20 de novembro | 2022

A repugnante extrema direita utilizando crianças como bucha de canhão?

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“Passou e muito da hora do Ministério Público
se posicionar contra estes absurdos, de
naturalizar situações que não podem
ser normais no seio da
sociedade civilizada”.

 

Do Conselho Editorial

Aquele Brasil de hipócritas, falsos moralistas, que tentavam impor regras obsoletas e ultrapassadas de comportamento, parece que saiu de campo depois das eleições.

A grosseria, virulência, o ódio particularizado e de gabinetes continua em pauta e a desfaçatez, o mau-caratismo frequentam as ruas e espíritos de gente paupérrima de informação e boa formação moral.

Tudo que se fez ao longo de quatro anos, quase sempre trouxe um certo viés de preconceito, ilegalidade, imoralidade, deboche, sentido de perseguição, perversão. Tudo justificado pelos patriotas de plantão, as pessoas de “bens”.

Tudo que era errado ganhou contornos de certo e o que era considerado certo pelo mundo civilizado passou a ser tratado como “mi mi mi” ou rotulado de exagerado e não permitido pela chatice que é, pra eles, o politicamente correto.

Agora um simples “Perdeu, Mané.Não amola!”, dito por um Ministro do STF e proferido com bom e profundo descaso ao ataque levado a efeito por um “bolsominion” derrotado, foi frequentar o topo do muro das lamentações desta gente ogra e tosca que impede ruas e se posiciona de maneira inconstitucional e criminosa contra o resultado das urnas e pedem a intervenção Militar no país.

Pedem algo que dificilmente irá ocorrer, já que não encontra apoio dos Estados Unidos e a maioria dos cérebros desenvolvidos tem claro que militar brasileiro nunca foi capaz de levar a efeito uma intervenção sem apoio estrangeiro.Neste momento este apoio não existe.

As (os) carpideiras (os) continuam batendo continência pra pneu e orando pra poste, impedindo rodovias ou acampando ao lado de quartéis devidamente patrocinados por empresários interessados em manter a mamata e insuflados por militares com interesse na manutenção de alguns privilégios no próximo governo.

E os (as) pobres coitados (as), massa de manobra dos grandes empresários e da parte militarista, a elite burra e despreparada, vão para a porta dos quartéis se comportarem como Didi, Dedé, Mussum e Zacarias produzindo uma trapalhada atrás da outra, como se a vida fosse um grande pastelão.

E há coisas muito sérias envolvidas na falta de bom senso e equilíbrio destes patetas patuscos que optaram pelo ridículo, pelo extravagante.

A economia que tanto prezavam na pandemia, quando tentavam convencer que entre a morte e fechar comércio talvez fosse preferível morrer, hoje se percebe, pelas paralisações, que eram discursos vazios e sem sensibilidade, empatia, amor ao próximo, já que estão paralisando o país e produzindo vergonha de baciada.

Algo terrível e criminoso, por mais que possa parecer bonito, romântico, embora tenha estética de muito mal gosto, e a participação de crianças nesta manifestação nada mais representa de que são usadas apenas bucha de canhão, uma barreira a impedir a intervenção da polícia e até do exército no cumprimento de ordem para desmobilizar estas manifestações.

Nenhum comandante, de nenhuma força, autorizaria o uso de violência, arma de choque, gás e cassetete em uma manifestação em que crianças estejam presentes.

A menos que as manifestações sejam levadas a efeito em uma favela e os insurgentes sejam pobres e pretos.

Não é o caso.Quem se insurge contra a democracia é gente branca, da elite financeira.

Sempre importante lembrar que a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia foi criada em 1809.

A Divisão tinha sua estrutura parecida a do exército e sua função era a de garantir a ordem pública.

No entanto, garantir a ordem pública era uma denominação muito vaga e, na prática, o mandato da Guarda era de subjugação e repressão, pondo fim a qualquer tentativa de revolta e protegendo a elite dominante do Rio.

Quase toda ação policial entre 1810 e 1821 estava relacionada aos escravos, sendo a maioria por delitos de ordem pública.

Não há necessidade de se acrescentar nada a este relato que é mais que suficiente para entender que a Polícia no Brasil continua desempenhando o papel de defesa dos interesses da burguesia.

Prosseguindo a aula de história.

O passado ensina a não cometer os mesmos erros, a menos que a insanidade indique o percurso.

Na Guerra do Paraguai, Solano López já não dispunha de número suficiente de homens treinados para manter os combates, que se intensificavam em todas as linhas.

Nesse período, idosos, mulheres e crianças estavam sendo recrutados, porque a artilharia de coalizão já havia dizimado os contingentes formados por soldados adultos.

Na Batalha de Acosta Ñu, López colocou adolescentes e também crianças de 6 a 8 anos, disfarçadas com barbas postiças, atrás das trincheiras.

De longe, os soldados brasileiros viam soldados paraguaios adultos e atacaram brutalmente.

O combate durou mais de seis horas. Mães auxiliavam no enfrentamento levando paus e pedras às crianças.

No clímax da luta, durante a tomada das trincheiras, assustadas, as crianças menores se agarravam às pernas dos soldados brasileiros e imploravam chorando para que não as matassem. Não houve piedade.

Cerca de 3.500 infantes foram chacinados por 20 mil soldados profissionais.

Finda a batalha, quase anoitecendo, as mães saíam das matas em derredor para resgatar os cadáveres de seus filhos e socorrer as crianças feridas.

O Conde D’Eu ordenou, então, que fossem incendiadas todas as casas.

A determinação era matar “até mesmo o feto no ventre da mãe”.

Que nenhuma destas mães irresponsáveis e criminosas tenha que buscar o cadáver de seus filhos à porta de nenhum quartel ou a beira de nenhuma estrada.

Passou e muito da hora do Ministério Público se posicionar contra estes absurdos, de naturalizar situações que não podem ser normais no seio da sociedade civilizada.

É simplesmente nauseante e repugnante o fato da extrema direita estar utilizando crianças como bucha de canhão, levando-as para uma ação que ministros da Suprema Corte consideram criminosa e é.

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