08 de dezembro | 2013

A dificuldade para se conviver com a crítica

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Do Conselho Editorial

A melhor maneira para se descobrir traços de intolerância em algum governante passa pela forma como ele recepciona a crítica em relação ao trabalho que realiza ou deixa de realizar.

Isto é o óbvio do óbvio, ao qual se acrescenta a intenção de, “com dinheiro público” comprar com ofertas de emprego e caixa dois os formadores de opinião, os jornalistas e os radialistas. Injetar dinheiro, geralmente público ou de caixa dois nos órgãos de comunicação com o objetivo ou de calá-los, ou de torná-los dóceis.

Investir pesado na construção de agendas positivas regiamente pagas para a manutenção de sistemas viciados de administrações venais, que enriquecem apaniguados subservientes que as cercam e defendem nas mídias sociais por estarem mamando desavergonhadamente nas tetas fartas do poder público.

Além do pagamento, ou benefícios rasteiros a bate-paus para que, com infâmias e calunias, manchem a honra de pessoas ou instituições que detêm e divulgam  informações sobre a quantidade de gatunagem, pilhagem, ladroagem instalada nas instâncias de poder tomadas pelo que há de mais pérfido e baixo na escala social.

A quantidade de ladrões de varal, de gatunos de terceira categoria instalados no poder confere ao Brasil o septuagésimo segundo lugar em corrupção no mundo. Já foi septuagésimo quinto. Caiu três pontos, o que pode significar que trilhões e trilhões deixaram de ser surrupiados descaradamente pelos corruptos de plantão.

Três pontos pode não parecer algo fenomenal perto dos outros setenta e dois que falta a sociedade percorrer para que chegue a corrupção a patamares de uma sociedade civilizada comandada por uma maioria que não se compõe de ladrões contumazes.

Só para se ter uma ideia, a prefeitura de São Paulo elevou em 42% o volume de recursos de caixa com o pagamento de Imposto Sobre Serviços (ISS), necessário para a obtenção do Habite-se, entre janeiro e dezembro deste ano.

Nesse período, começaram as investigações sobre a máfia dos fiscais, que fraudava o pagamento de tributos e causou prejuízo de ao menos R$ 500 milhões aos cofres municipais. 

Balanço da Secretaria Municipal de Finanças da cidade de São Paulo mostra que o valor deste ano será de pelo menos R$ 30 milhões, chegando a um total de R$ cem milhões. 

Esta dinheirama toda desviada dos cofres públicos, que não é nada comparada com o volume arrecadado pelas máfias pelo Brasil afora, certamente prejudicaram que houvesse melhorias em serviços essenciais como Saúde, Educação, Assistência Social e outros.

Temos por ai outros escândalos de magnitude muito maior que o da Máfia dos Fiscais, como o do metrô de São Paulo, ou a Máfia do asfalto que estendeu seus tentáculos pela nossa região, em que o volume de dinheiro desviado é volumoso.

E o autoritário governante, de posse desta fortuna, compra consciências não bem formatadas, isto para inserir bondade no texto.

Deveria ser articulado de maneira a colocar gentalha de baixo nível, com alguma informação para defendê-lo, para blindá-lo de noticias reais que coloque de forma cristalina a lambança que produzem na condução da sociedade administrada, pela colocação no ranking da corrupção por ratos.

E ai a convivência com a opinião, que não aceita as mazelas praticadas por esta gentalha ladra e autoritária, geralmente produz incomodo, por que isto pode romper com o ciclo de roubalheiras que acomete este país desde seu nascedouro.

Estas são, entre tantas razões, algumas pelas quais os adeptos do rouba mas faz, os meliantes que tomaram o poder de assalto pelo país afora pressionam, bufam, xingam, extravazam sua fúria contra quem não se alia a seus desmandos e combate a cleptomania governamental instalada.

Sim são milhões, bilhões, trilhões arrecadados com a indústria do roubo aliada à impunidade que, ao tudo indica, começou a ser rejeitada pela população, por ter chegado a patamares insuportáveis, ao ponto de se ter a ideia que se é governado por bandidos, por ladrões, em que pese a existência das exceções.

A coisa ficou tão ridícula, e em um nível tão baixo de discussão, que ao invés de defesa, os meliantes poderosos ao invés de se defender das denúncias que são levantadas contra eles, contra atacam tentando demonstrar que os que ora denunciam são farinhas do mesmo saco, ou seja, em terra de bandidos, por corporativismo um larápio não pode denunciar o outro.

Não é uma lógica aceitável, porém, demonstra que se chegou ao fundo do poço e que é hora de tomar impulso e rejeitar todas estas formas de governo voltadas para o enriquecimento rápido e fácil de hordas bandoleiras que utilizam o poder para locupletarem, tirar proveito.

Ou o Brasil acaba com os ladrões do poder público, ou os ladrões do poder público acabam com o Brasil.

 

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