“As cidades, principalmente nos tempos atuais, não podem conviver sem a existência de um jornal, pois este, nas cidades do interior, nada mais é do que a face pública da cidade”.

José Antônio Arantes

O editor desta Folha pede licença para ocupar este espaço hoje de forma mais pessoal e menos editorial, a fim de refletir sobre uma grande perda que sofremos esta semana, uma perda que certamente marcará o futuro não apenas de sua família, mas também de muitas pessoas que, em algum momento, tiveram suas perspectivas ampliadas graças à sua sabedoria: o advogado, consultor jurídico e palestrante, Alfredo Baiochi Netto, faleceu na quinta-feira, 7 de setembro. Ele foi velado na Câmara Municipal de Olímpia, das 07 às 13 horas, e sepultado no cemitério São José.

Baiochi foi o principal fundador deste jornal e permaneceu ligado a ele até seus últimos momentos. Mesmo após deixar o quadro societário da empresa e seu conselho editorial algumas décadas após a fundação, ele continuou a colaborar como consultor e colaborador, escrevendo artigos esporádicos e, nos últimos meses de sua vida, uma coluna intitulada “E por falar…”, na qual sempre comentava e analisava um assunto em destaque na cidade.

Sua conexão com este jornalista transcendeu o campo do jornalismo, influenciando na formação e na busca constante deste profissional, principalmente na interpretação da realidade o mais próximo possível da verdade. Ele foi como um mentor que acompanhou de perto o desenvolvimento de seu discípulo, que deu seus primeiros passos no jornalismo na década de 70 e continuou representando a população através da comunicação.

Baiochi sempre aparecia nos momentos difíceis e complexos, apresentando premissas que moldavam e estimulavam o pensamento em direção à verdade, embora reconhecendo que essa verdade é subjetiva, dependendo da interpretação de cada um.

Este jornalista teve a honra de conhecer Baiochi Neto quando tinha apenas 14 anos, ao começar a trabalhar no jornal Tablóide da Nova Paulista, onde escreveu seu primeiro texto jornalístico. O primeiro encontro foi impactante: ele fez várias perguntas e questionamentos sobre a profissão, a vida e a importância do pensamento crítico para transformar os fatos e eventos em descrições o mais próximas possível da realidade. Ele enfatizou a busca incansável pela verdade.

Além disso, ele destacou a importância do domínio da linguagem e do conhecimento de várias teorias e pensamentos para enriquecer a visão de mundo.

Baiochi também trilhou um caminho semelhante, mesmo tendo se formado em Direito e se especializado em Direito Administrativo, atuando como assessor jurídico da Câmara Municipal local por várias décadas e dando consultoria para dezenas de prefeituras, além de elaborar vários artigos em revistas especializadas.

Ele escreveu em jornais antigos como “A Cidade de Olímpia”, “A Voz do Povo” e Jornal da Cidade. Ele foi sócio do Tablóide da Nova Paulista e fundou a Folha da Região.

Poucas semanas antes de seu falecimento, Baiochi participou da reinauguração da Folha da Região, marcando a entrada do jornal na era digital sob a liderança de Bruna Arantes. Como se fosse uma despedida, em uma entrevista, ele compartilhou suas últimas palavras de reflexão e sabedoria:

“As cidades, principalmente nos tempos atuais, não podem conviver sem a existência de um jornal, pois este, nas cidades do interior, nada mais é do que a face pública da cidade.”

“O jornal é um reflexo da cidade, e essa importância é ainda maior à medida que, através das redes sociais, as chamadas fake news estão se espalhando. A existência de um jornal garante que a verdade seja sempre restabelecida, sempre seja comunicada corretamente à população, porque possui bons jornalistas, e esse jornal é um defensor da verdade para a comunidade à qual pertence.”

“Meus cumprimentos por mais essa etapa vitoriosa que estão enfrentando e vencendo. Tenho a certeza de que a Folha da Região continuará viva e evoluindo em benefício da própria cidade.”

Descanse em paz, querido pai. Sua jornada foi cumprida com sucesso.