30 de junho | 2013

Vereadores dizem que ditadura está instalada na Prefeitura de Olímpia

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Pelo que afirmaram durante suas manifestações na tribuna da Câmara de Olímpia na sessão ordinária realizada na noite da terça-feira desta semana (25), os vereadores Jesus Ferezin (foto à esquerda) e Leandro Marcelo dos Santos (foto à direita), dizem que a ditadura estaria instalada na administração do prefeito Eugênio José Zuliani, à frente da Prefeitura Municipal. No entanto, ambos não declinaram os nomes ou nome da pessoa à qual estavam fazendo referência.

Entretanto, nas entrelinhas, deixaram o entendimento de que se trataria de um secretário municipal ou de um assessor muito próximo do gabinete do prefeito, a quem caberia o direito de tomar decisões sérias inclusive.

O primeiro a falar foi Jesus Ferezin que disse se tratar de uma “eminência parda”. Já para Marcelo dos Santos é algo parecido com o “PC Farias”, tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, que acabou sendo assassinado num crime considerado ainda mal explicado pela polícia.

“Passarei agora a comentar o tema Eminência Parda na política”, iniciou Ferezin, fazendo menção a determinado sujeito que não é o governante supremo, ou seja, aquele que não recebeu votos, mas é o verdadeiro poderoso, que age muitas vezes por de trás do eleito, que seria apenas uma marionete dele podendo até ser deposto por essa pessoa caso não o agrade.

Segundo o vereador, no caso da Prefeitura de Olímpia, essa pessoa teria o poder de apenas atravancar certas soluções, barrar ações políticas que não seriam do seu interesse, “fechar a mão” em gastos pequenos e necessários e ainda “perseguir, transferir, colocar à disposição, aposentar e mesmo exonerar seus desafetos”.

A pessoa foi comparada por Ferezin a um general sanguinário chinês, a um braço direito nazista de Adolph Hitler e a Golberi do Couto e Silva, este bastante conhecido dos tempos da ditadura militar no Brasil.


MEGASSECRETÁRIO
Ferezin relatou que desde 1962, quando começou a votar na política local, “sempre existiram as eminências pardas”, e ele passou por nada menos que sete governantes locais. Mas, segundo ele, “hoje existe uma eminência parda tão poderosa e tão desprovida de pudor, que é o super, hiper, o megassecretário que decide, manda e desmanda a seu bel-prazer”.

 

Este megassecretário estaria, inclusive, passando “como um trator de esteira sobre os demais secretários”. Diz que “tudo precisa passar pelo seu crivo”, desde a compra de uma aspirina, uma bola, um saco de cimento, um lápis, caneta ou caderno.
 

“Qualquer funcionário, tanto faz se do primeiro, segundo ou terceiro escalão, até mesmo funcionários de serviços gerais que cair no desagrado ou divergir do ponto de vista do supersecretário estará ferrado, pois o mesmo será transferido de setor ou será afastado ou encostado em qualquer departamento, como castigo. Já os apaniguados e protegidos tudo podem, tudo têm”.

De acordo com Ferezin há exemplos de funcionários concursados que prestaram relevantes serviços ao município e à população durante anos e no momento “estão afastados, encostados, apenas por divergirem do atual supersecretário de plantão”.

Pede que os vereadores, eleitos pelo povo, “urgentemente” tomem uma posição, “um rumo em nossas atitudes”, uma vez que o vereador “tem voto e mandato, ao contrário do supersecretário”. Acredita que, assim, estariam moralizando os seus mandatos e acabando com a pecha “vexatória” de “marionetes”, que circula na imprensa local e nas redes sociais.

O ‘PC FARIAS’
Segundo o vereador Leandro Marcelo dos Santos, se trata de uma figura das sombras, seria uma espécie de reencarnação do tesoureiro de campanha e depois sim, uma “eminência parda” do presidente deposto Fernando Collor de Melo, Paulo César Farias, o “PC Farias”, que “diante do poder que lhe foi dado e de suas atitudes nebulosas e arbitrárias, conseguiu derrubar um governo”.

“Sim, temos o nosso PC Farias aqui”, assevera. Porque para ele se trata de uma pessoa que “age da mesma forma do que o anterior, fica por trás do Governo, nas sombras de nossas repartições semeando o mal, plantando desavenças e desrespeitando nossos cidadãos olimpienses, principalmente os próprios funcionários da municipalidade que, muitas vezes, são humilhados por ele, ameaçados”, reforça o vereador.

Marcelo dos Santos afirma que chegou ao seu conhecimento que um comerciante tradicional que foi inclusive parceiro de campanha do prefeito, foi até “nosso PC Farias” receber contas pendentes, já que é fornecedor da prefeitura e, “ao implorar para a nobre figura que lhe fosse pago ao menos uma parte do que tinha para receber, foi surpreendido com a seguinte resposta: ‘Parceiro igual você eu não preciso’. Este comerciante é filho de Olímpia e há aproximadamente 35 anos vem gerando vários empregos na cidade”, apontou, citando ainda um empreendedor que estaria indo para Cajobi por não encontrar na Prefeitura a resposta adequada para seu investimento.

“Mas, para que ter respeito e consideração pelos nossos cidadãos, se o PC Farias não sai às ruas para escutar o que o povo está precisando, se o PC Farias não tem compromisso nenhum com nossa cidade, se o PC Farias, na sexta-feira, volta para o seu município de origem e deixa nós, vereadores, com a missão de apagar o incêndio que ele ocasionou durante toda a semana”, prossegue o vereador.

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