14 de janeiro | 2024

A Evolução da Compreensão e Prevenção do Diabetes Tipo 2

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“É essencial que indivíduos em grupos de risco sejam proativos em sua saúde para reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2”.

 

Suelen Laraia

Diabetes tipo 2 é uma condição crônica que tem visto um aumento significativo em sua prevalência nas últimas décadas. Tradicionalmente, acreditava-se que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 estava principalmente associado à genética, particularmente em indivíduos com histórico familiar da doença. No entanto, pesquisas recentes e a observação clínica têm ampliado nossa compreensão sobre os fatores de risco, destacando a influência do estilo de vida moderno e do envelhecimento.

A Associação Americana de Diabetes tem enfatizado a importância de identificar e monitorar grupos de risco específicos para prevenir o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Esses grupos incluem:

1 – Indivíduos com mais de 45 anos: A idade é um fator de risco significativo, com o risco aumentando à medida que as pessoas envelhecem.

2 – Pessoas com menos de 45 anos que estão acima do peso: O sobrepeso é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, especialmente quando combinado com outros fatores de risco.

3 – Estilo de vida sedentário: A falta de atividade física regular aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

4 – História familiar de diabetes: A genética ainda desempenha um papel importante, especialmente se a diabetes foi diagnosticada em parentes de primeiro grau.

5 – Hipertensão arterial: Este é um fator de risco comum que muitas vezes coexiste com diabetes.

6 – Níveis anormais de lipídios no sangue: Especificamente, um baixo nível de HDL (o “bom” colesterol) e/ou altos níveis de triglicerídeos.

7 – História de diabetes gestacional ou macrossomia fetal: Mulheres que tiveram diabetes gestacional ou deram à luz bebês grandes têm um risco aumentado.

8 – Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): A SOP está frequentemente associada à resistência à insulina, um precursor do diabetes tipo 2.

9 – Presença de acantose nigricans: Estas são manchas escuras na pele, indicativas de resistência à insulina.

10 – Pré-diabetes: Indivíduos com níveis de glicose mais altos do que o normal, mas não suficientemente altos para serem classificados como diabetes.

11 – Doença cardiovascular estabelecida: Pessoas com doenças cardíacas têm um risco aumentado.

12 – Crianças acima de 10 anos ou na puberdade com sobrepeso e pelo menos dois dos fatores de risco acima: Crianças nesta categoria devem ser monitoradas de perto.

É crucial reconhecer que o consumo de açúcar por si só não é o único fator de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Embora uma dieta rica em açúcares refinados possa contribuir para o ganho de peso e aumentar o risco, outros fatores, como os listados acima, desempenham um papel significativo.

Para aqueles que se enquadram em um ou mais desses grupos de risco, é aconselhável realizar exames regulares de glicemia de jejum, entre outros testes, para monitorar qualquer sinal precoce de diabetes. A prevenção e o manejo precoce são fundamentais para controlar a progressão da doença e minimizar as complicações a longo prazo.

Em conclusão, a compreensão moderna do diabetes tipo 2 exige uma abordagem holística que considere uma variedade de fatores de risco. A prevenção eficaz e o manejo da doença exigem uma combinação de vigilância médica, mudanças no estilo de vida e, quando necessário, intervenção farmacológica. É essencial que indivíduos em grupos de risco sejam proativos em sua saúde para reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Dra. Suelen Laraia é Endocrinologista. (CRM: 129424, RQE: 40363).

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