28 de março | 2010

Trindade quer acabar com “tarifa popular” no Daemo

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O superintende geral do DAEMO (Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia), Valter José Trindade (foto), defendeu nesta semana, o fim da chamada tarifa popular praticada pela autarquia. Quer dizer, ele pretende acabar com a cobrança mínima estabelecida para pequenos consumos que há vários anos vem sendo praticada no município.

"Então, esse negócio de falar que nossa tarifa é cara … é verdadeiro, nosso custo é caro, mas nossa tarifa é barata demais e temos que melhorar isso. Não podemos ficar fingindo que vendemos água e a pessoa finge que paga. Nós temos que fornecer água e a pessoa vai remunerar pelo custo mais o investimento", afirmou na quarta-feira, dia 24.

Trindade diz que o custo de produção é muito caro, mas considera o valor da tarifa um dos mais baratos em todo o Estado de São Paulo. Segundo ele, quando fala em água cara em Olímpia, se refere apenas ao custo de produção e não, propriamente dito, a valores cobrados dos consumidores.

Mesmo assim reconhece que o DAEMO não pode trabalhar para obter lucros. "O DAEMO tem que trabalhar pelo custo, mais a capacidade de investimento, que temos que fazer e é muito dinheiro", justificou.

O diretor contesta o sistema que, eventualmente, favoreceria a faixa menos favorecida da população. "Tem um conceito de que quem gasta pouco tem que pagar pouco porque é pobre. Isso não é verdadeiro. Pode até ser verdadeiro na área de energia elétrica, onde a pessoa tem uma geladeira e só. Mas na água é o contrário", justifica.

Ele avalia que as pessoas de menor poder aquisitivo normalmente moram em mais pessoas em um mesmo imóvel e, ao mesmo tempo, trabalham em serviços mais duros, como por exemplo, na lavoura e construção civil, que utilizam mais água para lavar roupa e mesmo para tomar banho.

"Normalmente moram três, quatro, cinco, seis pessoas. Então, o perfil de consumo de água não é o pobre. O pobre usa água e bastante água. Essa história de falar que a taxa mínima tem que ser baratinha porque é pobre não é verdadeira. Nós temos que diminuir o valor lá em cima, porque pobre hoje está gastando 30, 40 mil litros e aí é caro", acrescenta.

EQUILÍBRIO DE VALORES

Valter Trindade diz que tem que haver um equilíbrio dos valores cobrados pela autarquia: "nós estamos trabalhando com uma faixa tarifária para ser o mais coerente possível com relação a valor pago, o custo benefício da população".

Ainda reclamando de valores, o diretor afirma que o olimpiense paga um valor irrisório pela água que consome. De acordo com Trindade, seriam aproximadamente duas mil residências que pagam contas de consumo no valor de R$ 5,80 por mês. Não paga nem o custo do leiturista ir lá, processar a conta e depois ter que pagar para o banco arrecadar. É uma posição que a gente tem que rever esses custos", reforçou.

Trindade ressaltou que é comum as pessoas pagarem R$ 6 reais de água, mas ao mesmo tempo pagam contas de telefone que chegam a R$ 30 e, até mesmo de energia elétrica que chegariam a R$ 80.

"Agora o DAEMO tem que investir e para investir tem que ter recurso financeiro. Nós estamos, a primeira etapa, era conseguir receber o que nós tínhamos de inadimplência. Apesar de não pagar as pessoas atrasavam. Uma parte da população de 30%, deixava de pagar água e não tinha uma política séria de receber o que vende. Se você tem um produto, entrega na torneira, você consome e depois não paga, fica difícil", disse ao defender os cortes de fornecimento.

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