24 de setembro | 2017

Câmara Municipal, baixarias na pauta

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Do Conselho Editorial

Pelo andar da carruagem, o clima de paz, amor, entendimento e cordialidade que parecia reinar entre os vereadores que sucederam a pior representação legislativa dos últimos cem anos, parece que começou a romper.

Os vereadores locais, em sua maioria, estão a demonstrar que não têm sido referencial de estímulo a se acreditar que a política possa ser feita por pessoas bem intencionadas.

A maioria sequer consegue fazer o arroz com feijão obrigatório dos man­da­tos a que se propuseram.

Invariavelmente transformam o legislativo em balcão espúrio de negociatas inconcebíveis e se tornam refém do poder executivo, mesmo que repitam como papagaios o discurso, muitas vezes, nada verdadeiro, de que são independentes do Poder Executivo.

Para grande parte esta balela é conversa mole pa­ra boi dormir, visto que entregam a rapadura por indicações de cargos em comissão e outras be­ne­s­ses comprometedoras do man­dato, como o abandono do exercício da vereança para ser secretário em alguma pasta com a qual não tem intimidade alguma.

Eleitos pelo voto popular comprometem a imagem do legislativo aceitando secretarias para que o executivo possa cumprir promessas nada franciscanas de campanha, obviamente que com custo desnecessário para os cofres públicos.

Nesta seara, um dos que traíram a vontade popular, em tese, insatisfeito com o orçamento da secretaria que ocupava, com o nú­me­ro de funcionários que administrava, apadrinhados que não poderia contratar, pouca visibilidade, ostracismo, dificuldade de relação com o chefe do Poder Executivo, retornou ao que foi eleito para executar.

A volta, nestes casos que abrigam suspeições na ida, acabam, pela mágoa, ressentimento, questões mal resolvidas, acordos não cumpridos, retaliações das partes.

E, quando se retalia, enfim a verdade brota e o que sai das bocas é tão fétido quanto pode se permitir o esgoto imundo da política de baixo nível brasileira.

Não há em quem confiar no sentido de dar crédito as coisas cabeludas que vêm a público, pois se conhecendo o político brasileiro é bem mais fácil e coerente acreditar que o que foi dito nos tempos de namoro é que era falsidade pura, que, agora a verdade se restabeleceu.

Por trás, que sempre há os bastidores, se encontra quem a peso de ouro ou por insatisfação pessoal re­bata com agressividade desmedida e sem ternura alguma as argumentações do magoado contra o “chefe” de plantão.

E aos poucos a informação vai brotando e chocando as almas mais sensíveis que imaginavam que estavam no paraíso das boas intenções, da fraternidade e do progresso.

Feliz e satisfeito por ter deixado para trás a pior representação dos últimos cem anos, o período e placares, armários, divisão de salários e entrado na fase da conciliação, da harmoniosa entre as pessoas que desejam o bem estar coletivo.

Talvez não tenha se a­ten­tado, pela troca constante e numerosa de cadeiras que simbolicamente pode significar que po­de haver algo no ar além dos aviões de carreira e que o diálogo tende a ser es­vaziado e que o pontapé inicial, no tocante ao Le­gis­lativo, parece que foi dado.

Os episódios lá ocorridos desvendam situações no mínimo lamentáveis, para além das agressões, acusações gravíssimas que tendem a ser consideradas como verdadeiras e passíveis de investigação, feitas pelos adversários como se impunidade fosse a tônica nos dias de hoje.

Falam, acusam, como se não houvesse necessidade alguma de, se não se respeitarem enquanto autoridades, respeitarem a in­ves­tidura em um cargo que deveriam honrar mais que tudo, já que não representam a si como o caráter individual das discussões deixam antever, mas a população, que paga bem e muito por tão baixo nível.

A tendência é que o caos se amplie, e novas baixarias venham se juntar a estas com mais ou menos gravidade e possivelmente a cidade terá que suportar mais escândalos e menos trabalho, como sempre.

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