos bas­tidores, foram mantidas, o que significa que a quantidade de futuros cabos eleitorais nas duas secretárias duplicam, e o povo, se ver­da­­­deiro for, o po­vo paga. 

Levantada a bola de Beto Putini novamente na questão do Play Center e amenizada a discussão em torno do aumento do IPTU, hora de discutir a realidade por outro viés senão o da chapa oficial.

Beto Putini tem em seu histórico diversos fracassos na vida pública: tentou a reforma do Museu do Folclore e depois se conseguiu verba para a reforma que foi feita com dinheiro público, se gastou duas vezes para se fazer a mesma coisa.

Anunciou a revitalização da antiga Prainha da Cacho­ei­­ri­nha, conseguiu verba e depois descobriu que o terreno não pertencia à prefeitura, tentou mudar o projeto para a Avenida Brasil e não deu em nada até agora.

Anunciou as obras da Aurora Forti Neves como se houvera ali sua participação e se descobriu que as obras já haviam sido anunciadas antes como se fora conquista de Eugênio através de Ro­dri­go e Geraldo.

Anunciou novamente sua intenção de transformar trecho da  Avenida Brasil em espaço útil, se descobriu que o projeto é cópia de intenção de projeto antigo do atual presidente da Câmara.

Fala em Vale do Turismo como se houvesse inventado a roda quando se sabe que o pro­longamento da Aurora Forti Neves até a rodovia era sonho do ex-prefeito Wilquem Manoel Neves e a ideia de se chamar aquela região de Vale do Turismo foi ventilada pela primeira vez e repetida por anos a fio na Coluna do Aran­tes, sendo portanto de sua lavra a ideia do nome e de Wil­quem a do prolongamento.

Tomara que consigam ainda neste mandato, porém, levando-se em consideração todas as manobras arriscadas que Beto anuncia e que não dão resultados efetivos, considerando a rejeição ao seu nome em parte significativa do eleitorado, o que é comum a alguém com tantos anos na política, pode ser provável que o marketing positivo se trans­forme no sepultamento de sua candidatura.

Observa-se que Olímpia não tem tradição ao longo de sua história política, do detentor do poder fazer seu sucessor, e no caso presente, com tantas promessas, com a construção no imaginário das pessoas de que Beto agora é solução para tudo, desde a cura de gripe espanhola até a ampliação da postura de ovos de codornas criadas em cativeiro, se elas, as promessas, não se derem, a possível rejeição de Beto, que não é pequena se ampliará mais ainda.

O comércio vive uma crise como nunca se viu antes: comerciantes pagam aluguéis estratosféricos e entregam seus pontos comerciais por não suportar os custos quando confrontados com a queda das vendas.

O desemprego é crescente e a prefeitura não criou nenhuma possibilidade de que as ofertas de emprego crescessem com a vinda de indústrias para o município, afora o que o Thermas e o turismo proporcionam, nada mais foi feito, o poder público neste sen­tido foi omisso.

Tentar vender ideias mirabolantes de instalação de parque industrial em tempo de queda de vendas na indústria, vinda de Play Center em cidade com cinquenta e poucos mil habitantes e população flutuante de pouco mais de um milhão de pessoas ano pode ser tiro no pé.

Vinda de aeroporto, ideia que daqui a pouco será reati­vada, há quase dois anos da cam­panha eleitoral, é pretender que o candidato seja desacreditado pelo tanto de inver­dades que vão imputar a ele.

Se este e outros balões de ensaio, em uma cidade em que a maioria das obras estão paralisadas por motivos diversos que vão da falta de planejamento, a máfia do as­falto, em um país em que o governo federal e estadual acenam pa­ra cortes dramáticos nos orçamentos que fatalmente irão atingir os municípios, prometer demais pode significar cumprir de menos.

Se Eugênio promete para que esqueçam dos aumentos superlativos que impôs a população, por pouco tempo terá calmaria.

Se promete para que Beto se promova, esquece que o povo só é bobo quando não mexem no seu bolso, e se as promessas não se darem, possivelmente descontarão no candidato preferido de Eugênio, que pode vir a ser preterido pelo excesso de maravilhas prometidas se não forem cumpridas.

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