07 de setembro | 2008

Usina Guarani exporta etanol para a Suécia

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As usinas Guarani, Cosan, Alcooeste e Nova América anunciaram a exportação de 115 milhões de litros de álcool anidro para a Suécia. A informação foi confirmada pelo diretor comercial da Açúcar Guarani, Paulo José Mendes Passos. De acordo com ele, o contrato de exportação terá duração de nove meses.

De acordo com a informação publicada pelo jornal Diário da Região, o primeiro embarque se deu no dia 22 de junho, com o envio de 14 milhões de litros de etanol adquiridos pela Sekab, maior importadora de etanol brasileiro.

A negociação foi realizada com a participação da trading Sociedade Corretora de Álcool (SCA) Brazil Ethanol que identificou as usinas com capacidade de produzir o etanol dentro de exigências de sustentabilidade sócio-ambientais exigidas pela empresa sueca e no volume necessário.

Em contrapartida, as empresas receberão um ágio de 5 a 10% sobre o preço do etanol praticado no mercado pela produção do biocombustível sustentável. Segundo Passos, as negociações começaram em outubro de 2007.

As usinas comprometeram-se, em todo o processo de produção, a oferecer condições adequadas de trabalho aos funcionários, cumprir as leis trabalhistas, respeitar as normas ambientais e ter no mínimo 30% da colheita da cana-de-açúcar mecanizada, com meta de chegar a 100% em seis anos.

O contrato também prevê adequação das companhias às normas do Protocolo Agroambiental, compromisso celebrado entre as empresas e o Estado de São Paulo que estipula o fim da prática de queimada das lavouras até 2014. O acordo com a Sekab estipula, ainda, tolerância zero às empresas que possuam trabalho infantil e condições de trabalho não-organizadas.

A preservação de áreas de florestas tropicais e a meta de reduzir as emissões de dióxido de carbono em todo o processo de produção do etanol para níveis 85% inferiores aos registrados na cadeia de produção da gasolina são outros dos critérios previstos no acordo.

Passos destacou a importância do acordo no que diz respeito ao cumprimento de exigências socioambientais. Ele diz que há um discurso especulativo e mentiroso de que a produção de etanol ocorre em cima de trabalho escravo e de desrespeito à lei, que não correspondem à realidade do setor. "Existem alguns casos, mas a grande maioria das empresas trabalha dentro da lei", acrescenta.

A existência de um contrato que exige sustentabilidade e que permite que as empresas sejam auditadas vai ajudar a melhorar a imagem do etanol no exterior. Na Suécia já circulam veículos flex-fuel e, inclusive, foi implementado o programa E-85, com 85% de biocombustíveis e apenas 15% de gasolina.

 

 

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